Alguns colunistas conservadores, como Reinaldo Azevedo, da revista Veja, estão argumentando que a eleição de Barack Obama nos Estados Unidos nada tem a ver com a questão racial. O fato de Obama ser negro seria um mero detalhe, questão menor, desimportante. Bem, contra fatos não há argumentos. Nesta quinta-feira, a Folha de S. Paulo apresenta um dado muito interessante da eleição americana. No voto popular, Obama obteve espantosos 95% de preferência entre os eleitores negros contra apenas 4% de McCain - o restante votou em algum dos candidatos independentes. Sim, é verdade que tradicionalmente os negros votam com os democratas, mas, convenhamos, 95% é muita coisa. Ademais, o comparecimento do eleitorado negro foi muito maior do que em qualquer outra eleição da história, portanto é razoável supor que os votos dos afro-americanos, para usar a expressão politicamente correta, que representam 13% do total do eleitorado norte-americano, foram, sim, decisivos na eleição. Isto para não falar dos hispânicos e latinos - 66% desses eleitores optaram por Obama. Já entre os brancos, o candidato negro perdeu - 43% contra 55% de McCain. Resta óbvio que a cor de Obama teve importância real na eleição. Só não vê quem não quer.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir. Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho. Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios. Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte? Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir. Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...
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