A visita do presidente George W. Bush não causou tantos transtornos para o trânsito de São Paulo quanto a imprensa anunciou. O caos não ocorreu, pelo menos até agora, quase meio-dia desta sexta-feira. Segundo a CET, a cidade registrou 70 quilômetros de congestionamento às 1oh, um pouco acima da média, de 59 km. Antes, às 9h30, foram registrados 79 km de lentidão, abaixo da média para o horário, que é de 99 km. Evidentemente, os deslocamentos de Bush causam transtornos nas regiões por onde ele passa, o que é natural e não mata ninguém, apenas aborrece por alguns minutos. A histeria da mídia, portanto, pode ser encarada como uma forma de colonialismo –"vejam como ele é poderoso, interdita até as marginais" –, e o fato é que São Paulo vive um dia até calmo durante a passagem dopresidente norte-americano pelo Brasil.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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