Abaixo, mais uma colaboração do professor Wagner Iglecias para o blog, desta vez analisando o último debate entre candidatos à presidência da República. Na opinião do autor desta Entrelinhas, Dilma agora só perde a eleição se for encontrada na cama com um homem morto ou com uma mulher viva. Pensando bem, talvez nem assim...
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Neste domingo (12) ocorreu mais um debate entre os principais candidatos à presidência da República. Desta vez na Rede TV!, onde nos domingos a noite o telespectador está mais acostumado a ver o humor nonsense do pessoal do Pânico. Desta vez o que se viu foi o embate chocho entre os três principais postulantes ao Palácio do Planalto, e mais o octagenário Plinio de Arruda Samapio.
Plinio, aliás, que já é vitorioso apenas por conseguir participar dos debates. Como se sabe há vários outros candidatos à presîdência, mas apenas ele, entre os chamados "pequenos", tem sido convidado a medir forças com Dilma, Serra e Marina nestas ocasiões. No encontro da Rede TV! portou-se livremente, quase que como um franco-atirador, embora sua mira estivesse muito mais voltada para Dilma do que para Serra, o que é mais ou menos surpreendente em se tratando do candidato de um partido de extrema-esquerda. Afinal, o que foram aqueles momentos como "O Zé (Serra) tem razão" e "Dilma, vc não responde minhas perguntas...vc topa ou não topa?". Enfim, Plinio parece a vontade nos debates, como aquele tio velhinho que vem nos visitar no domingo e começa a dizer o que bem entende na mesa de almoço.
Marina Silva, por sua vez, pareceu apagada. Sabe que ganhou uns pontinhos em algumas faixas do eleitorado nas últimas semanas, e talvez quisesse partir para o confronto com Dilma para mostrar-se ao eleitor como uma alternativa a Serra. Não pareceu muito bem-sucedida em sua estratégia.
Serra aproveitou a oportunidade para fustigar Dilma. Sabe que tem pouca bala na agulha, ainda que tantos falem na tal bala de prata que poderia vir por ai e levar a eleição para o segundo turno. Tentou associar Dilma e sua campanha à questão do vazamento dos dados da Receita Federal e à questão das recentes denúnicas envolvendo a Casa Civil. No horário eleitoral Serra claramente perde de Dilma. Sua chance são os debates. Foi incisivo com a adversária, quase agressivo, mas perdeu-se mais uma vez quando questionado sobre sua posição em relação ao presidente Lula. O tucano está naquela sinuca de bico, não pode bater e não pode elogiar. Entrou para nocautear Dilma e quase foi nocauteado quando confrontado com a simples menção à figura de Lula.
Dilma, por sua vez, saiu-se melhor que nos debates anteriores. Quase sempre dá a impressão de não olhar diretamente para a câmera, mas acabou mostrando que sabe se defender sozinha. Está longe, muito longe, no entanto, de ter a fluidez verbal de um líder carismático como Lula. Ou como Brizola, Maluf, Jânio e tantos outros que davam colorido e imponderabilidade aos debates do passado. No frigir dos ovos, encaixou alguns golpes em Serra, levou outros dele e, na pior das hipóteses, saiu dos estúdios da emissora de Alphaville na mesma situação em que entrou. Melhor pra ela, que atua como um time ganhando por 3 a 1 aos 37 minutos do 2o. tempo, tocando a bola de lado e esperando o apito final. Outros debates virão, em emissoras de maior audiência, e se o formato engessado e a dinâmica fria do debate deste domingo se repetirem, nada de novo deve ocorrer no cenário eleitoral.
A iniciativa da Rede TV! foi auspiciosa, mas provavelmente seu telespectador cativo dos domingos a noite deve achar Charles, Vesgo, Silvio, Bola, Sabrina e cia. mais surpreendents que os quatro presidenciáveis.
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Neste domingo (12) ocorreu mais um debate entre os principais candidatos à presidência da República. Desta vez na Rede TV!, onde nos domingos a noite o telespectador está mais acostumado a ver o humor nonsense do pessoal do Pânico. Desta vez o que se viu foi o embate chocho entre os três principais postulantes ao Palácio do Planalto, e mais o octagenário Plinio de Arruda Samapio.
Plinio, aliás, que já é vitorioso apenas por conseguir participar dos debates. Como se sabe há vários outros candidatos à presîdência, mas apenas ele, entre os chamados "pequenos", tem sido convidado a medir forças com Dilma, Serra e Marina nestas ocasiões. No encontro da Rede TV! portou-se livremente, quase que como um franco-atirador, embora sua mira estivesse muito mais voltada para Dilma do que para Serra, o que é mais ou menos surpreendente em se tratando do candidato de um partido de extrema-esquerda. Afinal, o que foram aqueles momentos como "O Zé (Serra) tem razão" e "Dilma, vc não responde minhas perguntas...vc topa ou não topa?". Enfim, Plinio parece a vontade nos debates, como aquele tio velhinho que vem nos visitar no domingo e começa a dizer o que bem entende na mesa de almoço.
Marina Silva, por sua vez, pareceu apagada. Sabe que ganhou uns pontinhos em algumas faixas do eleitorado nas últimas semanas, e talvez quisesse partir para o confronto com Dilma para mostrar-se ao eleitor como uma alternativa a Serra. Não pareceu muito bem-sucedida em sua estratégia.
Serra aproveitou a oportunidade para fustigar Dilma. Sabe que tem pouca bala na agulha, ainda que tantos falem na tal bala de prata que poderia vir por ai e levar a eleição para o segundo turno. Tentou associar Dilma e sua campanha à questão do vazamento dos dados da Receita Federal e à questão das recentes denúnicas envolvendo a Casa Civil. No horário eleitoral Serra claramente perde de Dilma. Sua chance são os debates. Foi incisivo com a adversária, quase agressivo, mas perdeu-se mais uma vez quando questionado sobre sua posição em relação ao presidente Lula. O tucano está naquela sinuca de bico, não pode bater e não pode elogiar. Entrou para nocautear Dilma e quase foi nocauteado quando confrontado com a simples menção à figura de Lula.
Dilma, por sua vez, saiu-se melhor que nos debates anteriores. Quase sempre dá a impressão de não olhar diretamente para a câmera, mas acabou mostrando que sabe se defender sozinha. Está longe, muito longe, no entanto, de ter a fluidez verbal de um líder carismático como Lula. Ou como Brizola, Maluf, Jânio e tantos outros que davam colorido e imponderabilidade aos debates do passado. No frigir dos ovos, encaixou alguns golpes em Serra, levou outros dele e, na pior das hipóteses, saiu dos estúdios da emissora de Alphaville na mesma situação em que entrou. Melhor pra ela, que atua como um time ganhando por 3 a 1 aos 37 minutos do 2o. tempo, tocando a bola de lado e esperando o apito final. Outros debates virão, em emissoras de maior audiência, e se o formato engessado e a dinâmica fria do debate deste domingo se repetirem, nada de novo deve ocorrer no cenário eleitoral.
A iniciativa da Rede TV! foi auspiciosa, mas provavelmente seu telespectador cativo dos domingos a noite deve achar Charles, Vesgo, Silvio, Bola, Sabrina e cia. mais surpreendents que os quatro presidenciáveis.
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