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Está muito fácil para ser verdade...

Muita gente já dá como certa a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno, dia 1° de outubro. De fato, se nada bombástico ocorrer, Alckmin pode até subir um pouco, mas Lula liquida a fatura sem necessidade de segundo escrutínio. O problema todo é o tal "se" da frase anterior. Os últimos 15 dias de campanha são sempre os mais tensos. Tem gente no PFL e PSDB defendendo que Alckmin baixe de vez o nível e parta para um ataque mais feroz contra Lula. Nos bastidores, circulam histórias de que haveria uma "bomba" para ser disparada contra o governo e que poderia afetar o candidato-presidente.

No fim de julho, o jornalista Carlos Chagas escreveu que, quando setembro chegasse, surgiriam fatos novos sobre a morte de Celso Daniel que poderiam complicar a situação não do presidente, mas de alguns de seus auxiliares. Setembro chegou e nada aconteceu. O jornalista Reinaldo Azevedo também está noticiando, em seu blog, a chegada "para breve" de denúncias que podem constranger o governo, mas nega terem a ver com a morte de Daniel.

Em 2002, na reta final da campanha, circularam versões de que Serra iria "mostrar a fita" – havia diversas versões para o conteúdo da suposta gravação, que prejudicaria o PT, mas nunca foi divulgada. Pode ser, portanto, que os boatos da semana não passem de... boatos. Mas como prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, é bom o PT ficar esperto e se preparar para eventuais ataques no final desta campanha.

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