Pular para o conteúdo principal

Espremida entre China e EUA, União Europeia busca recuperar força global

Setenta anos atrás, o chanceler francês Robert Schuman (1883-1963) lançava as sementes do projeto de integração europeia. Era a resposta de um continente dividido historicamente e arrasado pela Segunda Guerra, cuja hegemonia de séculos passava para as mãos das duas grandes potências que emergiram dos campos de batalha: EUA e URSS. Nesse cenário nasceu o que viria a ser a União Europeia (UE), uma das maiores forças econômicas do planeta, com 27 países e um mercado de 448 milhões de consumidores. O Velho Continente ganhou ímpeto, mas ainda não recuperou o espaço perdido no tabuleiro geopolítico internacional, agora disputado entre americanos e um oponente que, segundo especialistas, é ainda mais poderoso que os soviéticos: a China, escreve Vivian Oswald para o Valor, de Londres. Vale a leitura, continua a seguir.


O turbulento ano de 2020, a despeito de todas as dificuldades, ou justamente por causa delas, abre uma janela para que isso ocorra. Ao embaralhar o cenário global como não se havia visto desde a guerra, cria condições para que o bloco finalmente apresente uma espécie de versão atualizada de si. Espremida entre Washington e Pequim neste século XXI, Bruxelas quer mais união para se impor como um ator de peso. Nas palavras da presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula Von der Leyen, é para a Europa liderar com uma união de vitalidade em um mundo de fragilidades.

Foi com esse espírito que apresentou ao Parlamento Europeu no mês passado o programa da UE para os próximos anos e o fundo bilionário NextGenerationEU, iniciativa conjunta de € 750 bilhões (que serão levantados a partir da emissão de “green bonds”), voltada para a recuperação do bloco a partir de projetos de desenvolvimento sustentável. O PIB europeu encolheu 12,4% no segundo trimestre deste ano. Pelas contas da comissão feitas ainda em julho (antes do início da segunda onda da pandemia), a expectativa era de retração de 8,3% do PIB para o ano, o pior resultado desde a Segunda Guerra.

Não por acaso o fundo foi batizado com esse nome. É a nova geração da UE em busca do que a comissão chama de onda de renovação para tornar o bloco um líder da chamada economia circular. Não se trata apenas de uma necessária iniciativa econômica. Esse é o rosto da UE que se quer projetar para o futuro. É justamente a partir da bandeira da sustentabilidade que o bloco pretende despontar como liderança global e conduzir o que é considerado o principal tema da agenda do século: a mudança do clima.

Isso expõe mais a situação em que se encontra o Brasil, que liderou a construção da agenda ambiental como tema de política internacional e hoje, em razão das políticas do governo Bolsonaro, se vê na condição de vilão. Não por acaso, em discurso na cúpula do Brics, o presidente brasileiro disse que o país sofre com “injustificáveis ataques” em relação à região amazônica e ressaltou que nações que criticam o Brasil importam madeira ilegalmente da Amazônia.

Isso porque a Europa, que começa a mudar seus hábitos de consumo e produção, se lançou em uma cruzada contra os países que não respeitam o ambiente. No momento, estuda taxar e punir desde a produção de químicos perigosos até o desmatamento e a poluição. A aprovação do acordo de comércio Mercosul-UE tem sido alvo de críticas e corre riscos de não sair do papel, depois de 24 anos de negociações.

 

A Europa quer ser o primeiro continente neutro em emissões de carbono até 2050. Diz que, se os outros seguirem a sua iniciativa, a temperatura global pode ser reduzida em 1,5 ºC. A comissão ampliou a agenda verde. Apesar de resistências internas, está prestes a criar uma taxa única para resíduos plásticos e emissões de carbono, como já fez unilateralmente, a Holanda.

A UE, segundo o vice-presidente da Academia Britânica de Ciências Sociais, Colin Crouch, já é um exemplo para o mundo no combate à mudança do clima. A agenda, segundo ele, ganha impulso com chegada de Joe Biden à Casa Branca. O democrata já disse, por exemplo, que seu país voltará a integrar o Acordo de Paris a partir do dia um do seu governo. “Agora que os EUA estão de novo a bordo, pode-se organizar uma ação coordenada com a China”, diz o professor, que é autor do livro “Society and Social Change in 21st Century Europe”. Essa não é uma pauta que poderia ser tocada sozinha, evidentemente, mas, para atrair os outros grandes atores, a UE precisa mostrar unidade.

“É uma fantasia achar que a UE poderia ser uma espécie de terceira potência em um mundo multipolar. Mas pode vir a ter um papel mais importante entre EUA e China”, afirma Hans Kundnani, pesquisador do Programa de Europa do “think tank” Chatham House. “Quem é a Europa? Não está claro. A UE está longe de ser um Estado, como a China ou os EUA. Mesmo sem o Reino Unido, depois do Brexit, não está claro quem é esse ator. É uma coleção de atores muitos diferentes”, diz.

A pandemia, no entanto, ajudou o bloco a superar diferenças internas e mover-se de uma inércia forçada pelo fato de reunir sob um mesmo guarda-chuva muitas vozes díspares. Para Crouch, a covid-19 trouxe um novo ciclo positivo para a região. “A resposta à crise financeira de 2008 foi muito desequilibrada. As regras da zona do euro eram um desastre anunciado. Foi um exercício de centralização de poder que contrariou os países do sul [da Europa]”, afirma.

As nações mais afetadas pagaram caro para receber a ajuda dos vizinhos mais ricos. “Mas aprendeu-se a lição. Houve muito mais colaboração em resposta à covid. Solidariedade, o que é um dos pilares da UE”, diz Crouch.

Não foi só a covid-19 que exigiu aproximação nesses últimos anos. As intempéries provocadas pela hostilidade dos EUA sob o governo de Donald Trump e os avanços da China também enfraqueceram a UE. A política do “America first” do republicano esvaziou os fóruns multilaterais. Trump paralisou a Organização Mundial de Comércio (OMC), deixou a Unesco e, mais recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS). “O vírus mostrou o quanto a nossa comunidade de valores é frágil, e o quão rápido pode ser posta em dúvida pelo mundo e dentro da própria união”, afirmou Von der Leyen.

Trump também atacou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), criada no pós-guerra para garantir a segurança dos países aliados contra o bloco soviético, e ameaçou suspender as contribuições americanas. A Europa sempre precisou do apoio dos EUA no quesito segurança. Os recursos garantidos por Washington à aliança são muito mais vultosos do que a soma de todos os europeus.

Tudo isso levou para o topo da agenda europeia o debate sobre maior autonomia em relação aos EUA. Não é de hoje, sobretudo por insistência da França de uma “Europa da Defesa”. O papel Otan, que Trump chamou de obsoleta e que Macron chegou a dizer que estaria com morte cerebral, está sendo rediscutido na Europa. Sua atuação afeta as tumultuadas relações com a Rússia. A aliança tenta lidar com o fato de a Turquia, um de seus membros, estar comprando armas sofisticadas russas que podem ser usadas contra outros integrantes da aliança.

A eleição de Biden diminui a pressa sobre a necessidade de respostas em relação ao tema. “Ele acredita em aliados. Não vai agir contra a Otan”, afirma Jeremy Shapiro, diretor de pesquisa do “think tank” Conselho Europeu de Relações Exteriores. No entanto, já ficou claro com os quatro anos de Trump que não se pode depender das oscilações dos humores eleitorais americanos. “A ordem mundial estabelecida depois da Segunda Guerra já não existe mais. Já não há como voltar”, diz Kate McNamara, professora de governo e serviço exterior da Universidade de Georgetown, em Washington, para quem a relação transatlântica continuará mudando.

Outra pauta cara à Europa é a China. E a elaboração de uma estratégia comum vai exigir muitos acordos e expor muitas diferenças internas. Será uma equação complicada em que Bruxelas terá de saber calibrar os interesses dos países próximos de Pequim, que têm recebido investimentos maciços dos chineses, os avanços do 5G e a crescente pressão dos EUA por um alinhamento para segurar o dragão chinês.

Ao mesmo tempo em quer conter os avanços do Império do Meio, que já foi classificado como um “rival sistêmico” pelo bloco, a UE sabe que os chineses serão parceiros importantes para a pauta do ambiente. Recentemente, Xi Jinping anunciou uma meta de tornar o país neutro em emissões de carbono até 2060. A estratégia mais agressiva contra a China deve continuar na era Biden, segundo Kundnani. “Alguns europeus, a Alemanha é um exemplo, podem ver a China como um parceiro mais construtivo para o temido clima do que os EUA. Por isso, podem não querer entrar nessa disputa estratégia entre americanos e chineses”, avalia Kundnani.

Além disso, não se pode subestimar a capacidade dos chineses de costurar novas alianças. Ignorando a presença do Ocidente, Pequim conseguiu fechar o maior acordo comercial do planeta na semana passada. O entendimento reúne os dez países da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia - todos concorrentes importantes não só da Europa, mas dos EUA e do Brasil pela atenção do mercado chinês.

Somados, esses países correspondem a um terço do PIB do mundo e a uma população de 2,2 bilhões de pessoas. O acordo, que engloba mercadorias e serviços, investimentos e novas regras para áreas importantes como comércio eletrônico e propriedade intelectual, foi firmado sem os EUA. Trump tratou de deixar as negociações logo no início de seu mandato. O novo bloco deve ser alvo de cobiça de outras economias importantes.

Para responder a todos esses desafios externos de maneira célere e unívoca, a Europa do futuro ainda precisa superar as divergências internas. O Brexit, que se conclui no mês que vem, tirou-lhe um parceiro que é a sexta maior economia do mundo, com quase 67 milhões de habitantes, com quem estava associado há quase meio século. Nacionalismos exacerbados e uma onda de extrema-direita têm desacreditado a união nos anos recentes.

Outro atrito se desenhou nesta semana, quando Hungria e Polônia, sob governos populistas de direita, bloquearam a aprovação do orçamento da União Europeia para os próximos sete anos e do pacote emergencial para os países afetados pela pandemia. Isso se deu por discordarem de uma cláusula que vincula o acesso ao respeito das regras democráticas e do Estado de Direito.

É difícil vender a imagem desse bloco mastodôntico. Esse é um dos principais problemas da UE do século XXI e uma explicação para que ela esteja atrás de uma nova cara. É parte do que se chama de déficit democrático da UE. O que se diz entre seus partidários é ser fácil apaixonar-se pelo mercado único e seus benefícios. Mas o romance acabou depois das sucessivas crises. Virou estratégia de sobrevivência apenas. E não entrar no delicado debate sobre uma identidade europeia é deixar um vácuo para que populistas, extrema-direita e eurocéticos o ocupem com o discurso fácil.

Em seu pronunciamento de vitória, Joe Biden disse que os EUA precisavam “reconstituir a sua alma” para se unir novamente. É isso, de certa forma, o que tentam fazer os europeus nos últimos anos para garantir, eles também, a sua unidade. A expressão foi repetida muitas vezes por líderes como o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

“Temos de dar à Europa uma alma. Temos de achar a alma da Europa”, já disse Merkel há uma década. E o que significaria essa alma para o cidadão comum deste bloco de 27 países, com seus 24 idiomas oficiais, além de etnias e religiões diferentes? É difícil criar uma relação afetiva nesse contexto. Longe dos olhos dos contribuintes, entre Bruxelas e Estrasburgo, as instituições europeias parecem realidades distantes. No verso das moedas de euro, cada país pode ter o seu design. Os símbolos das notas precisaram ser inventados para não criar ciúmes.

Nesses últimos anos, a população ficou mais diversa, assimilou outras religiões. Se as tensões entre católicos e protestantes, ou entre alemães e franceses, foram desaparecendo com o tempo, outras surgiram a partir dos movimentos migratórios. Em particular entre as populações nativas e alguns grupos de muçulmanos (quase 5% da população do bloco), ou imigrantes do Leste para a Europa Ocidental, segundo Crouch. A tensão, diz, se torna evidente sobretudo quando há recursos escassos, como falta de emprego ou espaço físico. Com a pandemia, em setembro, a taxa de desemprego subiu para 8,3% na UE.

Em um debate sobre o futuro da união no Parlamento europeu, Merkel disse que a essência da alma europeia era a tolerância, valor fundamental da ideia de Europa, esgarçado por desafios como endividamento público, terrorismo, guerras próximas ao continente, migração, digitalização e mudança do clima. Todos esses são temas que esbarraram em diferentes interesses países-membros da UE. Para Ursula von der Leyen, a economia de mercado com uma face social é parte da identidade europeia.

Para Crouch, apesar da longa história europeia de antagonismos e da dificuldade de o continente se expressar como entidade única, existe um significado histórico para o conceito de Europa. “Para o norte, o sul e o oeste as fronteiras são bem claras. Para o leste, menos, porque vai gradualmente chegando à Rússia. Somos todos vizinhos, naturalmente. Mas existe algo que liga a região cultural, geopolítica e economicamente”, disse. A identidade, segundo o professor, se revela como uma “matrioshka” (a tradicional boneca russa que esconde outras dentro de si própria).

“Você pertence a uma cidade, um país, à Europa. Para os europeus se sentirem europeus, eles precisam ter essa noção. Mas suspeito que essa sensação seja mais forte sobretudo entre as pessoas com mais formação educacional, com acesso à alta cultura”, explica. Para ele, a UE deve atuar do nível local ao supranacional para se fazer entender. Para a professora Tatiana Coutto, pesquisadora do Centro de Estudos Europeus e de Politica Comparada do Sciences Po, a UE tem uma imensa dificuldade de se comunicar com o cidadão comum. Os documentos são sempre muito técnicos, e os sites, de difícil navegação. “A mensagem não é compreendida. Não é uma linguagem adequada para o público comum.”

Mesmo assim, Crouch ainda aposta no sucesso do projeto como um exemplo para o resto do mundo. A Europa moderna, segundo ele, ainda abriga as mais avançadas formas de Estado de bem-estar social. “Tem entre seus membros quase todos os países mais igualitários do mundo, e alguns muitos desiguais. Mas, em geral, é uma parte do mundo muito igualitária”, afirma. O professor destaca que o continente é uma parte do mundo com um histórico razoável de aceitar a diversidade política. “Se olharmos para as instituições, vemos partidos muito diferentes, governando países muito distintos. Isso muda o tempo todo, o que significa que a UE tem que ser uma zona de cooperação política entre as diferenças. Ela não tem escolha”, afirma Crouch.

É cedo para saber se a UE conseguirá conquistar o espaço que pretende em uma cena geopolítica fragmentada pela queda de braço entre EUA e China. “Não se pode subestimar o poder diplomático da UE, que tem integrantes com assento no Conselho de Segurança da ONU. É um continente grande e rico, com muito ‘soft power’. Tudo isso faz diferença”, diz Tim Bale, professor de política na Queen Mary Universidade de Londres e vice-diretor do “think tank” britânico UK in a Changing Europe.

Um ano atrás, Macron disse que Europa estava à beira do precipício, que precisava pensar estrategicamente como potência geopolítica para não perder o controle sobre o seu próprio destino. O momento parece favorável. Mas, ainda que os projetos para futuro sejam ousados, é preciso aparar as arestas internas e engajar o cidadão. A tarefa não é fácil. Tampouco impossível, segundo Tatiana. “Levaram mil anos para forjar uma identidade. Não seria em 70 anos que conseguiriam fazer tudo isso de novo”, diz. Quem sabe mais do que uma alma, os europeus fossem atrás da analogia usada pelo ex-presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, nos idos de 1989, quando sugeriu também mais carne aos ossos do esqueleto da comunidade europeia.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe