Pular para o conteúdo principal

Isto é incrível: EUA ainda contam votos

Não é piada nem pegadinha, a matéria é séria, da Folha Online. Sim, no país de Bill Gates, a turma ainda não acabou de contar os votos da eleição realizada no dia 4. Hoje, dia 18, fazem exatos 14 dias que as urnas foram fechadas. Ok, o sistema funciona assim há muito tempo e os americanos não ligam muito para o tempo que a coisa leva para terminar, mas não deixa de ser um paradoxo o pessoal de lá inventar as tecnologias mais avançadas no campo da informática e não utilizar nada daquilo em seu processo eleitoral. O que também não deixa de ser um forte argumento para o pessoal que condena a urna eletrônica brasileira e diz que o método é mais suscetível à fraude do que o velho e bom papel. Bem, este blog desde já avisa que prefere apertar e confirmar e confia no sistema.
A seguir, a íntegra da matéria da Folha Online.

Resultado final das eleições segue indefinido; três senadores ainda não foram eleitos

17/11/2008 - 20h37 -
da Folha Online
O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, já está montando a equipe de governo, mas não sabe por quanto ganhou a eleição do último dia 4. Votos não contados em vários Estados não permitem fechar a conta do voto popular, e no Missouri ainda é impossível saber quem levou os 11 votos do colégio eleitoral.

Na contagem do colégio eleitoral, Obama lidera com o voto garantido de 365 delegados, contra 162 votos conquistados pelo republicano John McCain. Para ser eleito presidente, o candidato deve conseguir mais de 270 votos no órgão que de fato define o vencedor.

Outras indefinições podem ter conseqüências práticas mais sérias para o futuro governo: em três Estados, ainda não se sabe quem venceu a eleição para o Senado. São exatamente três cadeiras que faltam para que os democratas conquistem uma maioria na Casa que lhes proteja contra manobras dos republicanos para atrasar votações e tentar barganhar mudanças.

Foram disputadas 35 das 100 vagas no Senado. Somadas as cadeiras que não estiveram em disputa às já definidas, os democratas têm 57 assentos --incluídos dois independentes que se alinham com o partido-- e os republicanos, que perderam 6 vagas para os democratas, possuem 40.

Leis estaduais

As causas das indefinições residem nas formas de votação que variam entre os Estados e no acirramento da disputa em alguns locais. Neste último caso encaixa-se Minnesota, onde o atual senador, o republicano Norm Coleman conseguiu uma vantagem de 206 votos sobre o democrata Al Franken, humorista que já fez parte do programa "Saturday Night Live".

Com uma vantagem tão pequena, no universo de 2,9 milhões de eleitores, a legislação estadual determina que uma recontagem seja feita, com inspeção cédula por cédula, o que pode levar semanas.

No Alasca, outro republicano, Ted Stevens, luta para manter o lugar no Senado, que ocupa há 40 anos. O republicano há mais tempo servindo no Senado está atrás do desafiante democrata, Mark Begich, por 3.257 votos, mas cerca de 45 mil ainda precisam ser contados. São votos de pessoas que estavam fora do Alasca no dia da eleição ou que votaram antecipadamente, por correspondência.

Stevens foi condenado por corrupção oito dias antes da eleição, por ter aceitado cerca de US$ 250 mil em presentes e ajuda para a reforma de sua casa. Ele fez um grande esforço nos últimos dias da campanha, com viagens pelo Estado e anúncios na TV, dizendo que havia sido condenado injustamente e que a sentença não era definitiva.

Mesmo que vença a disputa eleitoral --o que o transformaria no primeiro condenado por corrupção a ser eleito para o Senado-- Stevens pode ser cassado pelo voto de dois terços dos senadores.

Na Georgia, Estado considerado solidamente republicano e onde McCain venceu com 52% dos votos, o senador republicano Saxby Chambliss foi surpreendido pelo democrata Jim Martin e, apesar de ser considerado grande favorito no início da campanha, conseguiu 0,2 ponto percentual a menos do que os 50% dos votos exigidos pela legislação estadual. Os dois enfrentam-se novamente em um segundo turno marcado para o dia 2 de dezembro.

Placar indefinido

A indefinição no Missouri impede que o placar exato da vitória de Obama no colégio eleitoral seja conhecido, mas os votos contados até agora apontam para uma última vitória de McCain. O republicano tem 4.988 votos de vantagem, faltando contabilizar cerca de 6.000 votos marcados até agora como "provisórios". São votos que por algum motivo, como problemas na identificação do eleitor ou ausência do nome dele na lista de eleitores registrados, não foram contabilizados ainda.

As autoridades locais têm até esta terça-feira (18) para enviar as listas com todos os votos, e as autoridades eleitorais têm até o dia 9 de dezembro para divulgar o resultado oficial.

A situação, que poderia ser dramática caso os votos do Estado fossem decisivos para definir o vencedor da eleição, afeta a reputação do Missouri como um termômetro político do país. Desde 1904, com a exceção da disputa de 1956, o Estado deu seus votos para o vencedor da disputa presidencial.

Com agências internacionais

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe