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Dica da semana: La Casa de Papel, parte 4, série, Netflix

Sequência entrega o que promete: suspense, humor e ação 

A Netflix liberou um documentário excepcional sobre La Casa de Papel, maior fenômeno mundial de audiência do canal de streaming, e vale a pena assistir, mas apenas após terminar a parte 4 da série, porque o documentário contém muitas passagens desta última sequência, atualmente disponível aos seus assinantes. O fato é que La Casa de Papel não terminou nesta parte 4, haverá pelo menos mais uma para fechar a história em curso e, sem spoilers aqui, é possível dizer que noves fora a primeira, em que os personagens são apresentados, há o efeito surpresa e o enredo do fantástico primeiro roubo é apresentado, esta é a melhor parte já filmada. O próprio documentário ajuda a entender: depois que a Netflix comprou os direitos de produzir a série, o orçamento mudou de patamar e, ao menos neste caso, dinheiro não é tudo mas ajuda bastante.
E La Casa de Papel de fato entrega o que prometeu, desde o primeiro episódio da primeira temporada: muita ação, suspense, humor corrosivo e uma dose certa de um romantismo com pimenta que agita a vida dos diversos personagens. Nesta sequência, vemos o Professor perder o rumo por amor depois que Lisboa é capturada (spoilers mínimos, apenas para o entendimento dos leitores).
No novo roubo que o grupo engendra, há novidades interessantes, como a presença de novos integrantes – Manila. Marselha, Bogotá e Palermo –, além de, do outro lado, a aparição, desde a terceira parte, da inspetora Sierra (Najwa Nimri) em atuação excepcional e que ganha um protagonismo que nem sua antecessora, agora também integrante do bando com o codinome Lisboa, chegou a ter no antagonismo ao líder da quadrilha, o Professor.  Há também o crescimento do personagem Gandía, outro inimigo à altura do grupo, e uma atuação impecável de Arturo, personagem mais odiado pelo público, tantas são as maldades que apronta.
O que faz de La Casa de Papel um fenômeno de audiência, além das atuações e carisma dos personagens, conforme o documentário explica, diz respeito a um sentimento simples e que é demasiadamente humano: a empatia. Quando assistimos, torcemos por cada um dos bandidos do grupo, quase todos nos identificamos de alguma maneira com algum deles em especial, sofremos com os seus dramas, nos alegramos com suas vitórias e sobretudo ficamos muito tocados quando um deles morre, e é o caso desta parte.
Muita gente se manifestou nas redes sociais com irritação por conta do assassinato de personagem tão carismático, colocando inclusive em questão como a série poderá ter continuidade na próxima temporada, que ainda não está confirmada oficialmente, mas sem dúvida deverá acontecer.
Ocorre que o assassinato mostra justamente o arrojo dos roteiristas e diretores, que não fazem concessões fáceis ao público. E não significa o desaparecimento completo do personagem, uma vez que tal como ocorreu com Berlim, há muitas passagens em flashback, garantindo assim a presença constante de todos que marcaram o enredo.
No fundo, este arrojo é o maior acerto de La Casa de Papel, pois desta maneira o público sempre espera surpresas, emoção, reviravoltas e segue acompanhando – e torcendo – pelo grupo liderado pelo Professor. #ficaadica (por Luiz Antonio Magalhães em 25/4/20)



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