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Mostrando postagens de setembro, 2019

RIP Newton Carlos

Tive a honra de trabalhar por cinco anos com Newton Carlos. Ele jamais atrasou uma coluna, mandava sempre com antecedência e era impossível editar seus textos, chegavam redondinhos sempre, salvo uma ou outra palavra escrita nas regras antigas da ortografia. "Não tenho como acompanhar mais uma mudança", brincava ele. E era metódico - assistia o noticiário da CNN todos os dias, mandava a coluna na quarta-feira e me ligava na sequência para conversar sobre o tema do artigo. Tive a sorte de aprender como se faz jornalismo com ele, com Alberto Dines, Roberto Muller e Getúlio Bittencourt. Lucky me. Descanse em paz, Newton, você vai fazer falta por aqui. Morre Newton Carlos, pioneiro do jornalismo internacional, aos 91 Jornalista foi referência em coberturas e análises políticas, especialmente de América Latina Morreu nesta segunda-feira (30) no Rio de Janeiro o jornalista Newton Carlos de Figueiredo, pioneiro na cobertura internacional na imprensa brasileira, espe

Reinaldo: A piscadela indecorosa para Lula da acuada Lava Jato. Ou: Vade retro!

Interessante o texto do jornalista Reinaldo Azevedo em seu blog no UOL. Vale a leitura! O ex-presidente deve aceitar a prisão domiciliar? Carta divulgada nesta segunda dá a entender que ele a recusa. Vamos pensar. Em "Juízo anatômico dos achaques que padecia o corpo da República em todos os membros e inteira definição do que em todos os tempos é a Bahia", o poeta baiano Gregório de Matos (1636-1696 escreve lá pelas tantas: "Valha-nos Deus o que custa/ O que El-Rei nos dá de graça/ Que anda a Justiça na praça/ Bastarda, vendida, injusta". Ou por outra: na crítica que fazia aos fidalgos locais e aos procuradores da Coroa Portuguesa no Brasil, lamentava que concessões que eram feitas pelo próprio Rei eram sonegadas pelos mandatários locais, a não ser depois de trocas ilícitas — daí lamentar o custo do que El-Rei dava de graça. Agora, a Tirania de Curitiba — que República não é — pede a progressão da pena de Lula. E o faz como se operasse uma concessão

Economia brasileira: better than it looks?

Pedro Jobim, no Brazil Journal: uma opinião otimista sobre os rumos da economia nacional. O exercício de projetar o crescimento do PIB do Brasil tem sido especialmente frustrante nos últimos três anos. Após vivermos, em 2015-16, uma recessão só comparável à experimentada por diversos países em 1930-31, ou a eventos de guerra, ou devastação por pestes medievais, o país parecia em vias de aprovar, em 2017, a reforma da previdência. As variáveis cíclicas deprimidas, propensas a experimentar forte recuperação, e o choque de confiança que adviria da aprovação da reforma eram a combinação irresistível que faria o PIB crescer mais de 3%, vaticinaram, à época, diversos economistas – incluindo o autor deste texto. Não tendo sido possível este resultado, em função dos eventos que desestabilizariam para sempre o Governo Temer, aquilo seria verdade em 2018, diriam mais tarde os economistas. Novamente, a projeção não se concretizou. Desta vez, o motivo da falta de crescimento foi atr

A posição de Lula sobre o regime semiaberto

O ex-presidente escreveu uma carta para apresentar a sua posição sobre o pedido dos procuradores para que ele tenha cumpra a sua pena em regime semiaberto. Para a surpresa de ninguém, Lula prefere ser julgado no STF e ter a sentença anulada. É direito dele prosseguir preso em Curitiba, assim como é direto dos procuradores pedirem a progressão da pena.

Pondé: Ambivalências do envelhecimento

Muito bom o texto do Pondé na FSP de hoje, vale a leitura! Se sua vida foi um fracasso, ao envelhecer este fracasso se torna mais evidente O envelhecimento é um dos horizontes através do quais pensaremos o futuro. Nosso destino e nosso grande inimigo. Aqui já se impõe uma das suas ambivalências estruturais. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, morto em 2017, descreveu a modernidade como ambivalente (antes do seu conceito blockbuster de “modernidade líquida”). A modernidade é ambivalente porque ela cria soluções que geram problemas, numa derivação evidente do processo dialético, sem integração final das ambivalências. Pois bem. Sobre o envelhecimento cai o típico véu da mentira contemporânea como método: mente-se porque o envelhecimento é uma ferida narcísica (Freud) que atinge em cheio a econômica da nossa autoestima. Mente-se para produzir autoestima, um protocolo comum em nossos dias, na educação, na política, nas redes sociais, no coaching, no mundo corporativo, na filosofia,

Viracopos e a retomada da economia brasileira

Uma das questões mais complicadas para que a economia brasileira volte a crescer de forma robusta é solucionar alguns gargalos, em especial o do investimento no setor de infraestrutura, que é altamente gerador de empregos. O caso de Viracopos é emblemático, como mostra a matéria abaixo. Hoje, Viracopos é o terceiro maior aeroporto do país, mas seus acionistas privados, envolvidos na Lava Jato, quebraram e não têm mais condições de gerir o aeroporto. Na verdade, não importa quem são os acionistas, o problema está na lógica que norteou o leilão de concessão dos aeroportos sob Dilma Rousseff. A conta da rentabilidade do negócio com a outorga ao preço que foi arrematada só fecharia, e a duras penas, se o Brasil continuasse a crescer a taxas que vinha crescendo, o que não aconteceu. Agora, há um interessado em Viracopos - consórcio liderado pela IG4 Capital, gestora brasileira de private equity, e a operadora Zurich Airports -, mas o governo supostamente liberal de Jair Bolsonaro parece p

Daniela Lima explica porque a Lava Jato quer soltar Lula

No Painel da Folha, Daniela Lima conta que aliados de Lula estão vendo cálculo político dos procuradores no pedido de progressão de regime para de prisão domiciliar. Na íntegra, abaixo: Deltan Dallagnol, procurador que comanda a Operação Lava Jato em Curitiba Segundas intenções A reivindicação da Lava Jato de Curitiba para que Lula deixe a carceragem da Polícia Federal e progrida para o regime de prisão domiciliar foi interpretada por aliados do petista como um gesto político, que tenta diminuir a pressão sobre os métodos da República de Curitiba e ainda impedir que o STF analise habeas corpus do ex-presidente. Tempestade perfeita Políticos e magistrados creditaram a guinada de humor dos investigadores aos sucessivos reveses que vem sendo impostos aos integrantes da operação, coroados no fim dessa semana com as declarações de Rodrigo Janot, o procurador-geral que mais tempo ficou à frente da Lava Jato. Não tem jogo fácil Os advogados de Lula vão se reunir com o p

Sextou

As últimas 24 horas foram muito quentes na política brasileira e o blog vai comentar os últimos acontecimentos, em especial a operação de busca e apreensão na casa de Rodrigo Janot ao longo do fim de semana. Por hora, porque hoje é sexta-feira, fica um resumo das últimas 24 horas no futebol brasileiro, que é a alegria do nosso povo: Cuca pediu demissão. Rogério Ceni demitido. Everton fora do São Paulo até 2020. Guerrero excluiu fotos do Flamengo. Thiago Neves desativou o Instagram. Ganso chama Oswaldo de burro. Oswaldo chama Ganso de vagabundo. Oswaldo dá o dedo para a torcida. São Paulo anuncia Fernando Diniz. Atlético MG eliminado Zé Ricardo demitido no Fortaleza. Oswaldo demitido no Flu. Rogério volta pro Fortaleza. Palmeiras não tem Mundial.

Bergamo: Procuradores da Lava Jato pedem que Lula deixe a prisão

Na Folha, por Mônica Bergamo: O MPF (Ministério Público Federal) pediu à Justiça que conceda prisão domiciliar ao ex-presidente Lula. De acordo com os procuradores da Operação Lava Jato, "o cumprimento da pena privativa de liberdade tem como pressuposto a sua execução de forma progressiva". Lula já teria cumprido um sexto dela, e portanto já poderia cumprir a condenação em regime semiaberto. Assinam o pedido, entre outros, os procuradores Deltan Dallagnol, Roberto Pozzobon e Laura Tessler. Eles afirmam que Lula tem bom comportamento carcerário e que portanto faz jus à progressão de regime. Os procuradores pedem que o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal) seja comunicado do pedido no âmbito do habeas corpus que trata da suspeição de Sergio Moro na atuação dos processos em que o ex-presidente está envolvido. A defesa terá que se pronunciar. O advogado de Lula, Cristiano Zanin, afirma que "na segunda-feira vou conversar novamente com

O caso Janot: o que realmente importa

A história contada por Rodrigo Janot, ex-Procurador-Geral da República, ontem (26/9) sobre sua suposta vontade de assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes (e depois cometer suicídio) é de fato estarrecedora: Janot confessa ter ido armado ao STF e que a tragédia só não aconteceu por intervenção divina. Deixando Deus de lado, Mendes tem razão de afirmar que se a história é verdadeira, caberia tratamento psiquiátrico para o antigo PGR. Mesmo que seja apenas uma forma de promover o livro que vai lançar, o fato é que a narrativa de Janot parte do princípio que tal comportamento mereceria compaixão da população, o que obviamente não vai acontecer, dada a repercussão e as implicações legais de tal confissão. No que diz respeito às consequências práticas da fala de Rodrigo Janot, é de se esperar que todos os envolvidos nos acordos por ele fechados à frente da PGR venham agora questionar a sanidade mental do então titular de um dos postos-chave da vida democ

No Valor: Aumento de suicídio entre jovens no Brasil motiva plano nacional de prevenção

Um tema sensível e preocupante em excelente matéria do Valor Econômico. Na íntegra: Corrigir trabalhos escolares sempre foi uma tarefa trivial para Fernanda Freitas, de 28 anos, supervisora pedagógica do Centro Educacional Gesner Teixeira, escola pública localizada no Gama, bairro da periferia de Brasília. Foi assim até o dia em que ela tomou um choque diante da página aberta de um caderno. Nela, lia-se: “A única saída é me matar”. “Na verdade, nem me lembro exatamente da frase”, diz Fernanda. “Mas era um recado, um pedido de socorro feito por uma aluna.” A professora, então, decidiu se aproximar da autora da “mensagem”, uma garota de apenas 13 anos. Até aí, ela acreditava que estava puxando o fio de um problema isolado, pontual. “Mas o que veio atrás foi algo inacreditável”, observa a educadora. Em pouco tempo, Fernanda descobriu quase uma dezena de casos de alunos que, como dizem os adolescentes, “estavam se cortando”. Ou seja, praticavam a automutilação, em qu

Reinaldo: golpistas do Estado de Direito perdem

Boa reflexão sobre a maioria formada ontem no STF. Vale a Leitura A tese essencial de Edson Fachin, felizmente, saiu derrotada Já se formou uma maioria no Supremo em favor da Constituição e do Estado de Direito. A frase deveria soar estranha, absurda, mas vivemos tempos em que tudo é permitido. A Lava Jato perdeu mais uma. A questão agora é saber quais condenações serão anuladas. Por 6 votos a 3, os ministros decidiram que as alegações finais do réu delatado têm de ser entregues depois das do réu delator. Divergiram, para a surpresa de ninguém, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Marco Aurélio ausentou-se da sessão, e Dias Toffoli, presidente da corte, preferiu suspendê-la. Ainda não votaram. Leiam nas reportagens deste jornal com os devidos detalhes. Quero aqui chamar a atenção para argumentos que invadem o terreno do surrealismo jurídico. A tese essencial de Edson Fachin, felizmente, saiu derrotada. O relator se agarra ao fato de que inexiste lei que discipline a q

The Voice sensacional

Melhor edição do programa, só tem fera na semifinal, que rola na terça que vem. E o melhor, tem Iza, a Iza... Vai dar Tony Gordon, mas vou torcer pela Ediely da Iza.

Fernando Diniz é o novo técnico do tricolor

Parabéns Raí pela contratação! Fernando é o melhor da nova geração, moderno e atualizado. 🔴⚪️⚫️

A Operação Lava Jato acabou?

Uma parcela significativa da esquerda está comemorando nas redes sociais o que seria o fim da Operação Lava Jato, iniciada em 17 de março de 2014 com a prisão do doleiro Alberto Youssef, após a formação de maioria no Supremo Tribunal Federal pela anulação de uma condenação no âmbito da Operação, o que criaria jurisprudência para todos os demais réus sentenciados, incluindo aí o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cautela e caldo de galinha, no entanto, não fazem mal a ninguém, e uma análise fria dos fatos mostra que o tal fim da Lava Jato está muito longe de acontecer. Em primeiro lugar, o presidente da Corte, Dias Toffoli, disse hoje que, na sessão da próxima quarta-feira (2), vai propor uma modulação do entendimento, ou seja, uma aplicação restrita da tese a determinados casos. “Trarei delimitações a respeito da aplicação”, afirmou. Ou seja, é possível que boa parte dos condenados, incluindo Lula, permaneçam cumprindo as penas que receberam no âmbito da Operação.

Ainda sobre o impeachment de Trump

Direto do The Economist, uma ótima análise. The promise and the perils of impeachment In America Nancy Pelosi has moved against President Donald Trump. It is not the moment to cheer AMERICA ALMOST didn’t have a president. The men who arrived at the constitutional convention in 1787 brought with them a horror of monarchy. Absent a figure of George Washington’s stature, the young country might have adopted a parliamentary system of government. Yet having created the office, the founders had to devise a way to remove presidents who abuse their positions—not all people are Washingtons. They defined the mechanism: an impeachment vote in the House, followed by a trial in the Senate. The question of what exactly a president should be impeached for—“treason, bribery or other high crimes and misdemeanours”—was deliberately left to Congress. Hence, though impeachment is a constitutional provision, it is also a political campaign. That campaign began in earnest this week whe

E Cuca caiu

Pausa esportiva: Cuca não é mais treinador do Soberano, pediu o banquinho e saiu de mansinho. Uma ótima notícia para o torcedor tricolor, pois ele não estava conseguindo fazer a equipe render, mesmo com um elenco bastante eclético e de alta qualidade. Agora este blog espera que Rai tenha bom senso e traga de volta Diego Aguirre, a melhor opção disponível no mercado. #vamosTricolor

Liberalismo e teocracia, por Contardo Calligaris

Na Folha de São Paulo, excelente reflexão do psicanalista Contardo Calligaris, vale a leitura. Governo tenta censurar os costumes, as vidas e as artes de muitos No começo do século 17, os puritanos ingleses achavam que a igreja da Inglaterra não se afastava o suficiente da igreja católica romana. Alguns decidiram emigrar para as colônias americanas (Massachusetts). Suposição lógica: quem atravessa o Atlântico para garantir a sua própria liberdade saberia respeitar a liberdade dos outros. Não foi assim. Um dia, chegaram a Massachusetts Mary Fisher e Ann Austin; elas eram quakers e começaram a divulgar sua forma de cristianismo. Foram presas, e seus livros, queimados. Os puritanos, de qualquer forma, desconfiavam de mulheres em geral, como mostraram mais tarde, em Salem, enforcando 14 bruxas (e só cinco bruxos). Enfim, os quakers, nas colônias americanas, comportaram-se de maneira mais lógica. Quando conseguiram o governo da Pensilvânia, eles a povoaram anunciando, Europa afora,

Impeachment no The Economist

Linda capa!

A atualidade de Agatha Christie

Enquanto o julgamento da Operação Lava Jato não termina, o blog faz uma pausa para assunto mais ameno. O titular desta coluna está relendo a obra da Dama do Crime, maior vendedora de livros policiais da história do gênero, que está sendo publicada em uma coleção pela Folha de São Paulo. Relendo, porque matou praticamente todos os livros 35 anos atrás, sem a total compreensão de algumas particularidades e ironias contidas nos textos. Agatha Christie escreveu mais de 80 livros, incluindo neste rol uma peça de teatro, A Ratoeira, que detém o recorde de mais longeva em cartaz na Inglaterra, tendo estreado em 1952. Reler Agatha em tempos de Brexit é muito interessante. O humor ferino e a reconstrução de época da autora impressionam – sua obra começou a ser escrita em 1920 e o último livro foi publicado meses antes sua morte, em 1976. O vasto painel cobre, portanto, o período pós primeira guerra e vai até meados dos anos 1970, em plena Guerra Fria e descolonização dos impérios europeus.

Elio Gaspari e a sucessão nos EUA

Excelente o texto do colunista da Folha. E que personagem é a candidata! Uma boa notícia: Elizabeth Warren Nunca um grande partido dos EUA teve candidato tão crítico dos privilégios e das mumunhas do andar de cima Elizabeth Warren poderá ser a candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos. Numa pesquisa que mediu as preferências dos eleitores da primeira prévia do ano que vem, ela bateu o ex-vice-presidente Joseph Biden. Em sete outras, em seis ela derrota Donald Trump e numa empata. "Ele é essencialmente corrupto", diz. A candidatura da senadora pelo Massachusetts tem uma luminosa originalidade. É mulher, mas nada deve ao marido. Chegou ao Senado sem jamais ter disputado uma eleição, catapultada pela ferocidade com que denunciou os privilégios e as maracutaias da banca. Para Wall Street ela é uma bruxa perfeita e acabada. Conhece Washington com o olhar do andar de baixo porque esteve numa comissão da Câmara e criou a Agência de Proteção Financeir

Por que o Fla-Flu na política faz mal à democracia?

No mesmo dia, dois presidentes provocaram em seus países reações emocionais, quase doentias, nas redes sociais. Jair Bolsonaro e Donald Trump, Brasil e EUA, nações cada vez mais parecidas no tocante ao que suscitam em seus cidadãos. Amor, veneração, ódio e asco. Nada disto combina com democracias maduras. Em tese, as decisões políticas deveriam levar em conta os aspectos pragmáticos, práticos e racionais, do que está em jogo no tabuleiro. Quando a emoção toma conta e domina este campo, as relações interpessoais tendem a deteriorar e não há nenhum ganho visível real, nem para os protagonistas, muito menos para o público. É uma realidade, no entanto, que este fenômeno esteja em curso e seja talvez um caminho sem volta. A democracia nascida em Atenas, na Grécia, evoluiu muito, mas vive hoje um período de retrocesso talvez só comparável ao de emergência dos regimes totalitários, que descambou na segunda guerra mundial. Se vai resistir, só o tempo dirá. by LAM, 24/9/12

Bolsonaro na ONU e o Mago da Virgínia

A julgar pelo discurso proferido pelo presidente da República hoje na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, o Brasil está dando uma guinada radical em sua política externa. E o principal responsável pelo movimento é Olavo de Carvalho, residente em Richmond, no estado norte-americano de Virgínia, de onde escreve incansavelmente no Twitter e outras redes sociais, além de ter apadrinhado a indicação do atual chanceler e trabalhar para a nomeação de filho do mandatário para a embaixada em Washington. O Brasil tem a prerrogativa de abrir a Assembleia Geral Especial em homenagem a Oswaldo Aranha, chanceler que presidiu a primeira sessão, realizada em 1947, e a Segunda Assembleia Geral Ordinária, no mesmo ano. As duas reuniões tiveram o papel histórico de determinar – por meio da resolução 181 da Assembleia Geral – a partição da Palestina entre árabes e judeus, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel. Desde então, e mesmo antes disto, a política exterior do nosso paí

Edward Snowden segundo The Economist

Vale a leitura! Big Brothers Edward Snowden’s memoir reveals some (but not all) From his refuge in Russia, the wanted spy looks back on the controversy he caused Sep 13th 2019 SPIES DO NOT usually want to be famous. But in 2013 Edward Snowden, then 30 years old, briefly became one of the best-known people in the world. Living in a hotel room in Hong Kong, working with journalists and armed with reams of documents belonging to the National Security Agency (NSA), America’s main electronic-spying organisation, he laid bare that agency's efforts to build a system of enormous, indiscriminate, global surveillance. Now living in exile in Russia, Mr Snowden’s autobiography is an account of how he became the world’s most famous secret agent. It is well-written, frequently funny, and suffers from one glaring omission. Even so, in a world much more attuned to the downsides of digitisation than it was in 2013, it offers a useful reminder of the god-like omniscience that digital data