É mais fácil do que se imagina a solução da tal rebelião dos senadores peemedebistas, que ontem deram um susto no governo e ajudaram a derrubar a MP que criou a secretaria comandada pelo filósofo Mangabeira Unger: basta que o governo federal comece a entregar os cargos que prometeu à bancada do PMDB no Senado. Ocorre apenas que Lula sabe muito bem que o momento da negociação é agora, na votação da CPMF. Ele não vai dar cargo algum de mão beijada, antes dos senadores aprovarem a prorrogação do tributo. O jogo de pressão termina tão logo a emenda que prorroga a CPMF seja aprovada pelo Senado. É simples assim, mas até lá é de se prever alguma turbulência na relação entre o govenro e sua base aliada, e não apenas no PMDB.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Comentários
Postar um comentário
O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.