Nunca uma edição dos Jogos Olímpicos esteve tão fadada a um ambiente fantasmagórico quanto a que foi aberta nesta sexta-feira em Tóquio, com um ano de atraso, sem público nos estádios nem turistas na cidade. A pandemia não foi capaz de impedir o principal evento do calendário esportivo mundial. Mas não faltaram vozes contrárias ao evento ―70% da população japonesa se opunha, segundo as pesquisas, num país de 126 milhões de habitantes onde apenas 21% receberam a pauta completa da vacina contra covid-19. Tampouco faltaram patrocinadores em retirada, caso da Toyota. Apesar da maré ruim, o Governo nipônico e o COI seguiram adiante com um projeto orçado em mais de 80 bilhões de reais. O organismo olímpico garante para si um pagamento aproximado de 18 bilhões, enquanto o Japão estima prejuízos de cinco bilhões. Essa cifra, no entanto, dispararia em caso de cancelamento, pois seria preciso assumir as multas contratuais correspondentes. “Hesitamos a cada dia”, chegou a dizer nos últimos dias o...
Cultura, Mídia & Política por Luiz Antonio Magalhães