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Como Elon Musk se tornou um empresário que vem mudando o mundo

Bilionário, polêmico e inovador, Elon Musk não é o primeiro nem o único de sua espécie. O empresário, que nasceu na África do Sul, é o mais recente integrante de uma extensa galeria de empreendedores cujos negócios provocaram rupturas na maneira como trabalhamos, vivemos e nos movemos. Eles criaram companhias tão marcantes que sua influência ultrapassou o limite dos negócios. Alguns se transformaram em personagens da cultura pop. Musk segue a rota de contemporâneos como Bill Gates, da Microsoft; Mark Zuckerberg, do Facebook; e Jeff Bezos, da Amazon. A lista também inclui figuras do passado cuja contribuição se perpetua até hoje. É o caso de Henry Ford (1863-1947), o inventor da linha de montagem. Aos 49 anos, Musk é mais conhecido por duas companhias: a Tesla, de carros elétricos, e a SpaceX, com a qual pretende reduzir o custo das viagens espaciais e colonizar outros planetas. Parece ambicioso o suficiente para toda uma vida, mas o bilionário tem outro punhado de interesses: a SolarCity, de energia solar; a Neuralink, de dispositivos para ler o cérebro; e uma empresa que constrói túneis para diminuir o congestionamento nas cidades, a “The Boring Company”. Musk pode ser tudo, menos “boring”, escrevem Marli Olmos e João Luiz Rosa no Valor, em matéria publicada em 30/4 no jornal. Continua a seguir.

 

Seus palpites nas redes sociais mexem com a imaginação das pessoas e o ânimo dos investidores. Desde o início do ano, suas declarações provocaram uma gangorra na procura por bitcoin. Bastou Musk escrever “#bitcoin#” em sua biografia no Twitter para a moeda digital subir mais de 15% em minutos. Semanas depois, ao sugerir que o valor estava alto demais, o preço caiu 10% em apenas um dia.

Musk já comparou o mercado de ações a um maníaco depressivo que às vezes tem bons dias e às vezes, dias maus. Recentemente, ele meteu a colher em uma briga de investidores em torno da varejista de jogos GameStop. Ao postar no Twitter a expressão “Gamestonk!!” - jogo de palavras que mistura o nome da companhia com um trocadilho para ações -, os papéis subiram 157%. Ele também provocou confusão ao pedir que seus 44 milhões de seguidores usassem “Signal”. O empresário se referia a um serviço de mensagens protegidas que concorre com o WhatsApp. Mas os investidores se confundiram e compraram os papéis de uma fabricante de equipamentos médicos homônima. As ações subiram de US$ 0,60 para US$ 70,85, uma valorização de quase 12.000%.

O bilionário tem servido de inspiração para diversos escritores, que tentam desvendar o que o torna tão popular. A autora americana Anna Crowley Redding explica o título do livro que publicou em 2019: “Elon Musk, a Mission to Save the World” (uma missão para salvar o mundo). “É simplesmente isso o que guia Elon”, afirma. Lançada pela editora Feiwel & Friends/Macmillan, a obra já foi traduzida para russo, tcheco e turco.

“Musk tem uma motivação genuína para tornar o planeta melhor”, diz a escritora. Ao sugerir a ideia de uma estufa de plantas em Marte, por exemplo, seu objetivo é inspirar as pessoas a crerem nas viagens interplanetárias como resposta viável às limitações do nosso planeta, afirma. “Goste-se ou não de Elon, temos muito a aprender ao observar a forma como ele soluciona um problema.”

Musk ocupa o segundo lugar entre as maiores fortunas globais da revista “Forbes”, com US$ 151 bilhões, atrás apenas de Jeff Bezos, da Amazon (US$ 177 bilhões). O ranking da Bloomberg é parecido, com Bezos à frente (US$ 180 bilhões) e Musk logo em seguida (US$ 165 bilhões).

Com tanto dinheiro, Musk está muito distante do cidadão comum. Suas excentricidades reforçam essa sensação. Ele tem seis filhos - incluindo gêmeos e trigêmeos. O caçula, fruto do relacionamento com a cantora canadense Grimes, que ele namora desde 2018, quase foi batizado como X AE A-12 Musk. Como as leis da Califórnia, onde o casal morava à época do nascimento, não permitem números, eles trocaram o nome. Para X AE A-Xii.

As bizarrices não param por aí. Em 2018, ele participou de uma entrevista no YouTube em que aparecia bebendo uísque e fumando maconha, o que é permitido na Califórnia, mas inesperado para um empresário. Em reuniões com analistas da Tesla, já deixou de responder a perguntas, alegando que eram chatas demais. E em um tuíte, depôs contra a própria empresa ao dizer que as ações estavam caras. O preço caiu 10%.

Tudo isso ajuda a compor uma versão mais atual do “self-made man”. Ele é o vencedor que chegou ao topo por suas próprias qualidades, mas apresenta doses de ironia e autocrítica que amenizam a desconfiança provocada pelos super-ricos. As pessoas não o veem apenas como mais um bilionário.

Pesquisa feita pelo instituto Data For Progress mostra que 50% dos americanos têm opinião positiva a respeito de Musk, 26% afirmam não conhecê-lo o suficiente e apenas 23% não gostam dele. É o melhor resultado entre os quatro magnatas incluídos no levantamento. Os outros são Bill Gates, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.

Gates, que se tornou um dos maiores filantropos da história, tem aprovação maior que a de Musk (55%), mas seu grau de rejeição também é mais elevado (35%), o que reduz o saldo de popularidade. Bezos está no “vermelho”: é malvisto por 38% do público, mais do que aqueles que o aprovam (36%). A pior avaliação é a de Zuckerberg - 54% dos americanos não gostam do fundador do Facebook.

Especialistas costumam dizer que os primeiros anos de vida são decisivos na formação da personalidade. Para a escritora Anna Redding, uma birra de moleque mostra que determinação é marca de Musk desde a infância.

Por volta dos seis anos de idade, quando ainda vivia na África do Sul, ele recebeu o convite para o aniversário de um primo. A festa seria num local a 20 quilômetros de sua casa. O garoto decidiu fazer o percurso de bicicleta, mas a mãe, preocupada com a distância e a segurança, inventou uma história para dissuadi-lo. Disse que a polícia exigia carteira de habilitação para ciclistas. O menino não se convenceu e partiu, a pé, aproveitando uma distração da mãe. Na volta, para escapar do castigo inevitável, subiu em uma árvore, de onde demorou a descer.

Menor da turma, Musk apanhava muito dos colegas de escola. Era vítima de bullying. Gostava de estudar, ler e era fã de ficção científica, o que cultiva até hoje. Os foguetes Falcon da SpaceX são uma homenagem à Millennium Falcon, a mítica espaçonave de “Star Wars”.

O jeito distraído preocupava os pais, que chegaram a levá-lo ao médico para investigar se ele tinha problema de audição. Não havia nada errado. “Seu cérebro foi sempre muito visual, como o de [Albert] Einstein. Ele testa diferentes respostas para cada questão”, diz Anna. Isso é visível até hoje nas aparições públicas do empresário, afirma. “Elon fala com o olhar distante, como se o fixasse em algo longe dali.”

Maye Musk, a mãe, foi marcante na infância do bilionário. Nascida no Canadá, ela se mudou para Pretória, com a família, quando tinha dois anos. Aos 22, casou-se com Errol, um colega de escola. O casamento durou nove anos. Modelo e nutricionista, Maye deu duro para sustentar os três filhos - o primogênito Elon, a menina Tosca, como na ópera de Puccini, e o caçula Kimbal. Numa entrevista, ela disse que o ditado “não adianta chorar sobre o leite derramado” ganhou significado literal na época. “Eu chorava quando uma das crianças derramava o leite porque não podia comprar mais.” Até hoje, aos 73 anos, a mãe do bilionário aparece em capas de revistas de prestígio, como “Vogue” e “Elle”.

Já seu pai é uma figura misteriosa. Mesmo os biógrafos de Musk têm dificuldades para encontrar informações confiáveis sobre Errol. Histórias pouco edificantes circulam a seu respeito. Uma delas já foi negada por Musk - a de que ele era dono de uma mina de esmeraldas, atividade polêmica na África do Sul por causa das suspeitas de trabalho escravo. Os filhos quase não conviveram com o pai.

Tosca tornou-se cineasta e dirige filmes baseados em romances para o serviço de streaming que ela mesma fundou, a Passionflix. Kimbal é dono de restaurantes que oferecem pratos preparados com alimentos de produtores locais, que usam processos sustentáveis, como energia eólica e compostagem.

Em 1989, aos 17 anos, Musk mudou-se para o Canadá para estudar na Queen’s University. Dois anos depois, ingressou na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde se formou em economia e física. Chegou a iniciar um doutorado em física na Universidade Stanford, na Califórnia, mas essa estadia foi curtíssima. Durou dois dias. Atraído pela internet, ele preferiu se atirar aos negócios.

Sua primeira empresa, a Zip2, foi criada em 1995 com Kimbal e outro sócio, que financiou o negócio com US$ 6 mil. A Zip2 fornecia um software de páginas amarelas digitais. Foi adquirida em 1999, pouco antes do estouro da bolha da internet, por US$ 300 milhões. A compradora foi a hoje extinta fabricante de computadores Compaq. Musk embolsou US$ 22 milhões com a aquisição.

O passo seguinte foi a criação da X.com, uma precursora dos bancos on-line. Fundada em 1999, ela fundiu-se à concorrente Confinity um ano depois. A fusão daria origem ao serviço de pagamento PayPal, comprado em 2002 pelo eBay, gigante de comércio eletrônico, por US$ 1,5 bilhão. A fatia de Musk? US$ 180 milhões. A sucessão de transações bem-sucedidas deu fôlego ao empresário para suas maiores ambições, a Tesla e a SpaceX.

Musk é o melhor garoto-propaganda das suas empresas, como ocorre com outros inovadores famosos. Bill Gates, por exemplo, permanece o símbolo da Microsoft, apesar de estar fora do comando executivo da companhia há mais de 20 anos. Outro caso é o de Steve Jobs, que morreu em 2011, aos 56 anos, depois de uma longa luta contra um câncer de pâncreas. Antes de afastar-se do cargo, ele anunciou que a doença havia voltado e indicou Tim Cook, seu braço direito, como sucessor. Levou meses, no entanto, para Cook provar ao mercado que estava apto a substituir o fundador da Apple. “Como Jobs, Elon é praticamente indistinguível de suas empresas”, afirma Anna.

A imagem de Musk é tão forte que a Tesla não precisa gastar com publicidade. “Enquanto grandes montadoras, como General Motors, gastam entre 2% e 2,5% da receita em propaganda, o custo da Tesla é zero”, diz Jaime Ardila, especialista em indústria automobilística e fundador da Hawksbill Group, uma consultoria global com sede nos Estados Unidos.

O nome da Tesla é uma homenagem ao austro-húngaro Nikola Tesla (1856-1943), inventor da corrente alternada, do controle remoto e da transmissão por ondas de rádio. Musk não participou da fundação da companhia, em 2003. Mas foi a partir da sua entrada na sociedade, um ano depois, que a marca se transformou em sinônimo de carro elétrico.

O empresário não se deixou levar pelo sucesso dos veículos da Tesla. Logo percebeu a deficiência da infraestrutura para o transporte elétrico. Passou a investir em projetos de baterias e criou estações de carregamento próprias para não vir a depender de decisões governamentais.

A Tesla abriu um buraco no muro que protegia marcas tradicionais nos Estados Unidos. Na terra de Henry Ford, muitos consumidores decidiram arriscar-se na compra de carros de uma empresa que não tinha a história centenária das concorrentes. Wall Street premiou essa ousadia. Desde meados de 2020, o valor de mercado da Tesla supera o de qualquer outra montadora.

O maior teste da companhia, porém, ainda está por vir. A pressão global por carros mais limpos forçou as gigantes do setor a investir na eletrificação dos veículos. Empresas como Toyota, Volkswagen, General Motors e a recém-formada Stellantis (Fiat, Chrysler, Peugeot e Citroën) vendem muito mais (a Tesla despachou meio milhão de veículos em 2020, contra 9,5 milhões da líder Toyota) e são globalizadas.

Para Ardila, a competição mais acirrada expõe os pontos fracos da Tesla. A montadora acertou na estratégia de atualização permanente dos softwares dos veículos, cada vez mais parecidos com computadores, diz. Carros, porém, não são como celulares, adverte. “Você não põe um carro no bolso; gosta de exibi-lo. E na Tesla, o design, ponto forte das grandes montadoras, não é nada revolucionário.”

A SpaceX ganhou força em abril ao vencer um contrato de US$ 3 bilhões da Nasa, a agência espacial americana, para construir a espaçonave que vai levar astronautas à Lua pela primeira vez desde a última missão Apollo, de 1972. A companhia bateu a rival Blue Origin, de Bezos, e a empresa de defesa Dynetics.

A companhia já havia conquistado uma vitória no ano passado, ao lançar seu primeiro voo tripulado com o foguete Falcon, em parceria com a Nasa. Há uma semana, o segundo voo levou astronautas à Estação Espacial Internacional. Os eventos comprovaram que a iniciativa privada pode assumir operações espaciais que hoje são exclusivas do governo. Essa é a concepção que guia a SpaceX.

Os foguetes Falcon têm sido usados, principalmente, para colocar satélites em órbita. Outra categoria de foguetes da SpaceX, no entanto, tem apresentado sucessivos fracassos. Nos quatro voos de teste feitos até agora com os protótipos Starship, todos explodiram. Musk insiste que as ocorrências são normais e considera os resultados um sucesso. O projeto Starship é estratégico porque é com ele que a empresa pretende chegar à Lua e a outros planetas. A meta é carregar, de uma vez, até 100 passageiros e 100 toneladas de carga.

Em meio aos desafios de suas empresas, a irreverência de Musk às vezes parece excessiva. Um episódio ilustrativo é o da The Boring Company, que em 2018 começou a vender um lança-chamas para o consumidor comum. Vinte mil peças foram para as prateleiras. Para evitar problemas com as autoridades, Musk batizou o produto de “Isto-não-é-um-lança-chamas”.

Recentemente, Musk se autodenominou “Tecnoking” da Tesla, literalmente o “rei da tecnologia”, sem abrir mão do cargo de presidente. Zackary Kirkhorn, o diretor financeiro, passou a ser chamado também de “mestre das moedas”, aparentemente numa referência aos cargos da série “Game of Thrones”.

Bilionários inovadores têm histórias tão extraordinárias que suas faces estampam tanto telas de cinema como salas de museus. Larry Ellison, da Oracle, interpretou a si mesmo numa ponta do filme “Homem de Ferro 2”, Zuckerberg tornou-se personagem central de “A Rede Social” (2010) e Jobs foi tema de pelo menos duas cinebiografias. Gates e Bezos, entre outros, foram retratados no desenho animado “Os Simpsons”. Musk apareceu na série “The Big Bang Theory”, na animação “South Park” e foi inspiração para uma banda de rock na canção “Elon Musk Is Making Me Sad”.

Os críticos do magnata questionam, no entanto, se essa popularidade se refletirá no sucesso dos negócios de maneira tão duradoura como aconteceu com os demais integrantes da lista dos grandes inovadores.

Ardila, da consultoria Hawksbill, diz que não se pode desprezar a capacidade do bilionário. Afirma, no entanto, que não compra ações das empresas de Musk. “Não gosto de companhias que dependem de uma só pessoa.”

Diante dos desafios que ainda tem pela frente, Musk não estaria sendo superestimado? “Eu não diria superestimado”, afirma Anna, uma de suas principais biógrafas. O empresário tem dedicado inteligência, tempo e dinheiro para imprimir sua marca à inovação tecnológica, diz a autora. “Mas alguém pode prever o sucesso disso tudo? Não, porque ele é um ser humano; não uma máquina. Os resultados são imprevisíveis.”



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