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Mostrando postagens de maio, 2020

Fake news, Witzel investigado: Bolsonaro segue forte nas crises

Abertura da Newsletter da LAM Comunicação. Nesta semana, não foi na sexta-feira. Começou logo na terça-feira, com uma operação da Polícia Federal que acordou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), agora um ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo Witzel, se trata de clara perseguição política vinda do chamado gabinete do ódio, coordenado pelos filhos do presidente e núcleo duro do Planalto. No dia seguinte, 27/5, veio o troco: a mesma PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão como parte do inquérito que investiga a disseminação de “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações” que atinjam o STF, seus ministros e familiares. Entre os alvos, aliados do presidente, como o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; e os blogueiros Allan dos Santos e Winston Lima. Horas após a operação ter sido deflagrada, o atual Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF a suspensão do inqué

Dica da Semana: Brand publishing: para marcas que são fortes em seus segmentos

Da newsletter da LAM Comunicação desta semana. Nesta edição, a nossa coluna semanal Dica da Semana dá lugar a um excelente artigo do nosso cliente Paulo Henrique Ferreira, o PH, sócio e fundador da Barões Digital Publishing, agência sediada no Rio de Janeiro, com filial em São Paulo, que estamos atendendo desde o começo do ano. O artigo foi originalmente publicado prestigiado portal do Meio e Mensagem, a mais importante publicação do trade de marketing no país. Está reproduzido abaixo, na próxima semana publicaremos outro texto de cliente, de autoria do advogado Massami Uyeda Jr., sócio do escritório Arap, Nishi&Uyeda, sobre o futuro do setor de infraestrutura pós pandemia. Boa leitura a todos! No processo inevitável de desintermediação pelo qual diversos setores têm passado (e vão passar), no campo da mídia e comunicação, um dos movimentos mais relevantes é de marcas que conseguem, por meio de seus projetos de conteúdo digitais, se tornarem publishers verticais relevantes. Mais

Piauí: Witzel a jato

Celeridade da Procuradoria da República contra governador do Rio surpreende na operação que expôs contratos da primeira-dama com um dos maiores fornecedores do estado, escreve Malu Gaspar no site da revista Piauí, em matéria publicada dia 27/5, sobre um dos escândalos da semana. Vale a leitura. A imagem dos carros da Polícia Federal cercando o Palácio das Laranjeiras na manhã de terça-feira (26) provocou nos fluminenses uma triste sensação de déjà-vu. Não faz dois anos que o então governador Luiz Fernando Pezão deixou o palácio em direção ao Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Niterói, acusado de receber quase 40 milhões de reais em propinas de contratos do governo do Rio. O governador Wilson Witzel não foi preso, mas a Operação Placebo, como foi batizada, o atinge de forma acachapante. Entre os indícios que levaram à ação estão áudios em que empresários presos sob acusação de desvio de recursos da saúde mostram saber que o "01", ou "WW", assinaria

Spike Lee: “O mundo inteiro precisa apertar o botão de reiniciar”

Ele é há décadas o grande cronista cinematográfico da comunidade afro-americana nos Estados Unidos. Retratou como poucos em seus filmes a turbulenta vida em Nova York, cidade que agora, a partir do seu confinamento no Upper East Side, vê esvaziada pela pandemia. Lá, ele compartilha jantares com sua família e dedica tardes ao cinema e a leituras. Agora volta com novo filme. E diz que a humanidade será dividia em duas fases: a.c. / d.c. – antes e depois do coronavírus, escreve Quino Petit no El País, abrindo a matéria com entrevista do cineasta, um dos grandes gênios contemporâneos. É longa, mas vale chegar ao final. Abaixo, na íntegra. Talvez já faça muito tempo desde o primeiro bagulho de Spike Lee. Aquela história de Nola Darling e seus namoricos pelo Brooklyn, deliciosamente rodada em branco e negro sob o título original de She’s Gotta Have It [Ela Quer Tudo, no Brasil], representou, em 1986, o início de uma série de obras com que este cineasta miúdo e de verbo faiscante vem há déc

Como sobreviver ao eterno home office

Vestir uma roupa como se de fato fôssemos ao escritório e diferenciar vida profissional e privada são dois aspectos fundamentais para que o trabalho em casa seja uma experiência positiva, escreve Pilar Jericó no El País, em artigo publicado dia 24/5. Abaixo a íntegra, com dicas boas. O home office veio para ficar. Embora o confinamento termine, muitos empregados não voltarão ao escritório. Trabalharão em casa ou no lugar onde estiverem. Antes de a covid-19 ter entrado em nossas vidas, a porcentagem de pessoas que faziam home office diariamente na Espanha mal superava os 4%, segundo o Eurostat. É provável que o número de trabalhadores que se juntarão a essa nova rotina será muito maior quando estes tempos estranhos terminarem, por decisão das empresas ou dos próprios profissionais. Trabalhar em casa tem suas vantagens: poupamos tempo e gastos no deslocamento e desfrutamos de maior flexibilidade horária. No entanto, para algumas pessoas isso pode ser um fardo, e não apenas pelas dific

Época: as muitas faces do lockdown no mundo

Países emergentes na Ásia e na América Latina têm tido resultados diferentes em suas experiências de confinamento, escreve Ana Rosa Alves em matéria publicada na edição desta semana na revista. Na íntegra, abaixo. “Existe alguém na Índia que não admire a China?” A pergunta foi feita por Yi Jing, um chinês que foi estudar medicina na região nordeste da Índia no século VII, uma prova da milenar admiração mútua e também da rivalidade entre os vizinhos asiáticos. Nos últimos anos, a disputa entre os dois países rendeu debates acalorados e dezenas de livros sobre qual seria o melhor sistema político e a estratégia de crescimento econômico mais eficaz. O mais recente capítulo nessa história é a comparação das respostas dos dois países no combate à pandemia do novo coronavírus — uma discussão que pode ser útil ao Brasil no momento em que cidades e estados por aqui começam a adotar medidas como o lockdown. A China é alvo de críticas por não ter combatido de forma eficaz a existência de feir

Célia de Gouvêa Franco: um repórter contra notícias falsas... em 1933

Em tempos de fake news, o texto da editora do Valor cai como uma luva, saiu no jornal na sexta, 29/5. Saboroso e muito bom o texto. Qual é o principal papel do jornalista, sua missão primordial? Mais especificamente, quais são os principais deveres e direitos do repórter? Segundo os dicionários, a palavra “repórter” veio do inglês “to report”, que tem origem, por sua vez, no vocábulo francês medieval “reporteur”, com o sentido de narrador. Mais remotamente, a raiz de “reporteur” é o verbo latino “portare” - trazer do porto, levar ao porto. “Reportare” é uma composição de dois elementos léxicos: “re + portare”. Ou seja, a notícia é “levada” (“portare”) ao repórter que a “leva” ao público novamente (“re-portare”). Essa é a missão do repórter. Apurar os fatos e relatá-los, mesmo que em condições adversas e enfrentando hostilidade dos governantes de plantão e dos próprios colegas. Este é também o cerne da história de um jornalista galês, Gareth Jones, que viveu entre 1905 e 1935 (sim,

“Vai estourar”, diz brasileira professora em Harvard sobre a crise no Brasil

Gráficos, curvas e números que passaram a frequentar o cotidiano dos brasileiros durante a pandemia de covid-19 apontam para uma direção: o desastre. As contas nem são tão complexas. Sem atenção básica de saúde voltada para as disparidades sociais do Brasil, a necessidade de ajuda financeira para a população vai se prolongar. Numa economia já combalida, o resultado é previsível. “Vai estourar”, prevê a demógrafa Marcia Castro, primeira e única mulher brasileira a ocupar uma cadeira de professora titular na cobiçada Universidade Harvard, no Departamento de Saúde Global e População. Matéria de Ricardo Lessa para o Valor, publicada sexta, 29/5, no Caderno EU&Fim de Semana, vale a leitura. “O problema não é injetar dinheiro na economia, que é até recomendável em crises como a que vivemos, mas, sim, o governo não fazer a segunda parte do dever de casa, que seria colocar em ação um programa de controle e isolamento social organizado para a complexidade do Brasil. Isso vai gerar uma dív

Valor: crises em série afetam a saúde mental da população

Existem palcos excepcionalmente propícios para que a pandemia de covid-19 exponha toda sua violência. Entre eles, há as unidades de “cuidados paliativos” dos centros médicos espalhados pelo mundo. Isso não é diferente no Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo. Nesse setor, a letalidade da covid-19 alcança 80%: de cada dez internados, oito morrem. E, ali, as cenas são ainda mais dramáticas que os números, escreve Carlos Rydlewskiem reportagem especial publicada no Valor de sexta-feira, 29/5. Muito importante o tema, matéria longa, porém obrigatória. Continua abaixo. Por causa do risco de contaminação, os pacientes ficam isolados, mesmo nos instantes que antecedem as mortes. Nessas ocasiões, são os integrantes das equipes médicas que, ao lado dos leitos, acionam celulares para que os familiares enviem suas mensagens de despedida. “E mesmo debilitados, muitas vezes os doentes reagem à essa situação”, diz a enfermeira Ednalda Franck. “Eles procuram pelo ambiente de onde vêm aquelas voz

Gilberto Dimenstein: Adeus, irmão.

Não espere imparcialidade, não espere distanciamento crítico: aqui não escreve o jornalista, mas o irmão que conviveu com ele nos últimos 40 anos. Ou não conviveu: houve época em que trabalhamos juntos, em que, mesmo trabalhando longe, morando longe, buscávamos contato diário; houve época em que ficamos afastados, não por brigas, mas por circunstâncias diversas – como ele morar em outro país quando não havia telefone por Internet. Mas, quando nos falávamos, é como se a última conversa tivesse sido ontem, escreve Carlos Brickmann em seu blog Chumbo Gordo. Uma bela homenagem a um dos grandes jornalistas que o Brasil perdeu nesta semana, mais um que vai fazer falta nestes tempos estranhos que estamos vivendo. O Gil soube se reinventar algumas vezes. Começou como repórter, repórter dos bons, foi um tormento para o Palácio da Alvorada enquanto morou em Brasília, movia-se com espantosa facilidade entre fontes das mais variadas tendências. Aí, seguindo uma sugestão do mestre Ewaldo Dantas F

Zumbis digitais: graças à tecnologia, muitos artistas mortos estão revivendo

Agora é só uma questão de tempo. Entre a realidade e a animação digital já não há limites, como se viu no tigre de “A história de Pi”, no dragão de “Game of Thrones”, nos pássaros de “Rio”; e se já fazem animais tão bem (nesses filmes “diretor de pelos” e “diretor de penas” são créditos importantes), quando começarão a fazer humanos? Os atores apenas cederão os direitos de uso de sua imagem, serão escaneados e o resto fica com o pessoal da animação. E com o “diretor de cabelos” e o “diretor de pele”. Os atores só dublarão os seus avatares, escreve Nelson Motta em sua coluna no jornal O Globo, publicada dia 29/5. Vale a leitura, continua a seguir. As interpretações do ator digital podem até ser melhores que as de humanos canastrões. O diretor pode fazer com ele o que quiser, sem discussões, quantas vezes quiser. Sem hora extra nem cansaço, sem crises existenciais e sem esquecer o texto. Como um fantoche digital. Não precisa nem ser um ator que já exista, pode ser um novo, criação digi

Atila Iamarino: Brasil reabre sem fazer lição de casa

A Europa reabre. Espanhóis e italianos voltam a circular. Ingleses voltam a dirigir. Em comum, os países têm algumas coisas: o sol e o interesse no movimento econômico do verão, mas também a diminuição do número de casos, escreve Atila Iamarino em artigo publicado dia 29/5 na Folha de S. Paulo. Continua a seguir, vale muito a leitura! Adotaram isolamento social efetivo e seus líderes comunicaram claramente a importância da população seguir essas medidas. Reduziram o número de pessoas que alguém com o coronavírus infecta para menos de 1 na média (o famoso R0). Com menos de uma pessoa infectada por outra, o número de casos entra em declínio e o surto local entra em controle. Um controle bem tênue. Coreia do Sul, Singapura e China que o digam, enquanto afinam o balanço entre retomar a economia e conter o aumento de casos acompanhados na base de muito, muito teste. Já o Brasil ensaia a reabertura como europeus fazem. Alguns certamente já se preparam para vestir calça social pela primei

Desejo de muita gente, por Tati Bernardi

Nos últimos dez anos, cada vez em que fiquei parada no trânsito da Vila Madalena, com aqueles bares abarrotados e a multidão nas calçadas (e no meio da rua, quase em cima da minha cabeça), eu esbravejei contra todos. Inquieta, pensava: “Ai que inferno de cidade, de bairro, de tudo”, querendo chegar logo em casa, querendo ficar logo sozinha e em silêncio no meu escritório, invejando a juventude e o desejo deles. Esquecendo (ou lembrando demais) que já pertenci àquela abundância. Que vontade estranha essa de sair e de se amontoar, escreve Tati Bernardi em sua coluna semanal na Folha de São Paulo, publicada às sextas-feiras. Continua a seguir. Pois essa noite sonhei que passeava na Vila Madalena, a pé, e via os bares e restaurantes abrindo, as pessoas chegando. E eu chorava no sonho, copiosamente. Acordei com o coração a mil, emocionada. Fazia tempo que não acontecia, mas agora eu estava com desejo de muita gente. Lembrei de algumas festas que fiz em casa e que foram sucesso de público