A grande imprensa ficou tiriri com a demissão do presidente do Banco do Brasil e reclama da "politização" da nomeação feita pelo governo federal, que justificou a medida para dar mais agilidade na queda dos spreads cobrados pelo sistema bancário nacional. Ora, se o banco é público, é evidente que não deve ter os mesmos critérios de governança do que o de um banco privado (do contrário, a existência do banco público não se justifica), de maneira que a troca está absolutamente correta e dentro do que se espera de um governo que está agindo com as armas que possui para levar adiante as suas políticas públicas. Até os próceres do PSDB vem agora criticando a idéia de autonomia do Banco Central, mas a grande imprensa esperneia em um tom bem mais conservador do que a própria oposição parlamentar ao governo...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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