Complicou bastante a situação do governador José Serra (PSDB) com a divulgação da nova pesquisa Datafolha, neste sábado. Serra viu sua vantagem de 14 pontos ante a candidata governista Dilma Rousseff cair para apenas 4, quase um empate técnico. E este é apenas um dos problemas de Serra, como se verá a seguir.
Sim, porque a pesquisa também mostra que a popularidade do governo Lula continua ascendente, tendo batido mais um recorde ao chegar aos 72% de avaliação positiva - e o Datafolha não mede a popularida pessoal do presidente, que sempre se situou quase uma dezena de pontos percentuais acima da do governo. Dizer que pesquisa é fotografia do momento é apenas um clichê, os dados consolidados e as curvas mostram um filme em andamento também. E este filme é o que há de pior para Serra: a aprovação ao governo Lula está subindo consistentemente com a recuperação da economia depois do tombo do ano passado.
É fato que a crise não prejudicou em nada o presidente, que mesmo nos piores momentos do ano passado surfou nas ondas da sua altíssima aprovação popular. Também é fato que uma estabilidade nos patamares em que Lula se encontra já seria por si só uma enorme dificuldade para Serra ou qualquer outra candidatura oposicionista, mas a verdade é que se Lula ainda encontra espaço para crescer, aí então a coisa se torna dramática para a oposição.
Ora, mas quem está na frente é José Serra, poderiam perguntar os mais desconfiados. Sim, o tucano continua na frente, mas já em outro patamar - especialmente quando se considera a sua apertada vitória em cenário de segundo turno (45 a 41). Não é mais favorito e pode começar a campanha atrás de Dilma.
Serrá terá bastante dor de cabeça nesta semana com a pressão dos aliados para que mude a estratégia de permanecer governando São Paulo como se não fosse candidato a coisa alguma em 2010. Ele não quer assumir a candidatura agora porque ainda não tem garantias que julga necessária para encarar a disputa, como o apoio do colega Aécio Neves, que tem dito que prefere ficar em Minas a assumir a vice na chapa de Serra. A atual situação nas pesquisas pode levar Aécio a desistir da empreitada, uma vez que ele nada ganharia sendo vice de uma chapa com chances sérias de derrota.
As paredes dos Bandeirantes sabem que Serra tem um Plano B, o de disputar a reeleição e deixar a sucessão de Lula para Aécio ou quem se habilitar ao desafio no partido. A pesquisa de hoje pode ter ajudado na decisão de Serra? Talvez, mas este blog acha que ele vai esticar a corda até quando der, para obter mais elementos e sentir a temperatura da disputa.
Do lado de Dilma, tudo é festa neste momento. O plano de Lula para a candidata está funcionando e o patamar de quase 30% já foi atingido. Se nas próximas pesquisas ela ultrapassar Serra, terá criado um fato político fortíssimo. E não será surpresa se isto ocorrer ainda em março.
Wagner Iglecias foi bastante feliz na lembrança: o "E agora, José?" é a pergunta da vez. Bem verdade que a resposta depende muito do que virá das montanhas de Minas. A bola está com Aécio, mas ele não tem nenhuma pressa de soltar o jogo. Se recusar a vice, praticamente sepulta as chances de Serra, salvo, é claro, um terremoto do lado petista, o que também não é coisa para se desprezar, haja vista o histórico de aloprados fazendo besteira fora de hora. Mas aparentemente Dilma está firme e não tem muito a cara de fazer bobagens. A oposição vai precisar jogar muito bem para levar esta, pois o jogo será muito duro, mesmo sem a presença de Lula na urna eletrônica.
Sim, porque a pesquisa também mostra que a popularidade do governo Lula continua ascendente, tendo batido mais um recorde ao chegar aos 72% de avaliação positiva - e o Datafolha não mede a popularida pessoal do presidente, que sempre se situou quase uma dezena de pontos percentuais acima da do governo. Dizer que pesquisa é fotografia do momento é apenas um clichê, os dados consolidados e as curvas mostram um filme em andamento também. E este filme é o que há de pior para Serra: a aprovação ao governo Lula está subindo consistentemente com a recuperação da economia depois do tombo do ano passado.
É fato que a crise não prejudicou em nada o presidente, que mesmo nos piores momentos do ano passado surfou nas ondas da sua altíssima aprovação popular. Também é fato que uma estabilidade nos patamares em que Lula se encontra já seria por si só uma enorme dificuldade para Serra ou qualquer outra candidatura oposicionista, mas a verdade é que se Lula ainda encontra espaço para crescer, aí então a coisa se torna dramática para a oposição.
Ora, mas quem está na frente é José Serra, poderiam perguntar os mais desconfiados. Sim, o tucano continua na frente, mas já em outro patamar - especialmente quando se considera a sua apertada vitória em cenário de segundo turno (45 a 41). Não é mais favorito e pode começar a campanha atrás de Dilma.
Serrá terá bastante dor de cabeça nesta semana com a pressão dos aliados para que mude a estratégia de permanecer governando São Paulo como se não fosse candidato a coisa alguma em 2010. Ele não quer assumir a candidatura agora porque ainda não tem garantias que julga necessária para encarar a disputa, como o apoio do colega Aécio Neves, que tem dito que prefere ficar em Minas a assumir a vice na chapa de Serra. A atual situação nas pesquisas pode levar Aécio a desistir da empreitada, uma vez que ele nada ganharia sendo vice de uma chapa com chances sérias de derrota.
As paredes dos Bandeirantes sabem que Serra tem um Plano B, o de disputar a reeleição e deixar a sucessão de Lula para Aécio ou quem se habilitar ao desafio no partido. A pesquisa de hoje pode ter ajudado na decisão de Serra? Talvez, mas este blog acha que ele vai esticar a corda até quando der, para obter mais elementos e sentir a temperatura da disputa.
Do lado de Dilma, tudo é festa neste momento. O plano de Lula para a candidata está funcionando e o patamar de quase 30% já foi atingido. Se nas próximas pesquisas ela ultrapassar Serra, terá criado um fato político fortíssimo. E não será surpresa se isto ocorrer ainda em março.
Wagner Iglecias foi bastante feliz na lembrança: o "E agora, José?" é a pergunta da vez. Bem verdade que a resposta depende muito do que virá das montanhas de Minas. A bola está com Aécio, mas ele não tem nenhuma pressa de soltar o jogo. Se recusar a vice, praticamente sepulta as chances de Serra, salvo, é claro, um terremoto do lado petista, o que também não é coisa para se desprezar, haja vista o histórico de aloprados fazendo besteira fora de hora. Mas aparentemente Dilma está firme e não tem muito a cara de fazer bobagens. A oposição vai precisar jogar muito bem para levar esta, pois o jogo será muito duro, mesmo sem a presença de Lula na urna eletrônica.
Boa noite Luiz Antonio,
ResponderExcluirMuito bom artigo.
Esta eleição realmente será muitíssimo interessante, e a postura de Serra de ficar em cima do muro pode prejudicar os planos da oposição.
Vamos ver no que dá!
Grande abraço.
Boa noite Luiz Antonio,
ResponderExcluirSou eleitor da Dilma, e não preciso esconder isto.
O que estou vendo da questão de Serra, é que esta "indecisão" dele pode inviabilizar a possibilidade da oposição chegar ao planalto. O plano de mídia nacional de Aécio Neves, digo por se mineiro, falhou.
Aí ele prefere satisfazer-se com a eleição para Senador.
Não podemos esquecer ainda que a relação dele, Aécio com o Lula parece ser mais próxima do que com FHC e Serra.
O risco é a eleição presidencail tornar-se plebiscitária, o que como eleitor de Dilma ficaria feliz, mas como cidadão, sabemos que não é bom para nossa democracia.
Mas vamos ver no que dá, pois há a possibilidade do "ou não", e toda esta elocubração estar enganada.
Grande abraço.
Caros do Blog,
ResponderExcluirComeçou hoje a série: A Idade das Trevas - uma radiografia detalhada do ruinoso governo de FHC, em meu humilde blog Terra Goyazes! No ar e na rede, o primeiro capítulo: A Precarização do Estado. No endereço: http://terragoyazes.zip.net
E aí, fechou definitivamente?
ResponderExcluirfrank
Os Tucanos são mesmo malucos se não (1) fazerem do Aécio seu candidato e (2) mostrarem com o maior alarde possível que não são o DEM, não usam o discurso nem as táticas do DEM, e não aproveitam o coronelismo eletrônico que nem o DEM faz. Chegou a hora de dar o tiro de misericórdia ao cadáver morto-vivo de Carlismo.
ResponderExcluirAlckmin levou nem um ponto de porcentagem de vantagem sobre o Serra de 2002.
Neves Neto é mineiro que nem a Dilma.
É jovem e simpático, moderado no discurso, capaz de comportar-se como cavalheiro com a senhora opositora sem deixar de debater políticas públicas com convicção.
O nome dele também remete a um tempo antes do pecado original da Nova República -- Sarney-Magalhães, Collor, a aliança Tucano-PFL.
Têm -- ou tinham -- a oportunidade de mostrar uma cara mais civilizada, mais serena e confiante, ao eleitor -- um partido com um projeto além de simplesmente chegar lá a qualquer custo.
Até perdendo, comecariam a construir a imagem de uma oposição leal e cidadão, escolhendo a batalhas cuidosamente para não darem a nítida impressão que dão agore de que sou querem atrapalhar as propostas majoritárias da situação de qualquer jeito.
Eu até dou palpite da lema da campanha, de graça: Um Novo Começo. Há muita coisa que o PT não conseguiu: reforma política, reforma de segurança pública, por exemplo. Tentaram, não conseguiram tudo, estão cansados.
No assunto de corrupção, fizeram bem, porém (até defenestrarem Paulo Lacerda). Tucanos: deixem o moralismo pra trás e começem a mostrar PowerPoint de projetos concretos e práticos. Uma cara mineira, uai.