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Mostrando postagens de novembro, 2008

Povão continua comprando mais

Conforme este blog previa, a versão impressa da Folha de S. Paulo não tem dado o menor destaque aos surpreendentes índices que vem saindo sobre o comportamento da economia brasileira, a maior parte já referentes a outubro, portanto em plena crise. O jornalão que presta serviço à candidatura de José Serra à presidência adotou o lema "o que é bom a gente esconde, o que é ruim (para o governo Lula, é claro), a gente mostra". Este blog aposta que a Folha vai esconder a notícia abaixo ou então dará bem grande, com o título: "Crise leva brasileiros a estocar alimentos"... Vendas nos supermercados crescem 11,48% em outubro, aponta Abras Flávia Albuquerque Repórter da Agência Brasil São Paulo - Os supermercados brasileiros registraram, em outubro, aumento de 11,48% nas vendas reais (descontada a inflação), comparado ao mesmo período do ano passado. Com relação a setembro, houve alta de 6,62%. Já no acumulado de janeiro a outubro, a elevação foi de 9,19%, resultado consider

Rodini comenta reforma e tragédia em SC

Em mais uma colaboração para o blog – na verdade duas colaborações, como se verá a seguir, o craque Jorge Rodini comenta dois assuntos que estão nas manchetes: a reforma tributária e a tragédia em Santa Catarina. Confirma abaixo o que pensa o diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia . Recente artigo publicado no jornal O Globo explicita como a reforma tributária vem sendo tratada com descaso e casuísmo no recheio de Mabel. Reformar demanda conhecimento do que se quer alterar, sensibilidade para equalizar efeitos e custos para a população em geral e juízo para não cair na tentação do favorecimento dos amigos do Rei. Urge diminuir a incidência de tributos, o números deles. Mas urgir não é rugir. É agir com desvelo, ética e responsabilidade no tempo necessário. Reformar por reformar está fora do tempo. Em tempos de crise, temos que ter prudência, pois o jogo muda a toda hora. O Rei pode virar peão. É hora de regar. É regar ou largar. Santa Catarina sob as águas O estado de Sant

Chutando cachorro morto

A mídia conservadora está aproveitando a cassação do governador tucano Cássio Cunha Lima, da Paraíba, para mostrar que também bate forte no PSDB. Ontem Ricardo Noblat escreveu sobre o assunto, aliás de forma bastante criativa, conforme se pode ler no post anterior. Hoje é a vez de Dora Kramer, no Estadão , bater firme no governador e no PSDB, mas cuidando de preservar os presidenciáveis José Serra e Aécio Neves. Bem, é sempre mais fácil surrar um paraibano cassado, que certamente vai perder o mandato. Por que essa gente não falou o mesmo antes, quando ele estava firme e forte no cargo? De papel passado Dora Kramer (Estadão, 26/11/2008) Se havia alguma dúvida de que Cássio Cunha Lima é um político capaz de abusar de suas prerrogativas quando lhe convém, ele mesmo tratou de dirimi-la no epílogo do exercício de seu mandato como governador da Paraíba. Na quinta-feira, 20, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu por unanimidade cassar Cunha Lima por uso dos recursos do Estado para obtenção d

Uma boa sacada de Ricardo Noblat

O que vai abaixo está no Blog do Noblat . Vale a pena ler na íntegra. O que tem o PSDB a dizer sobre a farra de gastos na PB? À falta do que fazer, digitei no Dr. Google "PSDB+aumento de gastos do governo". Apareceram 68.200 registros. Um do Diário Tucano de 8/8/2008 diz assim: - Parlamentares do PSDB estão preocupados com aumento exagerado de gastos públicos patrocinado pelo governo Lula. A “farra” promovida com o dinheiro da população brasileira está sendo discutida pelos tucanos e deverá permanecer sendo assunto de discursos, estudos e até mesmo projetos de lei de iniciativa de deputados e senadores. Outro do dia 02/10/2007 tem como título "Aécio critica aumento de gastos da União com funcionalismo público". É uma notícia da Folha Online. Que diz: "O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou o aumento de gastos da União com funcionalismo público e também as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre choque de gestão com novas co

Notícia que a Folha detesta dar

A reportagem abaixo, da Folha Online, revela que neste mês de novembro o número de famílias com dívidas em SP diminuiu , ao contrário do que seria esperado (e comemorado pelo jornal) em tempos de crise tão bicuda. O mais interessante é que a diminuição da inadimplência se deu em função do aumento da renda dos paulistanos, uma vez que o crédito mais caro e escasso não ajudou tanto. Na soma, é tudo que a Folha não gosta - ver a situação dos brasileiros melhor sob o governo do ex-operário Luiz Inácio. Amanhã, podem ter certeza, os leitores terão dificuldade de achar esta notícia no jornal. Vai ser pequenininho, pequenininho... Número de famílias com dívidas em SP cai em novembro, diz pesquisa O número famílias endividadas no município de São Paulo caiu quatro pontos percentuais em novembro, passando de 53% para 49%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Em relação ao mesmo período de 2007, houve

Como engabelar o leitor

A manchete da Folha Online é lapidar: " Dívida externa sobe para US$ 214 bi ". Parece ruim, não é mesmo? Lendo a matéria reproduzida abaixo, porém, o leitor é informado, no último parágrafo, que o Brasil continua credor externo , e não devedor. Depois dizem que é maldade afirmar que a Folha está adotando o lema "quanto pior, melhor"... O valor da dívida externa total alcançou US$ 214 bilhões em outubro, com um aumento de US$ 1,9 bilhão em relação à estimativa de setembro, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central. A dívida de curto prazo soma US$ 49 bilhões, e a dívida de médio e longo prazo, US$ 165 bilhões. As reservas internacionais fecharam o mês de setembro em US$ 203 bilhões, uma queda de 4,3 bilhões. As vendas do Banco Central no mês passado somaram US$ 4,6 bilhões. Apesar do aumento da dívida externa, o Brasil continua sendo credor externo em US$ 13,4 bilhões. Além das reservas internacionais em 203 bilhões, o país possuía US$ 2,66 bilhões em crédit

O mais querido é hexa e tri

Com uma atuação de gala de Rogério Ceni (foto), o tricolor do Morumbi botou a mão na taça. Hexacampeão - o único - e tricampeão (de verdade, três vezes seguidas, o único também). Ok, faltam dois jogos e o Grêmio ainda pode vencer o campeonato, se ganhar as duas partidas que restam e o São Paulo perder uma e empatar outra. Bem, este blogueiro, sãopaulino desde 1977, quando muito pequeno viu o falecido Chicão comandar a festa do primeiro título brasileiro no Mineirão, aposta uma caixa de Red Label que desta vez não vai dar para os gaúchos, que por sinal melaram o título nacional de 81 (sim, o blogueiro estava no Morumbi, viu Baltazar acertar um petardo que nunca mais acertou na vida, no ângulo, naquele fatídico um a zero, mas lembra também, com alguma nostalgia, que estava lá quando o glorioso Chulapa fez o que devia ser feito e acertou a cabeça do goleiro Leão com o bico da chuteira. Foi expulso de campo, claro, mas deu um ar de dignidade para a derrota. Futebol é mesmo para os fortes.

Governador tucano é cassado,
jornalões escondem a notícia

"TSE confirma cassação de governador da Paraíba". Foi com este título, em uma nota pequena, que o Estadão noticiou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de cassar o mandato do governador Cássio Cunha Lima, do PSDB. O Globo optou pelo título "TSE confirma cassação de Cássio Cunha Lima". Ok, o TSE só tomou a decisão tarde da noite, o que em tese justificaria o pequeno espaço. Mas o leitor há de convir que se o governador fosse do PT, o Estadão e O Globo jamais informariam apenas o Estado governado pelo cassado. Certamente estaria nos títulos o qualificativo "petista". Sendo tucano o criminoso, o partido vira mero detalhe. E para não cometer injustiças, cabe ressaltar que o título da Folha de S. Paulo traz a informação completa: "Por unanimidade, TSE cassa governador tucano da Paraíba". Fato este que pode indicar que o governador José Serra, do qual o jornal se tornou porta-voz, não gosta muito de Cássio...

Fernando Rodrigues: é proibido pensar diferente

Se o artigo de Elio Gaspari é dos bons (ver post abaixo), a Folha desta quarta-feira traz um texto horroroso de Fernando Rodrigues, que raramente escreve tanta bobagem como o fez hoje. Talvez o colunista estivesse indisposto, com problemas intestinais, mas o fato é que o artigo reproduzido abaixo é um verdadeiro festival de grosseria e intolerância que revela a cabeça preconceituosa do jornalista. Primeiro, Rodrigues preferia que não existisse central sindical alguma, quanto mais as seis "siglas" que representam os trabalhadores no Brasil. Em seguida, ele revela ser contra o "repasse do imposto sindical" - resta saber se também é contra o uso de recursos públicos para os sindicatos patronais e entidades do sistema S. Mas o pior nem é o preconceito com os sindicalistas , essa "gentinha" inculta e deselegante, e sim a desqualificação das idéias contidas no documento que será entregue ao presidente Lula. Ora, analisando todos os pontos, não há nada muito di

Gaspari dá dica para jornais econômicos

Vale a pena ler o artigo do experiente jornalista, reproduzido abaixo, publicado na Folha nesta quarta-feira. Pelo que recomenda Gaspari, os repórteres deveriam identificar suas fontes no mercado financeiro de uma outra maneira: "fulano de tal, que já perdeu xx milhões de dólares na atual crise, diz que o governo deveria fazer..." Vacine-se contra a parolagem papeleira Sábios coisa nenhuma, os grandes economistas geriam fundos de investimentos que viraram farofa CRISE É UMA COISA, opção pelo engano é outra. Em 1930, afogado na crise econômica, o presidente americano Herbert Hoover avisou: "O pior já passou (...). Dentro de 60 dias a depressão acaba". (Ela duraria outros dez anos.) Infelizmente, nos períodos de dificuldade ocorre um excesso de oferta de empulhações. Noves fora bobagens marqueteiras, como a "marolinha" de Nosso Guia e a "pequenininha gripe" da comissária Dilma Rousseff, o debate da crise está contaminado pelo excesso de análises

Desemprego cai e é o 2° menor da história

Podem apostar, amanhã a notícia abaixo, na versão da Folha Online, vai sair em pé de página nos jornalões, que só têm olhos para o que de ruim acontece na economia. E provavelmente sairá com alguma conjunção adversativa do tipo "Desemprego em outubro é o 2º menor da história, mas crise já ameaça mercado de trabalho". A seguir, a íntegra da matéria. Taxa de desemprego cai para 7,5% em outubro, segundo o IBGE CIRILO JUNIOR da Folha Online, no Rio A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil teve pequeno recuou em outubro, ficando em 7,5%, pouco abaixo dos 7,6% verificados no mês anterior, informou nesta quarta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a outubro do ano passado (9%), o índice recuou 1,2 p.p. (ponto percentual). É o melhor resultado para um mês de outubro, e o segundo melhor da série --iniciada em março de 2002--, atrás apenas de dezembro de 2007 (7,4%). O contingente de desocupados totalizou 1,7 milhã

Isto é incrível: EUA ainda contam votos

Não é piada nem pegadinha, a matéria é séria, da Folha Online. Sim, no país de Bill Gates, a turma ainda não acabou de contar os votos da eleição realizada no dia 4. Hoje, dia 18, fazem exatos 14 dias que as urnas foram fechadas. Ok, o sistema funciona assim há muito tempo e os americanos não ligam muito para o tempo que a coisa leva para terminar, mas não deixa de ser um paradoxo o pessoal de lá inventar as tecnologias mais avançadas no campo da informática e não utilizar nada daquilo em seu processo eleitoral. O que também não deixa de ser um forte argumento para o pessoal que condena a urna eletrônica brasileira e diz que o método é mais suscetível à fraude do que o velho e bom papel. Bem, este blog desde já avisa que prefere apertar e confirmar e confia no sistema. A seguir, a íntegra da matéria da Folha Online. Resultado final das eleições segue indefinido; três senadores ainda não foram eleitos 17/11/2008 - 20h37 - da Folha Online O presidente eleito dos Estados Unidos, o democra

Folha: quanto pior, melhor

Ontem, quinta-feira, Vinicius Torres Freire, colunista e ex-editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo , escreveu a nota abaixo em seu blog , que por sinal é dos melhores na praça para acompanhar a crise financeira global - pena não ter surgido antes. É preciso ler na íntegra para entender o que vem a seguir. Emprego em SP: não é bem assim A indústria paulista "perdeu" 10 mil empregos, diz a Fiesp. A queda foi de 0,41% em relação setembro. "A crise chegou, começaram as demissões?". Não é bem assim. Os dados ajustados mostram que o emprego caiu na verdade 0,13% ("com ajuste sazonal"). Em relação a outubro do ano passado, o nível de emprego cresceu 3,6%. Provavelmente, assustadas com o choque, as empresas pararam de contratar, algumas talvez temporariamente, e portanto a criação de vagas não foi suficiente para compensar as perdas "normais" de empregos. Mas ainda não há uma "onda de demissões". Obviamente os dados são ruins. Uma

Os desafios de Obama

O que vai abaixo é o artigo do autor destas Entrelinhas para o Correio da Cidadania. Em primeira mão para os leitores do blog. O presidente eleito dos Estados Unidos vai começar o seu governo em uma situação que lembra um pouco a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou no início do primeiro mandato, em 2003, guardadas as devidas proporções. Naquela época, Lula pegou o Brasil em crise, com o dólar valendo quase R$ 4, uma inflação de dois dígitos, saindo de controle, o risco-país em quase dois mil pontos. O primeiro ano de governo foi dedicado a conquistar a confiança dos mercados e a política econômica adotada para conter a inflação quase provocou uma recessão - o crescimento do PIB naquele ano foi praticamente nulo (0,5%). Para a sorte de Lula, o que veio a seguir foram cinco anos de bonança, com taxas de crescimento expressivas. Politicamente, o presidente brasileiro utilizou com habilidade a idéia de que havia recebido uma herança maldita do governo tucano de Fernando

Crise, que crise?

A notícia abaixo está no portal Terra e é a cara da elite brasileira. Faz lembrar um pouco Maria Antonieta – a versão moderna da rainha poderia ser algo assim: "a GM quebrou, não tem Corsa? Comprem Ferraris..." Indústria Automobilística Mesmo com crise, brasileiros compram mais Ferraris Apesar da crise financeira que atinge o mundo e da recente alta do dólar frente ao real, os consumidores de alto poder aquisitivo continuaram, em outubro, a adquirir Ferraris no País. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), no mês passado foram emplacados seis carros da marca italiana no Brasil, contra cinco em setembro. Em outubro, foram compradas cinco F430 e uma 599. No ano, a montadora já vendeu no País 31 automóveis, com uma participação de 0,12% do total de veículos vendidos por empresas associadas à Abeiva. Outro carro que teve alta nas vendas foi a BMW Série 3, que passou de 118 comercializados em setembro para 130 em out

Ruim para a Folha, bom para o Brasil?

A manchete da Folha de S. Paulo de domingo (9/11) gritava, como se pode ver ao lado: “Funcionalismo custa mais que dívida”. So what ?, diriam os americanos. Em português claro, e daí? De fato, a manchete em si não quer dizer coisa alguma, pois os gastos do governo federal com o funcionalismo podem ter superado os com “dívida”, como diz a Folha , em função ou do aumento salarial concedido aos servidores ou então porque o governo renegociou o pagamento dos débitos. Nos dois casos, a notícia seria motivo de comemoração, mas nitidamente não é este o tom da “reportagem” da Folha . No lead do texto, fica claro o tom condenatório do diário da Barão de Limeira: “Os gastos com o funcionalismo federal vão superar neste ano os encargos da dívida pública e se tornar a segunda maior despesa da União, só atrás dos benefícios da Previdência Social. Desde 2006, o Planalto aproveita os recordes na arrecadação tributária para dar aos servidores reajustes salariais muito superiores aos da iniciativa pr

Reinaldão se atrapalha nas contas

O jornalista Reinaldo Azevedo lida melhor com as palavras do que com os números. No comentário publicado em seu blog e reproduzido abaixo, ele refuta os argumentos expostos aqui sobre a eleição de Barack Obama. Bem, o ultraconservador colunista de Veja não percebeu que as suas próprias contas mostram que Obama venceu exatamente pelo voto dos negros, ou seja, que a questão racial teve importância, sim, na eleição. Senão vejamos, usando os números de Reinaldão: Quantas pessoas votaram? 153,1 milhões Quantas são negros? 13% - ou 19,9 milhões Quantos negros declararam ter votado em Obama? 95% ou 18,91 milhões Do total de eleitores, quantos são hispânicos? 8% ou 12,25 milhões Quantos hispânicos declararam ter votado em Obama? 66% ou 8,09 milhões Do total de eleitores, quantos são brancos? 74% ou 113,29 milhões Quantos brancos declararam ter votado em Obama? 43% ou 48,71 milhões LOGO, VOTARAM EM OBAMA - 27 milhões de negros e hispânicos - 48,71 milhões de brancos Bem, tudo isto posto, qual

É o crédito, estúpido

Vale a pena ler a análise abaixo, sobre os efeitos da crise mundial aqui no Brasil. Originalmente publicado no Terra Magazine , o texto de Júlio Gomes de Almeida revela que o grande problema hoje na economia real do país não é propriamente esta ou aquela operação mal feita e que gerou prejuízos para algumas grandes empresas e nem mesmo a questão cambial, mas a falta de crédito para fazer a roda da economia girar. O professor é cauteloso, mas é possível vislumbrar alguma melhoria neste ponto com as medidas tomadas pelo governo e também com a fusão do Itaú e Unibanco. Se o problema for mesmo só crédito, e parece que é, dá para imaginar uma retomada mais rápida do crescimento tão logo esta questão seja sanada. Talvez os pessimistas de plantão estejam errados mais uma vez. Quem viver, verá... Passado e Futuro do Desempenho Industrial Nos últimos tempos, quando a crise internacional se agravou, uma sucessão de acontecimentos passou a transformar fatos recentes em coisas do passado e confund

Nada a ver com racismo? Obama teve
95% dos votos entre eleitores negros

Alguns colunistas conservadores, como Reinaldo Azevedo, da revista Veja , estão argumentando que a eleição de Barack Obama nos Estados Unidos nada tem a ver com a questão racial. O fato de Obama ser negro seria um mero detalhe, questão menor, desimportante. Bem, contra fatos não há argumentos. Nesta quinta-feira, a Folha de S. Paulo apresenta um dado muito interessante da eleição americana. No voto popular, Obama obteve espantosos 95% de preferência entre os eleitores negros contra apenas 4% de McCain - o restante votou em algum dos candidatos independentes. Sim, é verdade que tradicionalmente os negros votam com os democratas, mas, convenhamos, 95% é muita coisa. Ademais, o comparecimento do eleitorado negro foi muito maior do que em qualquer outra eleição da história, portanto é razoável supor que os votos dos afro-americanos, para usar a expressão politicamente correta, que representam 13% do total do eleitorado norte-americano, foram, sim, decisivos na eleição. Isto para não fala

Barack Obama: "nossa subida
será íngreme, mas chegaremos lá"

A pedidos, a íntegra do discurso da vitória de Barack Obama, proferido na noite de ontem, após a confirmação de que ele estava eleito presidente dos Estados Unidos. É uma bela peça retórica que já entrou para a história dos EUA e do mundo. "Oi, Chicago. Se alguém ainda duvida que a América é um lugar onde tudo é possível, ainda pergunta se o sonho dos pioneiros ainda estão vivos em nossos tempos, ainda questiona o poder da nossa democracia, esta noite é sua resposta. É a resposta das filas que cercaram escolas e igrejas em números que essa nação nunca havia visto. Das pessoas que esperaram três horas e quatro horas, muitas pela primeira vez em suas vidas, porque acreditavam que desta vez precisava ser diferente, que as suas vozes podiam fazer diferença. É a resposta de jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-deficientes. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo de que n

Nos EUA, a esperança venceu o medo

Segundo as projeções da CNN e do The New York Times , Barack Obama já é o novo presidente dos Estados Unidos da América. A apuração ainda está em curso, mas as projeções indicam que ele já superou os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral. Ao que tudo indica, será uma vitória maiúscula, com os democratas obtendo uma folgada maioria também na Câmara e Senado. Faz poucos dias, o primeiro negro a se eleger presidente da República dos EUA afirmou: "é tempo de a esperança vencer o medo, da união vencer a divisão", lembrando um pouco o mote do presidente Lula em 2002. Felizmente, a esperança venceu, sim, o medo. Este blog torce para que Obama faça um grande governo. A herança que o novo presidente está recebendo de George W. Bush não poderia ser pior, o que torna a sua performance ainda mais importante, crucial. Que o espírito de Franklin Delano Roosevelt anime Barack Hussein Obama Jr. e que o dia 4 de novembro de 2008 passe para a história como o início de novos tempos.

Crise? Eleição nos EUA? Internautas estão
mais interessados na briga da Luana Piovani

Pode parecer incrível, mas está lá na lista das mais lidas da Folha Online, reproduzida abaixo. No dia da eleição norte-americana e em meio a tal maior crise da história do capitalismo moderno, os internautas brasileiros estão mesmo interessados é na briga das loiras Ticiane Pinheiro, filha da eterna Garota de Ipanema, com a polêmica Luana Piovani, aquela que lançou a moda da camiseta "I fucked your boyfriend". Como se pode ver, do lado de baixo do Equador ainda vai demorar um pouco para a crise chegar no povão... 1. Ticiane Pinheiro briga com Luana Piovani 2. Presidente da Ferrari exalta Massa e o chama de "campeão" 3. Guy Ritchie quer impedir Madonna de levar filhos aos EUA 4. Lucélia Santos fala sobre rivalidade com Sônia Braga 5. Justiça manda desbloquear contas pessoais do governador do Paraná

Indústria cresce, apesar da crise

Pode parecer incrível, mas a atividade industrial no Brasil cresceu em setembro, mês em que foi detonada a crise financeira global. Sim, pode ser "um último suspiro antes da morte", mas também pode ser a prova da resiliência da economia brasileira. A ver. Abaixo, a notícia na versão da Folha Online. Como se sabe, a Folha anda um pouco decepcionada com os números da economia nacional. Adeptos do "quanto pior, melhor", o jornalão gostaria de ver o circo pegando fogo logo, até para que o seu candidato à presidência, o tucano José Serra, possa aparecer na fita como messias e salvador da economia brasileira. Produção industrial cresce 1,7% em setembro e 6,5% sobre 2007, aponta IBGE CIRILO JUNIOR Apesar da crise financeira, a produção industrial do país acelerou 1,7% em setembro frente ao mês anterior, recuperando queda de 1,2% em agosto, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a setembro do ano passado, foi verific

Wagner Iglecias: qual PSDB?

O que vai abaixo é mais uma colaboração do professor Wagner Iglecias para o blog. Trata-se de uma análise da disputa interna tucana, na qual os governadores José Serra e Aécio Neves já começam a colocar as suas peças no xadrez pré-eleitoral de 2010. A única ressalva a fazer ao texto sempre lúcido de Wagner é sobre a possibilidade de Aécio migrar para o PMDB, hipótese que ele não considera e que este blog não apenas não descarta como começa a achar bastante plausível. As urnas 2008 mal se fecharam e o prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alfinetou o governador paulista José Serra dizendo que a aliança formada em torno de sua eleição, que uniu tucanos e petistas em Minas Gerais, aponta para uma conjunção de forças de centro-esquerda, ao passo que o arco de partidos que se uniu, sob a batuta de Serra, para reeleger Gilberto Kassab em São Paulo, é de centro-direita. Muito provavelmente este foi o primeiro lance do novo round, pós-eleições municipais, que José Serra e Aécio N

Itaú e Unibanco juntos: é bom para o Brasil?

O anúncio da fusão do Itaú e Unibanco pegou muita gente de surpresa, embora os bancos tenham afirmado que já vinham negociando a operação há 15 meses. Na verdade, boatos sobe a venda do Unibanco correm na praça há muito anos, a grande dúvida sempre foi a respeito de quem seria o comprador. As apostas variavam entre Itaú, Bradesco e alguma instituição financeira estrangeira. No caso da disputa ficar entre os bancões nacionais, todos sabiam que o Unibanco era o diferencial que faria do comprador o maior banco do país, superando até o Banco do Brasil. Pois foi exatamente o que aconteceu - o Itaú Unibanco agora somam, em ativos, R$ 575 bilhões contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil e R$ 348,4 bilhões do Bradesco, de acordo com dados de junho do Banco Central. Em alguns sites já tem gente criticando a "concentração" do setor bancário nacional com a fusão. Ora, vamos ser claros aqui. Em primeiro lugar, embora o Unibanco afirme que "estava conversando" com o Itaú há