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Indústria cresce, apesar da crise

Pode parecer incrível, mas a atividade industrial no Brasil cresceu em setembro, mês em que foi detonada a crise financeira global. Sim, pode ser "um último suspiro antes da morte", mas também pode ser a prova da resiliência da economia brasileira. A ver.
Abaixo, a notícia na versão da Folha Online. Como se sabe, a Folha anda um pouco decepcionada com os números da economia nacional. Adeptos do "quanto pior, melhor", o jornalão gostaria de ver o circo pegando fogo logo, até para que o seu candidato à presidência, o tucano José Serra, possa aparecer na fita como messias e salvador da economia brasileira.

Produção industrial cresce 1,7% em setembro e 6,5% sobre 2007, aponta IBGE

CIRILO JUNIOR

Apesar da crise financeira, a produção industrial do país acelerou 1,7% em setembro frente ao mês anterior, recuperando queda de 1,2% em agosto, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em relação a setembro do ano passado, foi verificada alta de 9,8%, o que indica um quadro de 27 altas consecutivas neste dado comparativo. No ano, a indústria tem incremento de 6,5%, em relação ao verificado de janeiro a setembro de 2007. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial tem crescimento de 6,8%.

Considerando só o terceiro trimestre, a produção subiu 2,7% sobre os três meses imediatamente anteriores. Trata-se do maior resultado para um terceiro trimestre desde os 2,9% registrados no fim de setembro de 2004.

Na semana passada, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou que a confiança do setor caiu 11,7% no mês passado e também para os próximos seis meses. Segundo a entidade, o pessimismo e a desaceleração causada pela crise começarão a ser sentidas na produção nos números de outubro.

Segundo Isabella Nunes, gerente de análise e estatísticas derivadas do IBGE, até setembro o dado "é bastante coerente com o que vinha sendo observado nas estatísticas anteriores". "Embora alguns setores já concedam férias coletivas, esse movimento ainda tem que ser confirmado pelas estatísticas à frente", explicou.

A Pesquisa Industrial Mensal demonstra que houve alta na produção em 20 dos 27 ramos pesquisados em setembro, na comparação com o mês anterior. A principal influência veio do setor de máquinas e equipamentos (9%). Também apresentaram alta os setores de edição e impressão (8,4%), refino de petróleo e produção de álcool (3,3%) e alimentos (1,5%).

Por outro lado, os principais resultados negativos vieram das produções de outros produtos químicos (-2,3%) e metalurgia básica (-1,7%).

Entre as categorias de uso, os bens de capital tiveram alta de 3,7% em setembro, revertendo queda de 0,5% verificada no mês anterior.Os bens de consumo semi e não-duráveis registraram aumento de 1,5% na produção, após queda de 0,3% no mês anterior. A produção de bens intermediários, que havia caído 2,7% em agosto, acelerou, mas mesmo assim, teve retração de 0,1%. Os bens de consumo duráveis apresentaram alta de 0,4% em setembro.

Na comparação com agosto do ano passado, houve incremento da produção em 25 das 27 atividades analisadas. A produção automobilística registrou expansão de 20,1% nessa base comparativa. Também avançaram as produções de outros equipamentos de transporte (44,4%) e farmacêutica (29,6%).

Ainda na relação com agosto do ano passado, a produção de bens de capital subiu 25,8% e a de consumo duráveis apresentou elevação de 14,9%. Os bens intermediários avançaram 6,6% e os bens de consumo semi e não-duráveis, 7%.

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