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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Como não amar este Papa??

Que maravilha esta notícia... Papa Francisco diz que fez psicanálise para "esclarecer algumas coisas" O papa Francisco disse que, aos 42 anos de idade, fez sessões semanais com uma psicanalista mulher e judia para "esclarecer algumas coisas". Não está claro o que o então padre Jorge Mario Bergoglio queria explorar. A revelação foi feita durante uma dúzia de conversas que Francisco teve com o sociólogo francês Dominique Wolton. As conversas devem se tornar um livro a ser publicado em breve. O jornal italiano "La Stampa" divulgou partes da conversa nesta sexta-feira (1º). Segundo o jornal, Francisco foi para a casa da psicanalista. Francisco teria dito que "um dia, quando ela estava para morrer, ela me chamou. Não para receber os sacramentos, porque era judia, mas para um diálogo espiritual". "Ela foi uma boa pessoa. Por seis meses ela me ajudou muito", disse Francisco. Na época, Francisco era um jesuíta em sua Argentina natal, ai

Dica da Semana: Na Raça, Maria Luiza Filgueiras, livro

Uma grande história contada com graça e ótimo texto Maria Luiza Filgueiras, ou Malu Filgueiras, é uma das grandes jornalistas de sua geração, das poucas que apura e pensa tão bem como escreve. Já passou por diversos veículos, hoje é repórter especial do Valor Econômico. Mineira de nascimento, atleticana e curiosa, como informa a biografia da orelha do livro Na Raça, Malu foi muito feliz ao contar a trajetória de Guilherme Benchimol, carioca e fundador da XP, avaliada hoje em módicos R$ 100 bilhões. Claro, a história de Benchimol é sensacional, bem como a da XP Investimentos, que nasceu em um fundo de quintal em Porto Alegre, para onde o novo bilionário brasileiro migrou depois de sucessivos fracassos no Rio de Janeiro. Mas se a história é boa, a narrativa de Malu faz dela uma trama eletrizante, é difícil parar de ler antes de terminar – no caso do autor destas linhas, foram duas tardes e uma noite, menos de 72 horas do início até a última página. Alguns pontos merecem ser destacados

No Valor: adaptação de Stephen King, ‘The Outsider’ foge do óbvio

No caderno Eu&Fim de Semana, Luciano Buarque de Holanda escreve sobre a série, baseada em livro de Stephen King. O autor destas linhas ainda não viu, mas já gostou.   Ben Mendelsohn faz detetive que investiga assassinato de menino em “The Outsider”, que foge ao padrão de séries sobre crimes — Foto: Divulgação De início, “The Outsider” pode ser confundida com um thriller criminal padrão do HBO. O cenário é uma cidadezinha da Georgia onde todos se conhecem. A vítima, um menino encontrado morto num matagal. Os traços de violência são grotescos: há marcas de dentes nas múltiplas lacerações. “Animal?”, pergunta Ralph Anderson (Ben Mendelsohn, de “Bloodline”), detetive encarregado do caso. “Não”, responde um assistente para o horror de Ralph, que apenas abaixa a cabeça diante da barbárie. Nada mais déjà vu. Parece que estamos assistindo à quarta temporada de “True Detective”. Mas preste atenção nos créditos. “The Outsider” foi desenvolvida por Richard Price, novelista e roteirista p

Reinaldo: Moro 2022 já se manifesta no MPF e no Supremo

Escreve o colunista da Folha nesta sexta, 24/1: real ameaça à democracia é o bonapartismo da aliança entre setores do Ministério Público e do Judiciário. Abaixo, a íntegra do artigo. Que ameaça à democracia representa um clown deprimido que, num surto de mania, resolve envergar as vestes de Goebbels da periferia? Ou um paspalho que confunde Kafka com kafta, infernizando a vida de milhares de estudantes com sua incompetência acima de qualquer suspeita? Ou um outro, terraplanista fanático, que acredita que o rock conduz ao “abortismo” e ao satanismo? Essas e outras personagens, que inventaram para si mesmas, na última hora, o papel de extremistas de direita em busca de alguma relevância em suas respectivas existências miseráveis, degradam a vida pública, sim. Mas a sociedade sabe se defender de seus delírios, como, felizmente, temos visto. O espectro que ronda a democracia é outro. A que propósito atende Wellington Divino Marques de Oliveira, procurador da República, que, ao denuncia

Davos: sustentabilidade já é questão central nas decisões de investimento

Vale a leitura do comentário de Míriam Leitão sobre algumas tendências detectadas em Davos. A cada dia que passa a questão da sustentabilidade se torna mais central nas discussões do capitalismo moderno. Curto e matador, Paulo Guedes precisa entender para não falar o que disse no Fórum, pois não é a fome nem a pobreza que desmatam, ao contrário. A sustentabilidade dessa vez não está só nos discursos em Davos. Na prática, os investidores já estão buscando oportunidades na economia de baixo carbono. A situação mudou. O mercado dos negócios está dizendo que agora há dinheiro. O executivo da maior gestora de recursos do mundo, a BlackRock, avisou em carta que haverá uma enorme realocação de recursos. Larry Fink explica que agora é mais seguro e rentável investir na economia de baixo carbono. A BlackRock tem US$ 7 bi em ativos sob gestão e vai se afastar de empresas que tenham em sua matriz energética as térmicas a carvão. O banco suíço UBS também soltou relatório oferecendo ferramenta

Entidades repudiam denúncia contra Glenn Greenwald

A polêmica sobre a denúncia do jornalista Glenn Greenwald pelo MPF gira em torno muito mais do tema liberdade de expressão do que de um caso particular, e a repercussão foi global, como se pode ver na matéria publicada por Anderson Scardoelli no Comunique-se na quarta-feira, 22/1. Nesta sexta, o New York Times dedicou um editorial ao assunto, bastante crítico sobre a postura do MP e do governo brasileiro. Vale a leitura. Repúdio. Essa é a palavra que define os posicionamentos de ao menos quatro entidades sobre o fato de Glenn Greenwald ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Editor do site The Intercept Brasil, o jornalista norte-americano foi denunciado na terça, 21, no âmbito da Spoofing. A operação apura a invasão de celulares de autoridades, como Sergio Moro. O ministro da Justiça é personagem central da série de reportagem ‘Vaza Jato’. Entidade internacional clama: protejam os jornalistas Uma das primeiras a se posicionar contra a denúncia, a Associação Bras

Tati Bernardi: jovens, por favor, transem

Vale a leitura do texto da colunista da Folha, publicado nesta sexta, 24/1, no jornal. Diz Bernardi: jovens deste Brasil, transai e gozai e não vos multiplicai. Usem camisinha, tomem pílula e transem. Amem, se apaixonem, namorem e transem. Sintam tesão e depois fiquem só amigos, mas transem. Daqui a 10 ou 15 ou 20 anos, se quiserem, tenham filhos, porque é um dos ápices da vida adulta, mas, por ora, foquem o grande ápice da juventude e transem! Contiua abaixo. Deixem-me alertá-los: a melhor fase da vida é quando as costas não doem constantemente apesar de tantos tratamentos e médicos, os joelhos ainda não estalam (e o barulhinho começa a ficar viciante, porque a gente vicia em cada merda), a neurose está diluída em hormônios, a enxaqueca não funciona como o apito de uma panela de pressão avisando que é hora de parar de pensar em problemas e os antidepressivos ainda não aleijaram nossa excitação. Por favor, jovens, não escutem a tia Damares e transem muito. O que a ministra do velóri

El País: Trump lança ofensiva no Twitter para evitar depoimentos de testemunhas no impeachment

O presidente norte-americano bateu seu recorde de tuítes em um só dia, enquanto os democratas apresentam no Senado os argumentos para destituí-lo, informa Pablo Guimón, repórter do El País em artigo publicado na sexta-feira, 24/01. Na íntegra, abaixo. Nada é normal num julgamento do presidente dos Estados Unidos. O tribunal é o Capitólio, os jurados são os senadores, os promotores são deputados, e o acusado não está na sala. Aliás, nos primeiros dias, Donald Trump estava do outro lado do Atlântico enquanto os senadores se sentavam para deliberar sobre seu destino. Mas isso não significa que renuncie a se fazer ouvir. Na quarta-feira, bateu seu próprio recorde de tuítes atacando os democratas. Depois de meses desprezando o processo, a Casa Branca passa à ofensiva. Às 16h25 da quarta-feira, com apenas três horas transcorridas da segunda jornada do julgamento, Trump acumulava 125 mensagens, entre tuítes originais e retuítes, pulverizando a marca anterior de 12 de dezembro, dia em que a

Artur Xexéo: a dualidade de Regina Duarte, agora na política

Excelente a análise do colunista da revista Época sobre o fato da semana, a nomeação da atriz global no lugar o nazista Roberto Alvim. Pergunta Xexéo: qual faceta da atriz assumirá o posto de secretária especial da Cultura: a “namoradinha” do Brasil dos anos 1960 ou a Malu Mulher? Na íntegra, abaixo. Sempre houve duas Reginas Duartes: a namoradinha do Brasil e a Malu Mulher. A primeira, meio sonsa, muito ingênua, conquistava o mundo com um sorriso; a segunda, assertiva, batalhadora, tentava mudar o mundo para, depois, conquistá-lo. A etapa inicial de sua carreira na televisão foi construída pela interpretação de mocinhas de novelas que sofriam durante uma centena de capítulos até encontrar o final feliz com o galã da ocasião. Desde sua estreia na TV, como modelo de um comercial de pasta de dentes, ela investiu na Regina namoradinha. Foram 14 anos de heroínas românticas até protagonizar, em 1979, Malu mulher, um seriado que faz parte da história do feminismo no país. Mas, mesmo antes,

NYT: Impeachment de Trump acontece em um país fraturado, em que o impensável se tornou trivial

Muito boa análise, do New York Times, vale a leitura. WASHINGTON - Para o mais imprevisível dos presidentes, foi o mais previsível dos resultados. Alguém ficou surpreso que o impeachment do presidente Donald Trump tenha sido aprovado na Câmara? Seu desrespeito constante pelos limites fazia desse um impeachment pronto para acontecer. Desde o dia em que assumiu, Trump deixou claro que não cumpriria as convenções do sistema que herdou. Talvez fosse inevitável que em algum momento o partido da oposição fosse achar que ele foi longe demais, levando à votação em que ele era alternadamente retratado como um inimigo da Constituição ou como uma vítima. Muito antes do imbróglio com a Ucrânia que levou às acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso, Trump havia tentado torcer os instrumentos de governo para que servissem a seus propósitos. Ele tornou-se a figura que mais gera polarização em um país permeado por uma atmosfera política tóxica. Desconsiderando práticas que restringiram

Na corrida ao Oscar, ‘1917’ é um épico de guerra da era digital, por Pedro Butcher

Mais uma resenha de filme que concorre ao Oscar deste ano. Na íntegra, abaixo.   Dirigido por Sam Mendes, “1917” mostra trajetória de dois soldados que precisam entregar mensagem para evitar um massacre — Foto: Divulgação Sam Mendes chegou de mansinho nesta temporada de prêmios do cinema americano para arrebatar, de surpresa, os Globos de Ouro de melhor filme dramático e melhor diretor. Desde que começou a circular, no Natal do ano passado, o novo longa do cineasta inglês de “Beleza Americana” (1999) e “Operação Skyfall” (2012) vem sendo comentado por ter sido feito em um único “take”, isto é, uma imagem contínua, sem cortes. A pergunta que se impõe é: por quê? A resposta não é simples. Há um lado de virtuosismo? Sem dúvida. Do ponto da produção, tudo fica um pouco mais difícil. Mas essa dificuldade, na era digital, já não representa algo tão virtuoso assim - até porque a continuidade total é uma ilusão criada por efeitos de pós-produção que apagam no computador os momentos necessá

Época: o que fazer quando a inflação deixa de ser o problema?

Muito interessante o texto do colunista Helio Gurovitz na Época. Escreve o jornalista: Pela segunda vez desde 2002, a poupança perdeu para a inflação brasileira no ano passado. Mas quem deixou dinheiro na poupança pelo menos ganhou alguma coisa. Nos mercados globais, quem se dispõe a emprestar a governos ou empresas é obrigado com frequência a pagar por isso. Sim, em vez de ganhar, paga para deixar o próprio dinheiro aplicado em títulos da dívida. O total de papéis com rendimento negativo passou de US$ 17 trilhões no semestre passado, uns 30% do mercado. Depois recuou e fechou o ano em torno de US$ 11 trilhões. Mesmo assim, a estranheza persiste: por que alguém aceita pagar para investir o próprio dinheiro se pode fazer qualquer outra coisa com ele? A resposta envolve os conceitos mais básicos — e até hoje mais controversos — da economia: O que é o dinheiro? Como deve ser tratado? “Os problemas econômicos mais importantes que enfrentamos derivam de visões erradas sobre moeda e governo”

Caso Alvim abafa escândalo de Wajngarten na Secom

O caso do vídeo do secretário Roberto Alvim está abafando o outro caso denunciado nesta semana pelo jornal Folha de São Paulo, envolvendo o chefe da Secretaria de Comunicação, a Secom, Fabio Wajngarten. Entenda a polêmica no resumo da jornalista Flávia Faria, da Folha. Íntegra abaixo: Nesta semana, a Folha revelou que o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, recebe, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro. Wajngarten negou haver conflito de interesses e atacou a reportagem. Bolsonaro, por sua vez, elogiou o desempenho do secretário e dirigiu ataques à Folha e a repórteres do jornal. Abaixo, veja perguntas e respostas sobre o caso. Quem é Fabio Wajngarten? Publicitário, Fabio Wajngarten assumiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) em abril de 2019. O que faz

Míriam Leitão: é intolerável ouvir palavras de um nazista na boca do governo brasileiro

A Secretaria Especial da Cultura já informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o secretário Roberto Alvim foi demitido do cargo. Ainda assim, vale a pena ler o belo texto da colunista do jornal o Globo, em seu comentário para a rádio CBN. Escreve Míriam: "Há ações que não podemos aceitar. Há fronteiras que não podem ser transpostas. O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, evocou a maior barbárie do século 20. O nazismo ficou marcado na historia da civilização mundial como aquilo que não se deve aceitar. Em vídeo, Alvim cita quase textualmente um discurso do ministro da Propaganda de Adolf Hitler." Continua, na íntegra, abaixo: Em 48 anos de jornalismo, nunca pensei que tivesse que comentar sobre Joseph Goebbels. Havia a certeza na minha geração, nascida na década seguinte à 2º Guerra Mundial, que o pesadelo nazista estivesse superado. Uma arma poderosa no controle da nação alemã foi justamente a propaganda de Goebbels, que levou o povo àquele momento ab

Mathias Alencastro: Democracia em Vertigem é o filme certo na hora certa

Excelente resenha do colunista da Folha, íntegra abaixo: Indicado ao Oscar é irmão mais novo de outra produção da Netflix, 'Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom'. A indicação ao Oscar de “Democracia em Vertigem” recompensa a notável capacidade de adaptação dos seus produtores às mudanças aceleradas da cena política brasileira na última meia década. Petra Costa e a sua equipe transformaram, com o sucesso que conhecemos, um relato sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na primeira narrativa sobre a emergência da ultradireita no Brasil. “Democracia em Vertigem” é, antes de tudo, o documentário certo na hora certa. Ele coroa o primeiro ano do encontro entre o bolsonarismo e o mundo liberal, que Hollywood pretende representar culturalmente. No que pode ser visto como um dos muitos paradoxos do bolsonarismo, o presidente que promove a demolição das instituições culturais também é um promotor involuntário da arte brasileira. Uma boa ilustração desse fenôm

Dica da Semana: Essa Gente, livro, Chico Buarque

Todas as ironias de um gênio das letras “Vai pra Paris, vai pra Cuba!” Chico Buarque deve ser uma das personalidades brasileiras com mais haters do país, mas também a com um dos maiores fã-clubes nas redes, fora do circuito das grandes celebridades. Escritor, compositor, cantor e ativista, Chico é muitas vezes associado com a esquerda, em especial com o PT, e na esteira do crescimento do sentimento anti-esquerda no Brasil, ele tem sido atacado sem dó nem piedade por gente que não separa a produção do autor de suas convicções ideológicas. Uma pena, porque Chico Buarque é um grande artista e sua obra literária traz a mesma qualidade de suas composições geniais. Aliás, para quem conhece a produção musical, fica óbvio que a literatura de Chico conversa muito com o que já produziu como compositor. Essa Gente, lançado no ano passado, é um dos melhores livros do escritor. E é também um dos mais críticos, apresentando um Rio de Janeiro inviável, cheio de problemas, habitado por espancadores

Banco Mundial reduz previsão de crescimento global ao mínimo desde a crise

No El País: entidade estima expansão de 2,5%, dois décimos a menos do que nos prognósticos de junho; economia sofre com guerras comerciais e falta de investimentos. E qual será o reflexo no Brasil? Menos crescimento do que o esperado ou o país vai se descolar do mundo e crescer? Por MANUEL V. GÓMEZ A economia mundial cresce no ritmo mais lento desde que saiu da Grande Recessão. O Banco Mundial estima que a expansão em 2019 tenha sido de apenas 2,4%, o que é o dado mais baixo em uma década, de acordo com sua série estatística. E as perspectivas para este ano não melhoram muito. A instituição presidida por David Malpass prevê um crescimento de 2,5%, dois décimos a menos do que nos prognósticos de junho. Este agravamento das perspectivas foi maior na zona do euro: de 1,4% para 1% em 2020. OCDE reduz projeção para crescimento mundial ao nível “mais fraco” em uma década A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o enfraquecimento dos investimentos prejudicaram a economia mu

Porta dos Fundos: STF derruba decisão que vetava especial

A censura caiu, felizmente. Um dia depois da decisão judicial, Supremo Tribunal Federal retirou a proibição, atendendo a pedido da Netflix. Entenda o que houve na matéria do Meio e Mensagem, reproduzida abaixo. Bárbara Sacchitiello Um dia depois da decisão judicial que determinava a retirada do ar do especial de Natal do Porta dos Fundos, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a liminar que pedia a suspensão do conteúdo. No início da noite desta quinta-feira, 9, o presidente do STF, ministro Dias Tóffoli, pediu a suspensão da decisão judicial feita nessa quarta-feira, 8, pelo desembargador Benedicto Abicair, que havia acatado pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura. Segundo informações da Folha de S.Paulo, a Netflix, coprodutora do especial “A Primeira Tentação de Cristo”, recorreu ao STF para solicitar a reavaliação da decisão que impedia a exibição do conteúdo. Ainda de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Toffoli teria usado em seu argumento que apesar d

FHC: cidadania e prosperidade

É sempre bom ler Fernando Henrique Cardoso, pois o ex-presidente é daqueles que esteve lá, sabe do que está falando. Ainda que se discorde do líder tucano, sua experiência e sabedoria são notórias, nem há o que discutir. Artigo publicado na mídia no domingo, 5/01, traz um misto de balanço e perspectivas. Vale - muito - a leitura. Chego aos quase 90 anos mais livre, mais à vontade, para dizer o que penso e o que me emociona. O que desejo para 2020 e para daí em adiante é que voltemos a sonhar FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Todo começo de ano, a mesma ladainha: feliz ano novo! É difícil escapar do lugar comum e não pretendo dele me afastar (pelo menos neste início de janeiro). Tenho boas razões para manter certo otimismo, pois chego aos quase 90 anos —que cumprirei no próximo ano se os fados assim dispuserem— mantendo o bem estar, o que supõe certa autonomia pessoal. E posso dizer, sem arrogância, que me sinto mais livre, mais à vontade, para dizer o que penso e o que me emociona. Já não

Larry Rohter: Absurdistão do Norte e do Sul

Excelente a provocação do jornalista e é ex-correspondente do New York Times no Brasil para o portal online do El País. Mais uma vez, a comparação entre Trump e Bolsonaro, e aqui com a visão de quem olha o Brasil de fora, já tendo vivido um bom tempo nos trópicos. Na íntegra, a seguir. Virou lugar-comum dizer que Jair Bolsonaro é “o Trump dos Trópicos”, e é fácil entender por quê. Os dois presidentes são homens de linguagem chula, propensos às teorias de conspiração e às ideias esdrúxulas, provedores habituais de fake news e com pouco entendimento ou curiosidade sobre o mundo fora da esfera restrita em que se formaram. Mandatários inexperientes, são impulsivos, indiferentes aos detalhes de governar, incitadores à violência e, como tal, eternos geradores de caos. Costumo, inclusive, brincar com meus amigos brasileiros dizendo que Trump e Bolsonaro, Estados Unidos e Brasil, se tornaram países gêmeos: Absurdistão do Norte e Absurdistão do Sul. Mas, em outro plano, o que mais me chama a

Valor: Dois Papas defende busca por diálogo

Filme do brasileiro Fernando Meirelles retrata Francisco e Bento XVI, é uma maravilhosidade, com duas atuações dignas de Oscar, difícil dizer quem está melhor. Por Luciano Buarque de Holanda Esqueça qualquer fidelidade histórica. O longa-metragem “Dois Papas” gira em torno de um hipotética série de encontros entre o papa Bento XVI e Jorge Mario Bergoglio, o então futuro papa Francisco, primeiro latino-americano a assumir o Vaticano. Se os dois papas de fato se encontraram em Roma, o que é provável, as conversas foram privadas e decididamente muito diferentes da fantasia criada por Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) e o roteirista neozeolandês Anthony McCarten (três vezes indicado ao Oscar), também autor da peça original. Vale ponderar: Meirelles ocasionalmente recorre a flashbacks para remontar a juventude de Bergoglio, em especial seu papel na ditadura militar argentina. Isso não chega a ocupar grande espaço no roteiro, entretanto. “Dois Papas” nunca se compromete como biograf