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Mostrando postagens de outubro, 2019

A fala de Eduardo Bolsonaro é para ser levada a sério?

Todos os portais de notícias estão destacando nesta quinta-feira, último dia de outubro, a declaração de Eduardo Bolsonaro sobre a volta do AI-5. Vale reproduzir a íntegra do que o filho do presidente da República disse: “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada.” Depois da polêmica, ele voltou ao tema e escreveu em sua página no Twitter: “O QUE FOI O AI-5? Dilma, Lula, Franklin Martins, Marighella, Lamarca e outros trouxeram pânico e terror ao Brasil no final dos anos 1960 e início dos 70. Hoje a estratégia se repete no Chile e a esquerda brasileira está louca para trazer isso para o Brasil.” Já o pai de Eduardo não gostou das declarações: “O AI-5 já existiu no passado, em outra Constituição, não existe mais. Esquece. Vai acabar a entrevista aqui. Cobre dele. Quem quer que seja que

O fantasma de Marielle assombra a família Bolsonaro

A morte de Marielle Franco, vereadora negra e lésbica do PSOL do Rio, já foi parcialmente esclarecida, resta ainda saber quem são os mandantes de seu assassinato. Uma coisa, porém, é certa: o caso pode ser um divisor de águas do atual governo.  Se foi Jair Bolsonaro que atendeu a chamada da portaria ou não, importa pouco neste momento. A reação transtornada do presidente para rebater a matéria do Jornal Nacional de ontem é quase uma assunção de alguma culpa. Este blog não acha que Bolsonaro teve participação direta no assassinato de Marielle, mas sabe, como a torcida do Flamengo, que os assassinos frequentavam a casa do presidente no Rio de Janeiro - um deles é seu vizinho de condomínio. Os assassinos, aliás, estão presos e são réus, acusados pelo crime. O mandante parece ter sido o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio Domingos Brazão, mas isto ainda não foi comprovado. Tudo somado, o caso tem potencial de complicar a governabilidade da atual gestão porque ainda que a famí

Fãs de TV comemoram renovação do Brexit por mais uma temporada

Um pouco de humor... Em inglês é mais divertido! Fans of Britain’s long-running comedy-drama Brexit are today overjoyed after learning that another season of the popular show has been commissioned. Just when it looked like the UK’s telly addicts would need to find another boxset to binge-watch it has been announced that Brexit – possibly the greatest farce since Fawlty Towers and a fantasy to rival Game of Thrones – will roll on for at least one more season. Brexit aficionado Simon Williams had been bracing himself for the show’s emotional finale. “I’m so happy!” he said. “It looked like it would be all over this week, but there was still so much potential with these characters, so many more votes they could have on Boris’ deal – so many more machiavellian plots to fail and embarrassments to endure. “I’ve been so worried recently what with all the rumours about the show being cancelled amid falling ratings. “But the turnout at this month’s Brexit-con demonstrates that there’s sti

El País: A disputa que fez a Companhia das Letras tentar barrar biografia de Roberto Marinho

O livro é muito bom, vale a leitura, e a história em torno dele mostra que Marinho, morto, ainda tem poderes sobre os vivos... Autor Leonêncio Nossa acusa empresa de querer mudar seu livro por causa de trecho sobre Walther Moreira Salles. Editora diz que jornalista descumpriu contrato e ganha na Justiça direito de receber os royalties pela obra. Em uma disputa inédita, a Companhia das Letras, maior editora do Brasil, tentou impedir na Justiça que o jornalista Leonêncio Nossa, um dos mais premiados do país, publicasse e vendesse uma nova biografia do empresário Roberto Marinho (1904-2003), fundador do poderoso Grupo Globo. A tentativa foi feita assim que a gigante editorial soube do lançamento do livro Roberto Marinho: o poder está no ar por uma nova editora, a Nova Fronteira, em 17 de maio no Rio de Janeiro. O plano completo da Cia das Letras, que havia rompido com Nossa por divergências sobre a obra no processo de edição, não deu certo, mas era só um dos capítulos de uma das disputa

Samor: Eduardo Cunha, a biografia de um profissional

Boa resenha de Geraldo Samor no Brazil Journal sobre a biografia de Eduardo Cunha, personagem central na queda de Dilma Rousseff. Chico Otávio e Aloy Jupiara capricharam. Escreve Samor: de todos os personagens cavernosos que já chafurdaram no pântano brasiliense, Eduardo Cosentino Cunha certamente foi um dos mais despudorados da história republicana recente. Cunha aperfeiçoou o uso comercial da política, carregando a tocha de uma tradição estabelecida por malvados de outrora como Orestes Quércia ou Paulo Salim Maluf. Na íntegra: Conhecido no eixo Faria Lima-Brasília mais por seus vícios que por suas virtudes, foi instrumental no impeachment de Dilma Rousseff, pelo que ganhou a simpatia de muitos — mas o jornalismo do Rio de Janeiro, onde Cunha começou a carreira e tinha sua base, sempre soube de todos os seus truques. Agora, dois desses repórteres — Chico Otávio e Aloy Jupiara— estão lançando a biografia não autorizada do ex-deputado, ironicamente chamada de “Deus Tenha Misericórd

América Latina em transe

Depois dos protestos que viraram o Chile de cabeça para baixo e levaram seu presidente a propor a renúncia coletiva do ministério inteiro, a Argentina amanhece nesta segunda-feira com um novo presidente eleito e a ex-presidente Cristina Kirchner de vice-presidente. É dela o principal mérito da vitória de Alberto Fernández já no primeiro turno, fazendo encerrar o ciclo liberal de Macri, para espanto de muitos analistas. No Uruguai, a eleição será decidida no segundo turno entre a Frente Ampla de esquerda, que está no poder há 15 anos, e o candidato Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, que superou 29% dos votos e irá disputar a segunda rodada em novembro com chances de vencer, caso a direita e extrema direita o apoiem. Mas o mais surpreendente no último final de semana foi a eleição da prefeita de Bogotá: lésbica assumida, a ex-senadora Claudia López, da Aliança Verde, fez história ao vencer o pleito na capital da Colômbia. A prefeita, que passou a última década denunciando a alianç

Fukuyama na Veja: políticos conservadores à la Trump não sabem governar

Muito interessante a entrevista do cientista político Francis Fukuyama, citado aqui nesta semana no post sobre os protestos na América Latina. Veja ouviu a pessoa certa desta vez... Íntegra abaixo. Por Thiago Bronzatto O americano Francis Fukuyama tornou-se uma celebridade acadêmica mundial quando publicou, há trinta anos, um artigo intitulado “O fim da história?”. A sua tese, que proclamou a derrota do comunismo e a supremacia da democracia liberal capitalista, virou um best-seller na década de 90. Na época, ele mencionou o então empresário Donald Trump como exemplo de pessoa que combinava ambição com desejo de reconhecimento social — o dínamo desse modelo. Mal suspeitava que a ambição de Trump um dia o levaria muito além. Foi por essa razão, aliás, que Fukuyama decidiu escrever o seu mais recente livro, Identidade: a Demanda por Dignidade e a Política do Ressentimento (em tradução livre do inglês), ainda sem previsão de lançamento no Brasil. Nele, o mentor de personalidades como

Dica da semana: Olivia Pope vale cada episódio de uma trama divertida

Scandal é uma série muito divertida. Quem gosta de política e comunicação precisa assistir. Originalmente produzida pela norte-americana ABC, estreou em 5 de abril de 2012. Criada por Shonda Rhimes, que também é sua produtora executiva, roteirista e showrunner, é um thriller político que se passa em Washington (DC). A série tem como seu ponto mais forte a atuação de Kerry Washington, que interpreta Olivia Pope, uma ex-funcionária da Casa Branca responsável pela criação da Olivia Pope & Associates, empresa de gerenciamento de crises. A personagem foi inspirada na ex-assessora de imprensa do governo de George H. W. Bush, Judy Smith. Smith, além de escrever no blog What Would Judy Do? um post para cada episódio de Scandal, também é co-produtora executiva e consultora técnica da série. No Brasil, está sendo exibida na Netflix e já tem 6 temporadas, a última gravada e exibida em 2017. Olivia Pope é tudo de bom. Resolve casos intrincados, se apaixona, tem um affair com o presidente n

STF forma maioria contra prisão em segunda instância

O julgamento de hoje no Supremo Tribunal Federal, conforme era esperado, foi suspenso e será retomado em novembro, porque semana que vem não haverá sessões.  Já votaram a favor da execução da pena após a condenação em segunda instância Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.  Contra, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Faltam os votos de Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli. A maioria contrária ao cumprimento de sentenças antes de que elas transitem em julgado está formada porque Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Celso de Mello votam com o relator e o placar deve ficar em 6 a 5, abrindo caminho para que o ex-presidente Lula seja solto em novembro, mês que promete ser quente na política nacional. O voto decisivo foi proferido pela ministra Rosa Weber, favorável ao cumprimento das penas só depois dos processos transitarem em julgado.

Bucci: Aprendizes de Adolf Hitler

Muito interessante o texto do jornalista e professor Eugênio Bucci no Estado de S. Paulo. Um resgate atual de um personagem que todos preferimos esquecer, a partir das denúncias da também jornalista e deputada Joice Hasselman, até anteontem líder do governo no Congresso, e que agora tem levado adiante o caso da disseminação das fake news durante a campanha eleitoral do ano passado. A explicação é simples, a máquina se voltou contra ela depois que rompeu com os filhos do capitão-presidente. Vale a leitura. A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) agora acusa o governo de manter assessores encarregados de disparar fake news para destruir a reputação de pessoas que até anteontem cerravam fileiras com o presidente. As redes sociais são o campo de batalha da guerra interna que consome as falanges bolsonaristas. As armas incluem, segundo a deputada, perfis falsos, notícias fraudulentas e calúnias. As denúncias ainda precisam ser comprovadas. O que não mais precisa de comprovação, porque já e

Reforma aprovada: e agora, o que vem pela frente

A reforma da Previdência finalmente foi aprovada. Como já foi apontado aqui, era um passo fundamental para que o Brasil pudesse voltar a crescer. Não é uma questão política, é um problema demográfico e matemático, porque a conta não fecha: se a população envelhece e se aposenta, alguém tem que pagar, isto é, o sistema precisa de mais recursos para oferecer o benefício aos que se retiram do mercado de trabalho. Se o texto com as regras aprovadas era o melhor, são outros quinhentos, e aí é que o bicho pega. De qualquer maneira, melhor uma reforma do que nenhuma. Agora o governo precisará mostrar ao que veio, porque esta era uma pauta de anos atrás, não uma novidade desta gestão. Em tese, a próxima será a reforma tributária ou talvez a política, ambas fundamentais. Mas será que a economia vai reagir? Os sinais até aqui são positivos, mas muito tímidos ainda. E da reação da economia depende o futuro do governo e a reeleição do presidente. Há quem aposte que Bolsonaro sem pauta nem agenda

Bob Woodward: PR and media relations should go old school

Bob tem razão: "Qual é o trabalho do presidente dos Estados Unidos?", perguntou o veterano jornalista aos profissionais do setor na Conferência Internacional da PRSA no domingo, 10 de outubro, em San Diego. Ele poderia ter perguntado: Qual é o trabalho de qualquer executivo de topo? "O trabalho do presidente", disse Woodward, "é estabelecer qual é o próximo estágio do bem para a maioria do país". É assim que ele define liderança - um dever sagrado para o comandante em chefe, mas um dos principais prioridade para todos os líderes. Woodward, o jornalista investigativo que, juntamente com o colega Carl Bernstein, relatou o escândalo de Watergate, compartilhou as lições que aprendeu sobre contar histórias, a verdade e a confiança do público em uma carreira de cobertura de triunfos e dificuldades da Casa Branca. O argumento dele para profissionais e jornalistas de relações públicas: é mais importante do que nunca aparecer e interagir diretamente com as pess

Mundo em convulsão: a história não acabou...

O portal G1 fez um resumo, atualizado ontem às 18h, portanto já um pouco defasado, dos protestos em diversos países do mundo e as motivações de cada um. Chile, Espanha, Equador, Líbano, Haiti, Iraque e Hong Kong estão entre os que enfrentaram manifestações nos últimos dias. Depois que a matéria foi fechada, Bolívia também convulsionou com a reeleição de Evo Morales em primeiro turno. Em 1989, após a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, o filósofo e sociólogo Francis Fukuyama publicou um famoso artigo intitulado “O fim da história”, depois ampliado e transformado em livro - “O fim da história e o último homem”. Fukuyama defendia a tese de que, com o fim do comunismo e da Guerra Fria, a democracia liberal como forma de governo não teria mais alternativas, colocando um fim ao processo histórico de desenvolvimento material da humanidade. E no lado econômico, o neoliberalismo vingaria em todos os países. Não é o que parece estar acontecendo. No mundo inteiro, a democracia l

2013 chegou ao Chile?

No El País, uma interessante reflexão comparando os protestos no Chile com os que ocorreram no Brasil em 2013 e que culminaram na queda de Dilma Rousseff do governo. Piñera conseguirá resistir ao verdadeiro terremoto político que teve início na semana passada? PROTESTOS NO CHILE Explosão social no Chile reflete mal-estar com desigualdade e lembra atos do Brasil de 2013 Entenda o contexto dos protestos que colocaram o país sob o controle dos militares. Aumento do custo de vida e desconexão dos políticos com os cidadãos explicariam em parte a explosão social chilena Alguns dos protestantes neste sábado em Santiago de Chile. No vídeo, entenda os motivos dos protestos. ROCÍO MONTES Santiago - 21 OCT 2019 - 15:36 BRT Chilenos desafiam toque de recolher, e distúrbios deixam pelo menos oito mortos Piñera suspende o aumento do preço do metro, e Exército decreta toque de recolher em Santiago Chile decreta estado de emergência pelos protestos contra o aumento do metrô O Chile era

Hacker aqui

Interessante e assustadora a reportagem da CNN. A hacker Rachel Tobac: como obter o endereço de alguém sem senhas ou acesso a emails We asked a hacker to try and steal a CNN tech reporter's data. Here's what happened Story by Donie O'Sullivan, CNN Business Las Vegas (CNN Business)I share, therefore I am. I am the kind of person who posts Instagram photos (filtered, of course) from my vacation. I am also the kind of person who tweets about buying an overly-expensive piece of furniture because I fell for a sleek online ad about how it would change my life. I am basic. Thing is, I thought my social media posts merely betrayed my desperate need for attention and likes. It turns out, though, that they're also a goldmine for hackers. Using two of my posts -- an Instagram check-in at a hotel on the west coast of the United States and a tweet about a piece of furniture -- a hacker was quickly able to get my home address and my cell phone number. How? Both the

Época: Em busca da América profunda

Vale a leitura da reportagem de Ascanio Seleme publicada na revista Época, íntegra abaixo. DE NOVA YORK A SAN FRANCISCO: O QUE UMA 'ROAD TRIP' DE 6 MIL QUILÔMETROS REVELA SOBRE EUA E BRASIL Ascanio Seleme Foram 5.450 quilômetros de estrada em 14 dias. Pegamos o carro, um super SUV, em Nova York e o entregamos duas semanas depois em San Francisco. Considerando os percursos extras dentro de parques e cidades, roamos 6.062 quilômetros. Ou 1.888 quilômetros a mais que a distância que separa o Oiapoque do Chuí. Além de Nova York e San Francisco, paramos em outras sete cidades e passamos por 11 estados. Fizemos grandes paradas ou apenas pit stops em South Bend, Chicago, Sioux Falls, Rapid City, Cody, Idaho Falls, Reno e Fairfield, no Vale do Napa. Os estados percorridos foram Nova York, New Jersey, Pennsylvania, Ohio, Indiana, Illinois, Iowa, Wyoming, Idaho, Nevada e Califórnia. Viajamos em três, um executivo de uma empresa de engenharia de São Paulo, um empresário de Arax