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Jogo duro

As recentes pesquisas dos institutos Datafolha e Ibope animaram o tucanato ao mostrar um empate técnico entre o candidato à presidência do partido, José Serra, e a candidata do presidente Lula, Dilma Rousseff. Serra vinha perdendo fôlego e os novos números mostraram que ele continua forte após a rodada de propaganda na televisão dos partidos que compõem a sua aliança.
O jogo oficialmente começa amanhã, mas já faz muito tempo que a campanha começou. E desde o início, a tendência vinha sendo de crescimento de Dilma e estagnação de Serra. O que as pesquisas mostraram agora foi uma parada de crescimento de Dilma e ligeira recuperação de Serra. Tendo em vista a propaganda do tucano na televisão e rádio, faz todo o sentido.
É cedo, porém, para comemorações em qualquer dos lados da disputa deste ano. O empate ainda é mais favorável para Dilma porque revela a força do presidente Lula na campanha, porque a grande verdade é que ninguém jamais soube direito quem é a tal da Dilma, ou Vilma, ou ainda, a “muié” do Lula, como se diz em alguns estados do Nordeste. Serra está onde sempre esteve, Dilma cresceu bastante. O que vai acontecer daqui em diante é uma incógnita, pois a eleição deste ano carrega a grande novidade da política brasileira desde 1989: Lula não estará na urna eletrônica.
Sim, faz toda a diferença. O presidente, que hoje conta com a aprovação quase unânime dos brasileiros, sempre conseguiu mais de 30% dos votos (em 1989, só obteve este percentual no segundo turno, é bem verdade), de maneira que é, sim, correto dizer que um terço do eleitorado é fiel ao PT ou a Lula e percentual semelhante em geral vota contra o partido (ainda que aprovando a atual gestão). A eleição, portanto, será decidida pelos 30% mais volúveis, que esperam para decidir no último momento e não têm lá grande definição ideológica, no sentido estrito da palavra.
Ou seja, quem vai decidir a eleição o fará assistindo aos programas eleitorais e tomando o pulso da situação pelas conversas ao correr da campanha. É evidente que a propaganda terá força e também é óbvio que a maior exposição da candidatura de Dilma deve favorecê-la. Mas isto não é uma regra acabada, pois muitas vezes quem teve menos tempo, como o próprio Lula, venceu o pleito com boa folga. Esta campanha tende a ser particularmente acirrada e não é nenhuma novidade para ninguém que Serra é mais conhecido do que Dilma, tem uma carreira pública de maior exposição, e portanto larga na frente. Aparentemente, a ex-ministra já conseguiu tirar a diferença, está partindo para a campanha oficial em pé de igualdade com seu rival direto.
O que vem pela frente, portanto, é um jogo bem duro; não há aposta fácil neste momento. Será também um jogo em que quem errar menos ganhará mais. Agora é para valer, os candidatos podem sair às ruas e pedir votos. Até agosto, quando a propaganda eleitoral começa, se dá um momento de posicionamento das candidaturas. Este blog aposta que nada vai mudar muito até lá. A partir de setembro será possível de fato dizer se há favorito neste ano...

Comentários

  1. É sério que vc acredita que o Serra cresceu 7 pontos em apenas 1 semana? Desde o início desta série histórica, Ibope e Datafolha volta e meia dão números completamente fora da curva, sempre em benefício do Serra, para depois terem que dar um cavalo-de-pau para corrigi-los. Ponha os números em um gráfico e veja a montanha-russa que se forma. É o samba do crioulo doido. E o mais "engraçado" é que esses pontos fora da curva sempre ocorrem em momentos críticos da campanha do Serra; sempre quando ele mais precisa de uma pesquisa favorável.

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  2. Estou ansioso para ver nova pesquisa do Sensus ou da Vox Populi. Vou postar como anônimo porque não sou muito versado em computador e acho complicado usar outra alternativa.

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