Este blog não costuma concordar com o que escreve o colega Reinaldo Azevedo, mas desta vez ele acertou na análise que fez sobre a pertinência do artigo de Fernando Henrique Cardoso - já sobre o conteúdo, é outra conversa. O fato é simples: ao trazer para o debate a comparação com o seu governo, Cardoso põe o PSDB na posição que Lula e o PT querem, pois a estratégia para eleger Dilma é precisamente esta - forçar a discussão entre as gestões de FH e Lula... Bobo, Fernando Henrique não é, nem Reinaldo Azevedo. Se o segundo está criticando o primeiro, conhecendo o antilulismo e antipetismo de Reinaldão, é porque o tiro de Cardoso veio mesmo na hora errada. A argumentação do jornalista é interessante, vale a pena ler. Abaixo, na íntegra, para os leitores do Entrelinhas.
Um artigo certo no momento errado
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 | 17:31
O artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Estadão de domingo demonstrando por que não se deve ter medo do passado — ou do legado de seu governo — está correto quase do começo ao fim. Direi por que “quase” em outro post. Qualquer pessoa comprometida apenas com os fatos sabe que ele está certo. Vale a máxima: no governo Lula, o que é bom não é novo e o que é novo não é bom. Vejam lá a ministra Dilma com a cascata das reservas, grandes agora, pequenas antes. Os sucessivos superávits comerciais que permitiram que se chegasse aí derivaram, pro acaso, de ações volitivas do governo Lula? Ora, vão plantar literalmente batatas!
O texto de FHC está corretíssimo (com uma exceção), e ele é, no momento, talvez o político mais injustiçado na história brasileira. Há outros. Falo destes tempos. Parte do prestígio de Lula deriva da desconstrução intelectualmente canalha que se fez do governo anterior. Ponto parágrafo.
Mas acho — e duvido que o ex-presidente, inteligente como é, não atente para o fato — que ele acaba sendo contraproducente para os desafios do futuro ao publicar um artigo como aquele. Não preciso explicar por que isso acaba contribuindo para o jogo do PT. A chance de Dilma — A ÚNICA — ESTÁ EM DESAPARECER ENQUANTO… DILMA.!!! Ela só existe como um avatar de Lula. Goste-se ou não, a construção da figura do Demiurgo foi bem-sucedida. Demandará alguns anos até que seja devolvido à terra.
Os braços e franjas do petismo são longos. Estão na imprensa, por exemplo. Peguem qualquer um desses colunistas “isentos” por aí, e eles só serão capazes de falar mal do governo Lula ajoelhando-se antes do milho: falarão mal de FHC também. Ora, ainda que o petista fizesse uma bobagem antes feita pelo tucano, FHC não é mais presidente. Como diria Horácio, teremos de voltar ao tempo das musas, ao princípio de tudo, a cada que vez que formos analisar o presente? E quem deu a chance ao ex-presidente de satanizar os que o antecederam? Ele nem faria isso. Quando menos, por refinamento intelectual. Não! O tucano, que tirou o Brasil de um buraco histórico, não terá sua obra reconhecida nem pela maioria dos jornalistas, que ou são petistas ou temem a patrulha do partido.
Assim, se seu artigo contribui para, no futuro, repor a verdade em seu lugar, no presente, só serve para unificar o grito de guerra do PT. E Dilma aproveita para fazer de conta que tem voz própria. DIZER QUE ELA NÃO SABE FRITAR UM OVO NÃO É METÁFORA. É só um dado combinado com o fato de que ela é incapaz de articular um discurso coerente. Padece de uma falha básica de raciocínio, que pode ter efeitos dramáticos a depender do lugar que ocupe: não distingue o principal do secundário, a parte do todo. Seu discurso é como seus ovos remexidos. Não obstante, notem que ela saiu “liderando” a ofensiva contra FHC, como se tivesse voz própria. Mas isso ainda é o de menos: Dilma, avatar de Lula, se volta contra quem não está na disputa.
Ainda que o governo tucano não tivesse passado pela desconstrução, ele já está distante da memória. É evidente que boa parte dos eleitores se lembra mais dos “benefícios” dos dois mandatos de Lula. Mais: os anos, vamos dizer, verdadeiramente heróicos de FHC foram os dois primeiros, de consolidação do Real. A tática do confronto de passados, embora permitida, é coisa de vigaristas. Por isso mesmo, FHC deveria tomar cuidado para não acabar sendo instrumentalizado… pelo PT. Seu legado tem de ser defendido? Eu acho que tem. Mas há o momento certo para essa questão saltar para o primeiro plano.
Um artigo certo no momento errado.
Um artigo certo no momento errado
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 | 17:31
O artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Estadão de domingo demonstrando por que não se deve ter medo do passado — ou do legado de seu governo — está correto quase do começo ao fim. Direi por que “quase” em outro post. Qualquer pessoa comprometida apenas com os fatos sabe que ele está certo. Vale a máxima: no governo Lula, o que é bom não é novo e o que é novo não é bom. Vejam lá a ministra Dilma com a cascata das reservas, grandes agora, pequenas antes. Os sucessivos superávits comerciais que permitiram que se chegasse aí derivaram, pro acaso, de ações volitivas do governo Lula? Ora, vão plantar literalmente batatas!
O texto de FHC está corretíssimo (com uma exceção), e ele é, no momento, talvez o político mais injustiçado na história brasileira. Há outros. Falo destes tempos. Parte do prestígio de Lula deriva da desconstrução intelectualmente canalha que se fez do governo anterior. Ponto parágrafo.
Mas acho — e duvido que o ex-presidente, inteligente como é, não atente para o fato — que ele acaba sendo contraproducente para os desafios do futuro ao publicar um artigo como aquele. Não preciso explicar por que isso acaba contribuindo para o jogo do PT. A chance de Dilma — A ÚNICA — ESTÁ EM DESAPARECER ENQUANTO… DILMA.!!! Ela só existe como um avatar de Lula. Goste-se ou não, a construção da figura do Demiurgo foi bem-sucedida. Demandará alguns anos até que seja devolvido à terra.
Os braços e franjas do petismo são longos. Estão na imprensa, por exemplo. Peguem qualquer um desses colunistas “isentos” por aí, e eles só serão capazes de falar mal do governo Lula ajoelhando-se antes do milho: falarão mal de FHC também. Ora, ainda que o petista fizesse uma bobagem antes feita pelo tucano, FHC não é mais presidente. Como diria Horácio, teremos de voltar ao tempo das musas, ao princípio de tudo, a cada que vez que formos analisar o presente? E quem deu a chance ao ex-presidente de satanizar os que o antecederam? Ele nem faria isso. Quando menos, por refinamento intelectual. Não! O tucano, que tirou o Brasil de um buraco histórico, não terá sua obra reconhecida nem pela maioria dos jornalistas, que ou são petistas ou temem a patrulha do partido.
Assim, se seu artigo contribui para, no futuro, repor a verdade em seu lugar, no presente, só serve para unificar o grito de guerra do PT. E Dilma aproveita para fazer de conta que tem voz própria. DIZER QUE ELA NÃO SABE FRITAR UM OVO NÃO É METÁFORA. É só um dado combinado com o fato de que ela é incapaz de articular um discurso coerente. Padece de uma falha básica de raciocínio, que pode ter efeitos dramáticos a depender do lugar que ocupe: não distingue o principal do secundário, a parte do todo. Seu discurso é como seus ovos remexidos. Não obstante, notem que ela saiu “liderando” a ofensiva contra FHC, como se tivesse voz própria. Mas isso ainda é o de menos: Dilma, avatar de Lula, se volta contra quem não está na disputa.
Ainda que o governo tucano não tivesse passado pela desconstrução, ele já está distante da memória. É evidente que boa parte dos eleitores se lembra mais dos “benefícios” dos dois mandatos de Lula. Mais: os anos, vamos dizer, verdadeiramente heróicos de FHC foram os dois primeiros, de consolidação do Real. A tática do confronto de passados, embora permitida, é coisa de vigaristas. Por isso mesmo, FHC deveria tomar cuidado para não acabar sendo instrumentalizado… pelo PT. Seu legado tem de ser defendido? Eu acho que tem. Mas há o momento certo para essa questão saltar para o primeiro plano.
Um artigo certo no momento errado.
Quero ver o Serra segurar a vaidade do FHC. Só ela explica o tal artigo.
ResponderExcluirO problema desse Azevedo é q ele parece um assessor de imprensa de todos os tucanos. É partidário demais. O pior é qdo ele defendeu o Raul Jungman.
ResponderExcluirAH SE NO BRASIL TIVESSE IMPRENSA!
ResponderExcluirBlog Cidadania.com
Se o Brasil tivesse imprensa em vez dessa máfia composta dos piores tipos de escroque travestidos de “jornalistas”, o governador José Serra certamente não se elegeria nem para síndico de prédio, pois sua administração é um desastre.
Se o Brasil tivesse imprensa, TODOS os candidatos a presidente da República estariam sendo inquiridos e investigados, questionados por todos os seus atos e palavras e tendo seus desempenhos em cargos públicos devassados em cada detalhe
Entre Dilma Rousseff e José Serra, apenas a ministra-chefe da Casa Civil é questionada e cobrada e investigada. E nem direi que, em sendo candidata – ou pré-candidata – à Presidência, Dilma esteja sendo mais cobrada e fiscalizada do que deveria. Não. O único problema é que seu principal adversário não está recebendo o mesmo tratamento.
Expoente de um governo exitoso, fato internacional e nacionalmente reconhecido por uma maioria massacrante, Dilma tem cada um de seus atos perscrutados com lente de aumento em todos os jornais, telejornais, rádios e programas de televisão possíveis e imagináveis. Todos os dias é acusada de tudo. Todos os dias é desmerecida. Todos os dias tem sua capacidade questionada.
José Serra, seu principal adversário, porém, recebe tratamento diametralmente diferente, a ponto de qualquer notícia negativa sobre ele na imprensa ser recebida com surpresa. Isso ocorre devido à total inapetência da imprensa brasileira em dispensar ao governador de São Paulo o mesmo tratamento que à sua provável principal adversária nas próximas eleições.
E quando um único veículo ousa fazer o que nenhum outro fez, quando a TV Brasil pergunta a Serra quando as setecentas mil pessoas que estão há três dias sem água voltarão a poder tomar banho, o governador, o responsável por resolver essa situação, eleito para tanto, pago para tanto pelos cofres públicos, escandaliza-se e se diz vítima de perseguição.
Se o Brasil tivesse imprensa, toda ela estaria ao lado da TV Brasil e contra a atitude antidemocrática e arrogante do governador paulista contra a emissora pública. Infelizmente, o Brasil é um país onde a comunicação é controlada por bandidos.
fonte: http://edu.guim.blog.uol.com.br/
Artigo de FHC pertinente? Um sujeito vaidoso ao extremo, que entregou o Brasil para receber um tapinha nas costas do Bill Clitton sempre impulsionado pelo alento do reconhecimento pessoal, é este o motor deste artigo. Deixa seus partidários em apuros caindo na armadilha da comparação. Agora achar o artigo do RA certo da sua análise já é demais, como o próprio RA, que já não é mais caso para a medicina, penso que preciso começar a rezar para mais gente...
ResponderExcluirCaro LAM,
ResponderExcluirAcho que você exagerou nesta estória de um "bom" artigo do ra.
Veja (putzzzzz!!!) "um artigo certo no momento errado", não tem o menor sentido pois o artigo é errado e atualmente não existe momento certo para a malta dos "demotucanos e seus pepêéssezinhos".
Por favor revise seu conceito sobre o artiguete.