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De volta ao batente

Este blog passou por uma pausa forçada devido ao volume de trabalho acumulado - o que é bom, trabalhar não faz mal a ninguém, pelo contrário - e deve permanecer com atualizações menos frequentes nos próximos dias, mas prometendo uma atualização diária, ao menos. Hoje é domingo, domingo é dia de futebol, mas o assunto não tem despertado grande interesse das pessoas sensíveis e inteligentes ultimamente. Pelo contrário, o cenário brasileiro anda meio modorrento, de maneira que vamos passar sem a famosa "Pausa esportiva" nesta semana. A depender os próximos acontecimentos, voltaremos ao assunto.

Hoje o comentário é na verdade uma recomendação. Vale a pena ler a excelente e longa reportagem sobre José Serra, escrita por Daniela Pinheiro, publicada na edição deste mês da revista Piauí. Uma pena não haver a reprodução da íntegra da matéria no site da revista, ou melhor, até há, mas é exclusiva para assinantes. A matéria é excelente porque ao tentar mostrar o "lado humano" do governador paulista, acabou revelando toda a mediocridade que o envolve. As maiores maldades estão nas palavras de Fernando Henrique Cardoso, que o qualifica de "gerentão" e diz que Serra "não é um teórico" - na prática, isto significa que FHC considera o correligionário meio tosco, incapaz de formular ideias. Se Cardoso pensa assim e conhece Serra há mais de 30 anos, não será este blog a discordar...

Alguns comentaristas acharam a reportagem muito "chapa-branca", favorável a Serra. Não foi a impressão que este blogueiro teve da matéria de Daniela Pinheiro, ao contrário. É até possível que a tentativa fosse esta mesmo, a de mostrar um Serra "humano" e pincelar um quadro favorável a ele. Só que o resultado não foi bem este, está lá toda a mesquinhez do homem que no momento é favorito nas prévias para a sucessão de Lula. Com o extenso perfil - são dez páginas -, ficam bem claro os limites, ou melhor, a ausência de conteúdo, do projeto de Poder de José Serra. Porque é exatamente disto que se trata, de um projeto de Poder e nada mais, pois simplesmente não existe uma motivação, um ideal mobilizador em nada do que Serra diz. Ele quer ser presidente e poderá até conseguir, mas não traz consigo nenhuma agenda ou ideia central em seu projeto. A matéria mostrou bem isto. Vale a pena ler o material. Se algum leitor conseguir a íntegra, teremos prazer em publicá-la aqui.

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