Está todo mundo falando sobre a história da censura imposta pela justiça brasileira ao site You Tube. O caso é de um ridículo tão grande que dá até preguiça comentar. A decisão é absurda por vários motivos, entre eles do de ser totalmente ineficaz. Quem quiser ver o tal vídeo com a performance da apresentadora Daniela Cicarelli vai continuar conseguindo, em menos de três cliques. A menos, é claro, que o juizinho que deu a sentença resolva impor a censura de toda a internet brasileira. Se os 15 minutos de fama com a censura ao You Tube não satisfizerem o ego do magistrado, ninguém se espante se a sentença for reformada para ampliar a censura. Neste país, nada é impossível.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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