No tempo em que a arte escrita tinha importância, discutia-se forma e conteúdo. Ficou assente que uma não existe sem a outra. Já a avaliação da relação entre eles continua problemática porque não existem conteúdos e formas fixas: a história os altera. A forma permanece ao longo do tempo, apesar do seu conteúdo ter origem datada. “Guerra e Paz” remete a almas e destinos do passado e do presente. Dizia uma coisa em 1865 e diz outras tantas a leitores de hoje, à luz da história que se passou e se passa agora. Na forma, “Guerra e Paz” é um romance, o gênero literário capital no século 19, o herdeiro da épica grega na era burguesa. Hoje, o romance não é tudo isso. Foi trocado por outras formas e gêneros, escreve Mario Sergio Conti em sua coluna na Folha de São Paulo, publicada sábado, 30/1 . Continua a seguir. A literatura perdeu espaço para o cinema no século 20. E, na migração interna entre os gêneros, o lugar do romance foi ocupado, lenta e contraditoriamente, pelo filme de ficção. Esse ...
Cultura, Mídia & Política por Luiz Antonio Magalhães