Já que o assunto é a coluna do competente e sério Carlos Eduardo Lins da Silva (ver nota abaixo), fica uma sugestão para a próxima semana: comparar a cobertura da Folha com a de O Estado de S. Paulo no chamado Caso Alston - a investigação que começou na Europa sobre as propinas pagas pela empresa francesa para obter bons contratos de obras na América Latina entre o final da década de 90 e o início do novo século. Como se sabe, o caso é especialmente constrangedor para o PSDB, pois o tal dinheirinho da Alston, que não foi pouco, veio molhar a mão dos tucanos que governavam São Paulo e o Brasil na época. Até o ex-genro de Fernando Henrique Cardoso teria levado o seu... Até agora, O Estado de S. Paulo vem fazendo uma cobertura bastante rigorosa e saiu na frente da concorrência com alguns bons furos de reportagem. A Folha tem mantido uma discrição talvez até exagerada para um jornal que se vangloria de não ter o "rabo preso" com ninguém. Ao longo desta próxima semana, fatos novos devem surgir e será possível analisar melhor o comportamento dos jornalões paulistas. Assunto, é claro, para o ombudsman...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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