A nota publicada na seção Erramos desta terça-feira na Folha de S. Paulo é típica de quem não quer dar o braço a torcer: "Diferentemente do que informou a chamada 'Secretário diz que já sabia de risco na quinta', José Luiz Portella não disse que sabia na quinta que instrumentos de medição detectaram problemas no túnel, mas, sim, que ocorreram problemas naquele dia." Afinal, o secretário de Transportes sabia ou não sabia do risco de desabamento na quinta-feira? Em carta ao jornal, ele diz que não. A reportagem da Folha não conseguiu "bancar" a informação, mas também não desmentiu o que apurou: de alguma coisa, Portella soube. Essa história da cratera de Pinheiros ainda vai acabar com certas reputações. Serra sabe disto.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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