Por 6 votos a 1, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que os mandatos de deputado federal, deputado estadual e vereador pertence aos partidos e não aos políticos eleitos. Assim, todos os deputados federais que mudaram de legenda depois da eleição – já há 35 casos assim na Câmara Federal – correm o risco de perderem seus mandatos se não retornarem à legenda pela qual foram eleitos. Evidentemente, vai chover recurso ao Supremo Tribunal Federal e a questão ainda não pode ser considerada resolvida juridicamente. Na teoria, a decisão do TSE é boa para a democracia porque consolida a fidelidade partidária, mas cabe perguntar se não se trata de um ato legislador do poder judiciário. O TSE, é bom lembrar, já foi bastante criticado no ano passado exatamente por ter interpretado a regra da verticalização de forma tão draconiana que depois foi obrigado e votar de novo a mesma questão e rever a decisão. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, de forma que o melhor a fazer agora é acompanhar os próximos capítulos desta novela...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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