A censura caiu, felizmente. Um dia depois da decisão judicial, Supremo Tribunal Federal retirou a proibição, atendendo a pedido da Netflix. Entenda o que houve na matéria do Meio e Mensagem, reproduzida abaixo.
Bárbara Sacchitiello
Um dia depois da decisão judicial que determinava a retirada do ar do especial de Natal do Porta dos Fundos, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a liminar que pedia a suspensão do conteúdo.
No início da noite desta quinta-feira, 9, o presidente do STF, ministro Dias Tóffoli, pediu a suspensão da decisão judicial feita nessa quarta-feira, 8, pelo desembargador Benedicto Abicair, que havia acatado pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, a Netflix, coprodutora do especial “A Primeira Tentação de Cristo”, recorreu ao STF para solicitar a reavaliação da decisão que impedia a exibição do conteúdo. Ainda de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Toffoli teria usado em seu argumento que apesar da relevância do respeito à fé cristã, “não é de supor, contudo, que uma sátira humorística tenha o condão de abalar valores da fé cristã, cuja existência retrocede há mais de 2.000 anos, estando insculpida na crença da maioria dos cidadãos brasileiros””, afirmou o ministro.
Na tarde desta quinta-feira, 8, enquanto a suspensão ainda estava em vigor, o Porta dos Fundos havia se manifestado sobre o episódio. Veja a íntegra da nota:
“O Porta dos Fundos é contra qualquer ato de censura, violência, ilegalidade, autoritarismo e tudo aquilo que não esperávamos mais ter de repudiar em pleno 2020. Nosso trabalho é fazer humor e, a partir dele, entreter e estimular reflexões.
Para quem não valoriza a liberdade de expressão ou tem apreço por valores que não acreditamos, há outras portas que não a nossa. Seguiremos publicando nossos esquetes todas as segundas, quintas e sábados em nossos canais.
Por fim, acreditamos no Poder Judiciário em manter a defesa histórica da Constituição Brasileira e seguimos com a certeza que as instituições democráticas serão preservadas.”
Feito em parceria com a Netflix, o especial “A Primeira Tentação de Cristo” gerou críticas por apresentar uma narrativa em que Jesus (interpretado pelo ator Gregório Duvivier) teria tido uma experiência homossexual no período em que permaneceu no deserto. Além da associação que entrou com o pedido judicial, outros grupos católicos também já haviam criticado a produção do Porta dos Fundos pelo teor do humorístico. Em meio à essas críticas, inclusive, a sede da produtora, no Rio de Janeiro, foi alvo de ataques com coquetéis molotov no último dia 24 de dezembro.
Bárbara Sacchitiello
Um dia depois da decisão judicial que determinava a retirada do ar do especial de Natal do Porta dos Fundos, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a liminar que pedia a suspensão do conteúdo.
No início da noite desta quinta-feira, 9, o presidente do STF, ministro Dias Tóffoli, pediu a suspensão da decisão judicial feita nessa quarta-feira, 8, pelo desembargador Benedicto Abicair, que havia acatado pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, a Netflix, coprodutora do especial “A Primeira Tentação de Cristo”, recorreu ao STF para solicitar a reavaliação da decisão que impedia a exibição do conteúdo. Ainda de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Toffoli teria usado em seu argumento que apesar da relevância do respeito à fé cristã, “não é de supor, contudo, que uma sátira humorística tenha o condão de abalar valores da fé cristã, cuja existência retrocede há mais de 2.000 anos, estando insculpida na crença da maioria dos cidadãos brasileiros””, afirmou o ministro.
Na tarde desta quinta-feira, 8, enquanto a suspensão ainda estava em vigor, o Porta dos Fundos havia se manifestado sobre o episódio. Veja a íntegra da nota:
“O Porta dos Fundos é contra qualquer ato de censura, violência, ilegalidade, autoritarismo e tudo aquilo que não esperávamos mais ter de repudiar em pleno 2020. Nosso trabalho é fazer humor e, a partir dele, entreter e estimular reflexões.
Para quem não valoriza a liberdade de expressão ou tem apreço por valores que não acreditamos, há outras portas que não a nossa. Seguiremos publicando nossos esquetes todas as segundas, quintas e sábados em nossos canais.
Por fim, acreditamos no Poder Judiciário em manter a defesa histórica da Constituição Brasileira e seguimos com a certeza que as instituições democráticas serão preservadas.”
Feito em parceria com a Netflix, o especial “A Primeira Tentação de Cristo” gerou críticas por apresentar uma narrativa em que Jesus (interpretado pelo ator Gregório Duvivier) teria tido uma experiência homossexual no período em que permaneceu no deserto. Além da associação que entrou com o pedido judicial, outros grupos católicos também já haviam criticado a produção do Porta dos Fundos pelo teor do humorístico. Em meio à essas críticas, inclusive, a sede da produtora, no Rio de Janeiro, foi alvo de ataques com coquetéis molotov no último dia 24 de dezembro.
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