O Brasil é um país realmente estranho. Enquanto o mundo atravessa a "maior crise da história do capitalismo" (de acordo com a sempre precisa análise da mídia local), por aqui a economia ainda não foi realmente afetada pela turbulência internacional, pelo menos não na magnitude que a mídia local esperava (e torcia desesperadamente, para ver se com isto cai pelo menos um pouco a estratosférica popularidade do presidente Lula, odiado e desprezado por esta mesma mídia).
Bem, nesta terça-feira saiu o resultado do PIB do terceiro trimestre deste ano: crescimento de 6,8% em relação a 2007 e 1,8% em relação ao trimestre anterior. Sim, o resultado é anterior ao agravamento da crise mundial, mas a questão não é esta. O relevante agora é que o PIB veio bem acima do que os analistas esperavam (entre 5% e 6%) e deve provocar de imediato uma mudança grande nas expectativas do mercado, do empresariado e dos consumidores. Até a ultra-reacionária Míriam Leitão reconheceu: todo mundo vai rever as contas para cima. Quem falava em retração já neste fim de ano, como o pessoal da LCA (conforme outro post do mesmo blog da jornalista global), já diz que teremos crescimento de quase 0,5% neste final de ano (sobre uma base bastante forte, diga-se de passagem). A tal "recessão" que a mídia estava dando como certa para detonar a popularidade de Lula já não ocorreria mais no primeiro trimestre de 2009 e sim no segundo, ainda de acordo com o wishfull thinking dos analistas conservadores, como a própria Míriam.
Este blog não está dizendo que não vai acontecer nada de ruim para a economia nacional em 2009 e muito mesmo negando a gravidade da crise mundial. A questão central aqui simples: a imprensa brasileira, inclusive a especializada, não tem a mais remota idéia da "gravidade" da crise, até porque nenhum analista honesto poderia afirmar peremptoriamente, no curso dos acontecimentos, que esta é a crise "mais grave do capitalismo". Pode até ser que seja isto mesmo, mas para chegar lá será preciso que o desemprego nos EUA bata a casa dos 25% e o mundo entre em uma depressão econômica realmente profunda. A Europa teria que ficar pobre, sim, pobre, como ficou no período entre a primeira e segunda guerra mundial.
O que aconteceu em 29 foi uma hecatombe e a mídia está vendendo uma nova hecatombe sem que os fatos do momento autorizem tal previsão, especialmente porque agora, ao contrário de 29, os governos dos Estados Unidos e da Europa, para não falar de Japão, China e emergentes, estão agindo de maneira muito firme (e aplicando muito, muito dinheiro) para evitar o agravamento da situação. Parece razoável esperar pelo menos algum efeito das medidas tomadas, portanto parece bastante precipitado escrever que as turbulências deste ano já são piores do que as de 29. Pode ser que sim, mas também pode ser que não, e a prudência manda aguardar os fatos para analisar o cenário com mais clareza. Para Folhas, Estadões e Globos, porém, o que vale mesmo é berrar bem alto: fogo na floresta! E torcer para que o povão acredite e passe a culpar Lula pelo incêndio. Até agora, e estão aí os 70% de aprovação presidencial que não deixam mentir, a estratégia não tem funcionado direito...
Bem, nesta terça-feira saiu o resultado do PIB do terceiro trimestre deste ano: crescimento de 6,8% em relação a 2007 e 1,8% em relação ao trimestre anterior. Sim, o resultado é anterior ao agravamento da crise mundial, mas a questão não é esta. O relevante agora é que o PIB veio bem acima do que os analistas esperavam (entre 5% e 6%) e deve provocar de imediato uma mudança grande nas expectativas do mercado, do empresariado e dos consumidores. Até a ultra-reacionária Míriam Leitão reconheceu: todo mundo vai rever as contas para cima. Quem falava em retração já neste fim de ano, como o pessoal da LCA (conforme outro post do mesmo blog da jornalista global), já diz que teremos crescimento de quase 0,5% neste final de ano (sobre uma base bastante forte, diga-se de passagem). A tal "recessão" que a mídia estava dando como certa para detonar a popularidade de Lula já não ocorreria mais no primeiro trimestre de 2009 e sim no segundo, ainda de acordo com o wishfull thinking dos analistas conservadores, como a própria Míriam.
Este blog não está dizendo que não vai acontecer nada de ruim para a economia nacional em 2009 e muito mesmo negando a gravidade da crise mundial. A questão central aqui simples: a imprensa brasileira, inclusive a especializada, não tem a mais remota idéia da "gravidade" da crise, até porque nenhum analista honesto poderia afirmar peremptoriamente, no curso dos acontecimentos, que esta é a crise "mais grave do capitalismo". Pode até ser que seja isto mesmo, mas para chegar lá será preciso que o desemprego nos EUA bata a casa dos 25% e o mundo entre em uma depressão econômica realmente profunda. A Europa teria que ficar pobre, sim, pobre, como ficou no período entre a primeira e segunda guerra mundial.
O que aconteceu em 29 foi uma hecatombe e a mídia está vendendo uma nova hecatombe sem que os fatos do momento autorizem tal previsão, especialmente porque agora, ao contrário de 29, os governos dos Estados Unidos e da Europa, para não falar de Japão, China e emergentes, estão agindo de maneira muito firme (e aplicando muito, muito dinheiro) para evitar o agravamento da situação. Parece razoável esperar pelo menos algum efeito das medidas tomadas, portanto parece bastante precipitado escrever que as turbulências deste ano já são piores do que as de 29. Pode ser que sim, mas também pode ser que não, e a prudência manda aguardar os fatos para analisar o cenário com mais clareza. Para Folhas, Estadões e Globos, porém, o que vale mesmo é berrar bem alto: fogo na floresta! E torcer para que o povão acredite e passe a culpar Lula pelo incêndio. Até agora, e estão aí os 70% de aprovação presidencial que não deixam mentir, a estratégia não tem funcionado direito...
Vários analistas e colunistas já falaram da impossibilidade de se prever, ou mesmo achar alguma coisa, sobre esta crise financeira. Tenho convicção que os colunistas da direita e, obviamente, contrários à Lula, também sabem disso.
ResponderExcluirEntretanto, entre três possibilidades de previsão (otimista, cuidadosa ou pessimista) preferem o pregar a catástrofe. Minha opinião é que esta atitude é irresponsável e qualquer jornalista de caráter e ética não agiria desta forma.
E aí Luís, beleza ?
ResponderExcluirQuero fazer uma reclamação sobre a TV Senado.
Nunca assisti essa tv de fato, somente no dia da votação da CPMF, que a Globo News estava com cobertura ao vivo também.
Pois bem, hoje, marcado para às 14h era a prestação de contas do presidente da Aneel, Jerson Kelmam, que deixará o cargo no próximo mês.
Ele iria fazer um balanço de seu mandato, do setor energético brasileiro e das projeções para os próximos anos..
Só que a TV Senado preferiu passar um programa gravado, e logo em seguida, uma homenagem a PUC de MG. Nada contra a PUC, muito pelo contrário, só que seria de maior interesse público que a prestação de contas da Aneel fosse transmitida...
um abraço
Olá. Eu gostaria de saber se você já ouviu falar a respeito do Amero (http://pt.wikipedia.org/wiki/Amero). O pouco conteúdo que eu encontro trás pouca informação concisa, por isso não consigo formar uma opinião.
ResponderExcluirQueria saber se o Amero seria uma solução caso a crise vire uma catástrofe ou se ele não passa de uma farsa... um plano muito bem arquitetado, como defendem os "conspiratórios".