Está impecável o comentário de Luiz Weis sobre o comportamento da Folha de S. Paulo na cobertura do episódio envolvendo o padre Júlio Lancellotti. O jornalista do Estadão observa em seu blog Verbo Solto que a Folha deu o título "Ex-interno diz que fazia sexo por dinheiro com padre" chamada de primeira página (saiu acima da dobra e com destaque), no último dia 28/10. Na edição desta quinta-feira, continua Weis, a mesma Folha publica matéria no caderno Cotidiano com o título "Polícia conclui que padre Júlio sofreu extorsão". "Na primeira página, nada, nem uma única palavra sobre o caso", conclui o jornalista na nota "Depois da apelação, a omissão"
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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