Época 'Sinto que estou me afogando', diz paciente de hospital com maior registro de mortes por coronavírus no Brasil
O repórter Ullisses Campbell visitou o Sancta Maggiore, unidade de saúde privada que registrou 96 mortes por Covid-19 até quinta-feira (2) - metade dos óbitos registrados em SP, e produziu uma reportagem de arrepiar, publicada nesta sexta, 3/4, que reproduzimos abaixo. Vale muito a leitura.
O aposentado José Souza, de 73 anos, está internado desde o dia 16 de março na unidade do bairro do Paraíso, em São Paulo, do Hospital Sancta Maggiore. Chegou com tosse seca, febre e falta de ar, no mesmo dia em que morreu ali a primeira vítima conhecida do novo coronavírus no Brasil. A vítima, o porteiro aposentado Manoel Messias Freitas Filho, de 62 anos, ocupou um leito no mesmo corredor, antes de ser transferido para a UTI, onde morreu. Agora, é Souza quem luta pela vida. “Às vezes, fico com a sensação que estou me afogando. O ar desaparece”, disse a ÉPOCA na manhã da quarta-feira, respirando com a ajuda de um cateter nasal. Evangélico da Igreja Batista, encara com resignação a luta contra a doença que já matou mais de 30 mil pessoas desde que surgiu para assombrar o mundo. “Se me perguntar se quero morrer, vou responder que não. Só o fato de estar aqui é um milagre, apesar de não acreditar em milagre. Mas estou pronto, nas mãos de Deus. Ele é o Senhor de tudo”, disse. Viúvo, José tem um filho de 47 anos que não pode visitá-lo e três irmãos já falecidos. Sente saudade de assistir a partidas de futebol na televisão e mostra-se agoniado com os fios que auxiliam sua respiração. Na madrugada seguinte, sua dificuldade para respirar piorou, e ele foi transferido para o sexto andar e internado na UTI. Sedado, respirando por ventilação mecânica e alimentado por meio de uma sonda, ele é mais um de um número incerto de brasileiros — centenas? milhares? — que lutam pela vida.
Essa unidade do Paraíso, de acordo com médicos, é aquela onde ocorreu a maior parte das mortes pelo novo coronavírus das três do Sancta Maggiore que contabilizavam 96 vítimas até a tarde da quinta-feira. Em nenhum lugar do país a Covid-19 fez tantas vítimas até agora. No maior complexo hospitalar de São Paulo, o Hospital das Clínicas, foram registradas cinco mortes nessas mesmas duas semanas. O Sancta Maggiore tem uma peculiaridade que poderia explicar, em parte, a concentração de mortes. Ele faz parte da rede Prevent Senior, especializada em atender clientes acima dos 60 anos de idade, os mais vulneráveis ao novo coronavírus. Ainda assim, foi lá que ocorreu nada menos do que metade das mortes pela doença em São Paulo e um em cada três de todos os óbitos causados pela pandemia no Brasil até a quinta-feira.
ÉPOCA passou uma manhã no Sancta Maggiore do Paraíso, onde todos os 106 leitos estão ocupados com pacientes positivos para o novo coronavírus, sendo 30 na UTI. Mesmo nessa área mais crítica, nem sempre os profissionais usavam luvas e óculos o tempo todo. O médico Glauber Cavalcante, de 34 anos, seis de profissão, e responsável por uma das UTIs do Sancta Maggiore, explicou que, mesmo todo paramentado, a contaminação pode ser inevitável. Seja porque as gotículas contaminadas se espalham pelo ar expelidas inclusive pelos respiradores mecânicos da UTI, seja por causa de um espirro do paciente durante o atendimento. “A pandemia é uma situação inédita para o mundo, inclusive para nós, médicos. Ainda estamos nos adaptando”, disse. Por questão de segurança, o repórter e o fotógrafo usaram os equipamentos mais seguros recomendados pelas autoridades de saúde e fizeram uma higienização total antes e depois de entrar nas dependências. Após a apuração da reportagem, entraram em isolamento pelos próximos 14 dias.
O número de mortes colocou a rede na mira das autoridades da área. O primeiro a se pronunciar foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Quando concedeu sua entrevista coletiva diária na terça-feira 31, disse ter levado um susto com o número de mortes concentrado nesses hospitais. “Já se constituiu um ambiente de transmissão elevada lá dentro”, advertiu. O CEO da Prevent Senior, Fernando Parrillo, que administra as três unidades do Sancta Maggiore, rebateu: “Eu não sei do que estamos sendo vítimas. Se de uma perseguição ou de uma falta de informação”, disse a ÉPOCA. Parrillo defende que sua rede hospitalar é tão confiável que até sua mãe, Maria Parrillo, de 75 anos, está entubada há 15 dias com coronavírus na unidade do Sancta Maggiore do bairro de Santa Cecília, em São Paulo. “Se meus hospitais não fossem confiáveis, não deixaria minha mãe neles.”
A Prevent Senior tem 470 mil clientes com idade média de 68 anos e uma mensalidade média de R$ 800, longe de ser um valor baixo, de planos de saúde muito simples e de pouca cobertura. Tornou-se, no entanto, uma alternativa para famílias que não querem deixar seus idosos desassistidos, mas não conseguem pagar as mensalidades de milhares de reais cobradas por outros planos. No total, três hospitais do Sancta Maggiore têm 1.000 pacientes internados com suspeita de Covid-19 e 450 confirmados, segundo dados da entidade. De acordo com o diretor executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Junior, as estatísticas estão dentro do esperado, já que a média dos óbitos na rede é de pacientes com 80 anos. Ele lembrou que a Organização Mundial da Saúde estimou em 15% a taxa de mortalidade de pacientes dessa idade ou mais que contraem o vírus — entre os clientes da Prevent, segundo ele, esse percentual estaria em 12%, dentro, portanto, do esperado. “Nós atendemos a população que está sofrendo mais com essa doença e que tem o maior risco de morte por ela. Além disso, na população idosa está concentrada a maior percentagem de portadores de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, que são fatores de aumento de chance para morte nos pacientes que sofrem da pneumonia do coronavírus”, afirmou um dos médicos responsáveis pela internação do Sancta Maggiore, Thiago Gibello Gatti.
Em meio ao embate entre o hospital e as autoridades, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo pediu uma intervenção nas três unidades do Sancta Maggiore, que está sob suspeita de subnotificar dados — ou seja, o número de mortes pela doença poderia ser ainda maior. O CEO da Prevent Senior, em vídeo aos funcionários, reagiu à ameaça de intervenção: “Se o estado acha que pode administrar nossos hospitais melhor do que nós, que o faça”, desafiou Parrillo.
ÉPOCA teve acesso aos três laudos feitos por agentes da Vigilância Sanitária da prefeitura de São Paulo e do governo do estado. Na inspeção de 31 de março, os fiscais afirmaram que o hospital vem atrasando a notificação compulsória de óbitos por coronavírus. O relatório do auto de infração também fala em “falta de realização de exames nos pacientes com suspeitas de Covid-19 nas dependências da unidade do Sancta Maggiore do Paraíso”. A Prevent Senior se defendeu dessas acusações alegando que o sistema estava fora do ar e que não foi possível fazer os registros pela internet. Nesse caso, a vigilância epidemiológica pede que as informações sejam repassadas pelo telefone. “Imagina se vou tirar um médico do atendimento num momento de pandemia para ficar ao telefone”, rebateu o CEO, Parrillo.
Apesar de ser uma rede especializada em idosos, e eles são a imensa maioria nos quartos e UTIs, também há jovens internados ali. Na manhã da quarta-feira, havia seis pacientes com idade entre 30 e 40 anos, dois deles entubados. Isso se explica porque o Sancta Maggiore atende também seus médicos e enfermeiros que acabam se contaminando no exercício da profissão. Um deles era a auxiliar de enfermagem Deise de Souza Bezerra dos Santos, de 33 anos. Funcionária da unidade Tatuapé, ela contraiu o vírus enquanto trabalhava. O primeiro sinal foi uma tosse seca. Vieram uma febre de 39 graus e a temida falta de ar. No dia 9 de março, ela deu entrada na unidade do Sancta Maggiore do Paraíso e ficou 20 dias entubada na UTI. Seu estado ficou tão crítico que ela foi colocada de bruços, uma técnica-padrão usada para expandir os pulmões, aumentar a capacidade de oxigenar o sangue da paciente e facilitar a respiração. Sobreviveu. Na quarta-feira, ela teve alta da UTI e foi transferida para um leito comum. Seu marido, Cláudio Martins, de 37 anos, enfermeiro também do Sancta Maggiore, era a cara do alívio. Ele também testou positivo para a doença, que não sabe se pegou da mulher ou durante o trabalho, mas não desenvolveu os sintomas. “Ainda bem que já peguei, assim posso estar perto de minha esposa e cuidar dela com todo o meu amor”, contou.
Nem todos os finais são felizes, e a contagem de mortos continuava a aumentar. Às 9h30 da quarta-feira, o necrotério do hospital tinha dois corpos embalados em plásticos cinza, à espera de familiares. Um deles era o da aposentada Maria do Carmo Zangalli Batista, de 79 anos. Ela deu entrada no sábado 28 de março no Sancta Maggiore e morreu quatro dias depois. “Minha mãe tinha sofrido três acidentes vasculares cerebrais (AVC) no passado e ficou bem debilitada. Quando pegou esse vírus, não resistiu. Acho que ela estava sofrendo muito. É estranho, mas me sinto feliz em saber que o sofrimento dela acabou. Ela estava vivendo numa cama, tadinha”, contou a filha, Rosangela Batista, de 55 anos. Coube a ela a triste missão de reconhecer o corpo da mãe, que sairia da morgue do hospital diretamente para a cova, sem velório, por causa do medo de contaminação. “Acabou, mãe. Que os anjos lhe guiem até o céu”, despediu-se da mãe, ali mesmo no subsolo do hospital.
O aposentado José Souza, de 73 anos, está internado desde o dia 16 de março na unidade do bairro do Paraíso, em São Paulo, do Hospital Sancta Maggiore. Chegou com tosse seca, febre e falta de ar, no mesmo dia em que morreu ali a primeira vítima conhecida do novo coronavírus no Brasil. A vítima, o porteiro aposentado Manoel Messias Freitas Filho, de 62 anos, ocupou um leito no mesmo corredor, antes de ser transferido para a UTI, onde morreu. Agora, é Souza quem luta pela vida. “Às vezes, fico com a sensação que estou me afogando. O ar desaparece”, disse a ÉPOCA na manhã da quarta-feira, respirando com a ajuda de um cateter nasal. Evangélico da Igreja Batista, encara com resignação a luta contra a doença que já matou mais de 30 mil pessoas desde que surgiu para assombrar o mundo. “Se me perguntar se quero morrer, vou responder que não. Só o fato de estar aqui é um milagre, apesar de não acreditar em milagre. Mas estou pronto, nas mãos de Deus. Ele é o Senhor de tudo”, disse. Viúvo, José tem um filho de 47 anos que não pode visitá-lo e três irmãos já falecidos. Sente saudade de assistir a partidas de futebol na televisão e mostra-se agoniado com os fios que auxiliam sua respiração. Na madrugada seguinte, sua dificuldade para respirar piorou, e ele foi transferido para o sexto andar e internado na UTI. Sedado, respirando por ventilação mecânica e alimentado por meio de uma sonda, ele é mais um de um número incerto de brasileiros — centenas? milhares? — que lutam pela vida.
Essa unidade do Paraíso, de acordo com médicos, é aquela onde ocorreu a maior parte das mortes pelo novo coronavírus das três do Sancta Maggiore que contabilizavam 96 vítimas até a tarde da quinta-feira. Em nenhum lugar do país a Covid-19 fez tantas vítimas até agora. No maior complexo hospitalar de São Paulo, o Hospital das Clínicas, foram registradas cinco mortes nessas mesmas duas semanas. O Sancta Maggiore tem uma peculiaridade que poderia explicar, em parte, a concentração de mortes. Ele faz parte da rede Prevent Senior, especializada em atender clientes acima dos 60 anos de idade, os mais vulneráveis ao novo coronavírus. Ainda assim, foi lá que ocorreu nada menos do que metade das mortes pela doença em São Paulo e um em cada três de todos os óbitos causados pela pandemia no Brasil até a quinta-feira.
ÉPOCA passou uma manhã no Sancta Maggiore do Paraíso, onde todos os 106 leitos estão ocupados com pacientes positivos para o novo coronavírus, sendo 30 na UTI. Mesmo nessa área mais crítica, nem sempre os profissionais usavam luvas e óculos o tempo todo. O médico Glauber Cavalcante, de 34 anos, seis de profissão, e responsável por uma das UTIs do Sancta Maggiore, explicou que, mesmo todo paramentado, a contaminação pode ser inevitável. Seja porque as gotículas contaminadas se espalham pelo ar expelidas inclusive pelos respiradores mecânicos da UTI, seja por causa de um espirro do paciente durante o atendimento. “A pandemia é uma situação inédita para o mundo, inclusive para nós, médicos. Ainda estamos nos adaptando”, disse. Por questão de segurança, o repórter e o fotógrafo usaram os equipamentos mais seguros recomendados pelas autoridades de saúde e fizeram uma higienização total antes e depois de entrar nas dependências. Após a apuração da reportagem, entraram em isolamento pelos próximos 14 dias.
O número de mortes colocou a rede na mira das autoridades da área. O primeiro a se pronunciar foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Quando concedeu sua entrevista coletiva diária na terça-feira 31, disse ter levado um susto com o número de mortes concentrado nesses hospitais. “Já se constituiu um ambiente de transmissão elevada lá dentro”, advertiu. O CEO da Prevent Senior, Fernando Parrillo, que administra as três unidades do Sancta Maggiore, rebateu: “Eu não sei do que estamos sendo vítimas. Se de uma perseguição ou de uma falta de informação”, disse a ÉPOCA. Parrillo defende que sua rede hospitalar é tão confiável que até sua mãe, Maria Parrillo, de 75 anos, está entubada há 15 dias com coronavírus na unidade do Sancta Maggiore do bairro de Santa Cecília, em São Paulo. “Se meus hospitais não fossem confiáveis, não deixaria minha mãe neles.”
A Prevent Senior tem 470 mil clientes com idade média de 68 anos e uma mensalidade média de R$ 800, longe de ser um valor baixo, de planos de saúde muito simples e de pouca cobertura. Tornou-se, no entanto, uma alternativa para famílias que não querem deixar seus idosos desassistidos, mas não conseguem pagar as mensalidades de milhares de reais cobradas por outros planos. No total, três hospitais do Sancta Maggiore têm 1.000 pacientes internados com suspeita de Covid-19 e 450 confirmados, segundo dados da entidade. De acordo com o diretor executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Junior, as estatísticas estão dentro do esperado, já que a média dos óbitos na rede é de pacientes com 80 anos. Ele lembrou que a Organização Mundial da Saúde estimou em 15% a taxa de mortalidade de pacientes dessa idade ou mais que contraem o vírus — entre os clientes da Prevent, segundo ele, esse percentual estaria em 12%, dentro, portanto, do esperado. “Nós atendemos a população que está sofrendo mais com essa doença e que tem o maior risco de morte por ela. Além disso, na população idosa está concentrada a maior percentagem de portadores de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, que são fatores de aumento de chance para morte nos pacientes que sofrem da pneumonia do coronavírus”, afirmou um dos médicos responsáveis pela internação do Sancta Maggiore, Thiago Gibello Gatti.
Em meio ao embate entre o hospital e as autoridades, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo pediu uma intervenção nas três unidades do Sancta Maggiore, que está sob suspeita de subnotificar dados — ou seja, o número de mortes pela doença poderia ser ainda maior. O CEO da Prevent Senior, em vídeo aos funcionários, reagiu à ameaça de intervenção: “Se o estado acha que pode administrar nossos hospitais melhor do que nós, que o faça”, desafiou Parrillo.
ÉPOCA teve acesso aos três laudos feitos por agentes da Vigilância Sanitária da prefeitura de São Paulo e do governo do estado. Na inspeção de 31 de março, os fiscais afirmaram que o hospital vem atrasando a notificação compulsória de óbitos por coronavírus. O relatório do auto de infração também fala em “falta de realização de exames nos pacientes com suspeitas de Covid-19 nas dependências da unidade do Sancta Maggiore do Paraíso”. A Prevent Senior se defendeu dessas acusações alegando que o sistema estava fora do ar e que não foi possível fazer os registros pela internet. Nesse caso, a vigilância epidemiológica pede que as informações sejam repassadas pelo telefone. “Imagina se vou tirar um médico do atendimento num momento de pandemia para ficar ao telefone”, rebateu o CEO, Parrillo.
Apesar de ser uma rede especializada em idosos, e eles são a imensa maioria nos quartos e UTIs, também há jovens internados ali. Na manhã da quarta-feira, havia seis pacientes com idade entre 30 e 40 anos, dois deles entubados. Isso se explica porque o Sancta Maggiore atende também seus médicos e enfermeiros que acabam se contaminando no exercício da profissão. Um deles era a auxiliar de enfermagem Deise de Souza Bezerra dos Santos, de 33 anos. Funcionária da unidade Tatuapé, ela contraiu o vírus enquanto trabalhava. O primeiro sinal foi uma tosse seca. Vieram uma febre de 39 graus e a temida falta de ar. No dia 9 de março, ela deu entrada na unidade do Sancta Maggiore do Paraíso e ficou 20 dias entubada na UTI. Seu estado ficou tão crítico que ela foi colocada de bruços, uma técnica-padrão usada para expandir os pulmões, aumentar a capacidade de oxigenar o sangue da paciente e facilitar a respiração. Sobreviveu. Na quarta-feira, ela teve alta da UTI e foi transferida para um leito comum. Seu marido, Cláudio Martins, de 37 anos, enfermeiro também do Sancta Maggiore, era a cara do alívio. Ele também testou positivo para a doença, que não sabe se pegou da mulher ou durante o trabalho, mas não desenvolveu os sintomas. “Ainda bem que já peguei, assim posso estar perto de minha esposa e cuidar dela com todo o meu amor”, contou.
Nem todos os finais são felizes, e a contagem de mortos continuava a aumentar. Às 9h30 da quarta-feira, o necrotério do hospital tinha dois corpos embalados em plásticos cinza, à espera de familiares. Um deles era o da aposentada Maria do Carmo Zangalli Batista, de 79 anos. Ela deu entrada no sábado 28 de março no Sancta Maggiore e morreu quatro dias depois. “Minha mãe tinha sofrido três acidentes vasculares cerebrais (AVC) no passado e ficou bem debilitada. Quando pegou esse vírus, não resistiu. Acho que ela estava sofrendo muito. É estranho, mas me sinto feliz em saber que o sofrimento dela acabou. Ela estava vivendo numa cama, tadinha”, contou a filha, Rosangela Batista, de 55 anos. Coube a ela a triste missão de reconhecer o corpo da mãe, que sairia da morgue do hospital diretamente para a cova, sem velório, por causa do medo de contaminação. “Acabou, mãe. Que os anjos lhe guiem até o céu”, despediu-se da mãe, ali mesmo no subsolo do hospital.
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