Está fazendo água a teoria de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), renunciaria depois da absolvição. Não vai renunciar. Segundo seus assessores, Renan não sai da cadeira nem amarrado e não houve acordo algum com o governo. No final da história, Renan teve, na prática, 46 votos a seu favor (os 40 pela absolvição mais as 6 abstenções). É um apoio considerável, ainda mais lembrando que ele foi eleito por 51 senadores. Com toda crise, Renan perdeu apenas 5 votos, que é a diferença dos 51 da eleição e os 46 de hoje.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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