O noticiário político dos últimos dias dá conta de uma verdadeira guerra aberta no campo oposicionista pela definição da candidatura presidencial para a sucessão do presidente Lula. É preciso ir devagar com o andor, no entanto, ao analisar os movimentos dos protagonistas desta disputa: os governadores Aécio Neves, de Minas, e José Serra, de São Paulo. Um amigo deste blog com bastante informação na aliança demo-tucana diz que muito do que Aécio vem fazendo é jogo de cena ou, para ser mais preciso, a velha estratégia de criar dificuldade para vender facilidade. Pode perfeitamente ser isto mesmo. O problema, na humilde opinião do autor destas Entrelinhas, não está em Aécio, mas na conhecida inabilidade política de Serra. Para usar uma analogia tão ao gosto do presidente Lula, Serra, da mesma maneira que o Palmeiras atual, tem dificuldades de jogar sob pressão. Em 2006, pressionado por Geraldo Alckmin, o governador paulista deu adeus à candidatura presidencial.
O cenário agora é ainda mais delicado: além de necessitar de muita articulação política e jogo de cintura, Serra tem pela frente um adversário em seu partido que é muito, mas realmente muito mais preparado do que Alckmin. Não dá nem de longe para comparar Aécio, que vem da fina flor da política brasileira, com Geraldo, ele sim, uma espécie de Forrest Gump da vida pública nacional - só se tornou governador porque Mário Covas morreu e depois conquistou espaço fazendo pose de bom moço e com frases de efeito do tipo "vamos amassar o barro"...
Isto significa que Aécio pode dar um xeque-mate em Serra? Sim, mas é preciso primeiro saber se este é de fato o desejo do governador mineiro ou se ele está apenas fazendo jogo de cena para se cacifar em Minas ou garantir espaço em um eventual governo Serra. Este blog aposta apenas que Aécio não será vice do governador paulista, nem que Fernando Henrique lhe peça isto de joelhos. Como todo bom político, Aécio pensa primeiro em sua carreira, em segundo lugar na sua carreira e, finalmente, na sua própria carreira. Carreira política, que fique bem claro.
Mesmo que Aécio esteja jogando para o público interno e sua estratégia passe longe da disputa presidencial, é bom não dar como favas contadas a candidatura de Serra. O governador pode perfeitamente se atrapalhar sozinho e coisa acabar descambando para uma definição em torno do nome de Aécio. A ver, como se diz com muita frequência nas redações de jornais...
O cenário agora é ainda mais delicado: além de necessitar de muita articulação política e jogo de cintura, Serra tem pela frente um adversário em seu partido que é muito, mas realmente muito mais preparado do que Alckmin. Não dá nem de longe para comparar Aécio, que vem da fina flor da política brasileira, com Geraldo, ele sim, uma espécie de Forrest Gump da vida pública nacional - só se tornou governador porque Mário Covas morreu e depois conquistou espaço fazendo pose de bom moço e com frases de efeito do tipo "vamos amassar o barro"...
Isto significa que Aécio pode dar um xeque-mate em Serra? Sim, mas é preciso primeiro saber se este é de fato o desejo do governador mineiro ou se ele está apenas fazendo jogo de cena para se cacifar em Minas ou garantir espaço em um eventual governo Serra. Este blog aposta apenas que Aécio não será vice do governador paulista, nem que Fernando Henrique lhe peça isto de joelhos. Como todo bom político, Aécio pensa primeiro em sua carreira, em segundo lugar na sua carreira e, finalmente, na sua própria carreira. Carreira política, que fique bem claro.
Mesmo que Aécio esteja jogando para o público interno e sua estratégia passe longe da disputa presidencial, é bom não dar como favas contadas a candidatura de Serra. O governador pode perfeitamente se atrapalhar sozinho e coisa acabar descambando para uma definição em torno do nome de Aécio. A ver, como se diz com muita frequência nas redações de jornais...
È curioso ver declarações Demo-tucanas em defesa de Serra partindo da premissa de que “ninguém pode abrir mão de lançar o candidato que está em primeiro nas pesquisas e com o 'recall' que tem, por alguém que perderia até mesmo para Ciro Gomes” para justificar o nome de Serra e não o de Aécio. Parece que qualquer um dos dois faria o mesmo tipo de governo e isso é algo que custo a acreditar. Lembro-me de ter visto o próprio Ciro Gomes dizer a um tempo atrás que sairia como vice de Aécio se o mineiro o convidasse. O mesmo Ciro Gomes não evita criticar pesadamente o governador paulista quando fala do modo Serra de fazer política. Lula é outro que parece ter clara a diferença entre os dois tucanos... Daí eu me pergunto: Será que o que acontece hoje no PSDB é uma disputa de nomes ou de “forma de se fazer política”? Bem diferente do PT, os tucanos não expões seus debates internos sobre seu projeto de país e seus rumos ideológicos. Será que não cabe aqui indagar se Aécio não está, com sua pré-candidatura, buscando guinar o PSDB a uma futura coalizão governista, seja ela com o presidente que for? Tenho a impressão de que a disputa interna no PSDB esconde coisas maiores que o nome pra 2010...
ResponderExcluirPermita-me discordar de seu post, prezado autor de Entrelinhas. Sinceramente, não acho o governador mineiro vindo "da fina flor da política nacional". Pelo amor de Deus. Ao contrário disso, é um homem sem escrúpulos, que governa em causa própria, dono de uma vaidade sem tamanho e, não tenha dúvidas, um playboy da pior espécie. Olha o que esse homem faz com o funcionalismo pública estadual, aí incluídos a Polícia Civil e os professores. A educação de Minas Gerais era, há poucos meses, a 2ª pior do Brasil, atrás apenas da Bahia. Você, por um acaso, já olhou para o problema dos produres rurais de Jaíba? Você, por um acaso, já notou que o vice desse senhor não sai das áreas carentes do estado, sabe por quê? Simplesmente porque, ele não tem dúvidas disso, se não for regiões miseráveis como o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, por exemplo, onde os governantes chegam e deixam borras de asfalto para comprar votos, Aécio não tem a mínima chance (competência) de fazer seu sucessor. Ora, muito me decepcionou este post. Passe bem.
ResponderExcluirNenhum dos dois será candidato em 2010, assim diria a Mãe Dinah, qualquer turrão que aparecer vai ser defestrado por Dilma e esmagado pelo grade fodão LULA. Pedala, oposição!!!
ResponderExcluirLuiz Antonio,
ResponderExcluirA José Serra interessa protelar a definição da candidatura tucana enquanto as pesquisas lhe indicarem uma condição tranquila de liderança. E não me refiro aqui à liderança em relação à candidatura situacionista, mas liderança entre os tucanos para ver quem será o desafiante de Dilma. Enquanto a pesquisa mostrar que ele é o cara certo para vencer, ele protelará sua decisão. Aécio sabe que será esse o jogo, então faz o óbvio, que é acumular crédito político para negociar seu futuro político com ganho máximo. Quanto mais passar o tempo, mais crédito ele terá.
A cabeça do mineiro raciocina assim: se o Serra conseguir manter-se bem nas pesquisas até o início do ano que vem (no que talvez ele nem acredite), então corro o risco de não preterí-lo da candidatura presidencial. Mas chegarei à essa definição com condições de barganhar muito, muitíssimo. Até porque, em tal hipótese, mesmo que Serra seja o preferido nas pesquisas, dificilmente vai convencer os tucanos de que vencerá a candidata de Lula com uma chapa puro sangue. Terão que me convencer a integrar a chapa, e, fazendo assim, terão que se indispor com os DEMOS, que não vislumbram uma chapa sem vice do partido.
Então o Aécio sabe que a hipótese mais favorável a Serra é prejuízo aos DEMOS, e que esse nó só pode ser desatado por ele, Aécio. E é claro que desde já ele está tirando proveito desse impasse futuro, seduzindo o DEM a antecipar seu futuro. E o DEM entendeu o jogo, por isso Rodrigo Maia se posicionou agora.
Caso as pesquisas subsequentes revelem perda de gás de Serra, então o mineiro vencerá por decurso de prazo e pela intensificação do apoio do DEM à chapa "sangue impuro".
Esse é o jogo, meus caros. O mineiro não tem nada a perder, por isso valoriza o seu passe e joga pressão sobre o Serra. Já o governador, consciente sobre esses fatos, deixa o barco correr enquanto observa as suas chances desfilarem nas pesquisas. O medo de perder tudo é maior do que a vontade de ganhar o troféu maior. Serra não é burro, Aécio tampouco.
O fato positivo dessa conjuntura é que essa indefinição reverte-se em proveito da candidatura governista. Oxalá Serra consiga protelar a disputa tucana até março!
Só mais um detalhe para complementar o meu comentário anterior: na lógica em que o jogo está colocado, Aécio tem a seu favor o fato de que, caso seja o escolhido (por força de sua matreira pressão política e pelo decurso do prazo, que Serra controla), o mineiro sairá aclamado pela oposição, será um candidato unânime e empolgante. Ele não arrancará Serra da disputa na cotovelada, como fez Alckmin nas eleições passadas. Já José Serra, se ganhar, vai partir para a disputa com Lula em uma situação de divisão interna. Se for chapa-puro sangue, vai se desgastar com o Democratas. Se não for, vai magoar o fã clube de Aécio (os eleitores mineiros vão de Dilma, e não só mineiros). Parada dura para Serra, convenhamos!
ResponderExcluirBoa análise, caro Luiz, mas penso necessário alguns reparos. Primeiro, cabe explicar prum comentarista anterior que "fina flor da política brasileira" não incute, creio eu, juízo de valor, mas tão somente que Aécio herda um modus operandi clássico e de muita funcionalidade na politica brasileira que é o jeito Tancredo de construir projetos e agregar forças. Segundo, esquecendo as divergências, reconheco que Serra, ao contrário do senso comum martelado por analistas, é, sim senhor, um político hábil nos bastidores, sendo prova irrefutável dessa tese a conquista de Quercia (a um passo de virar neopetista e apoiar Marta)para a sustentação da candidatura Kassab, jogada a la Kasparov. Outra habilidade foi o enquadramento de Kassab e a manutenção dos quadros serristas na PMSP depois que o capo ascendeu ao Bandeirantes. Outra foi o convite irrecusável ao Xuxu pra uma secretaria de visibilidade, reduzindo animosidades no front local. Paro por aqui por questão de tempo, mas depois me alongarei.
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